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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Porto Alegre Festival: reúne doze bandas gaúchas em shows gratuitos no DC Shopping


Marcelo Gross é um dos destaques do festival e apresenta trabalho solo no dia 9
Crédito da foto: Fábio Alt

Porto Alegre Festival vai movimentar a capital gaúcha nos dias 8 e 9 de dezembro com uma programação especial. O evento, que reúne bandas consagradas da cena musical gaúcha com novos artistas locais, terá 12 shows gratuitos no DC Shopping e tem início às 15h nos dois dias. Além das apresentações, o público também poderá aproveitar para curtir as opções gastronômicas disponíveis no espaço, com diferentes tipos de comidas e bebidas, além de muita Polar gelada.

No sábado, o festival inicia com o show de abertura do músico Rangel e depois segue com o rock instrumental da Pata de Elefante, o pop rock experimental de Le Batille e Os Elementais, a voz e guitarra de Eric Endress, a mistura de reggae, funk e soul da banda Diretoria e termina com um show cheio de boas vibrações do grupo Sintonize. No domingo, quem abre a rodada de apresentações é a Monema, nova banda da cena musical gaúcha; seguida pelo grupo instrumental Quarto Sensorial e o groove da banda Funkalister. O fim da tarde ainda terá shows do músico Marcelo Gross mostrando Chumbo & Pluma, seu segundo álbum solo; o trio Jardim de Lótus trazendo todo o seu rock com uma pegada psicodélica; e Gustavo Telles & Os Escolhidos.

O projeto é realizado através da Lei de Incentivo à Cultura (Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul), com patrocínio da Polar, produção de Alexandre Candano e realização da K.A Produtores Associados. As atividades estão confirmadas mesmo com chuva, já que o espaço dos shows terá área coberta. O local tem fácil acesso com transporte público: fica próximo à Estação Farrapos, da Trensurb, e também de paradas de linhas de ônibus e lotação. Para quem optar em ir de carro, o shopping também oferece estacionamento rotativo, com preço de R$ 6,00.

O festival também será ponto de arrecadação para o Natal da instituição Pequena Casa da Criança. Quem quiser participar das doações pode levar brinquedos novos ou usados em bom estado de conservação, que serão destinados a crianças da comunidade Vila Maria da Conceição, na capital gaúcha.

ATIVIDADES PARALELAS

Além do fim de semana com 12 shows, o Porto Alegre Festival também disponibilizará para o público duas oficinas gratuitas na área musical. No dia 14 de dezembro, das 14h às 19h,  a relações públicas Nayane Bragança falará sobre assessoria de comunicação para músicos. No dia 15, das 13h às 20h, o músico e professor Alexandre Birck mostrará técnicas de microfonação em estúdios. As oficinas acontecerão no Estúdio Legato (Av. Berlim, 540 – São Geraldo) e precisam de inscrição prévia no site www.poafestival.com.br.

CONHEÇA MAIS SOBRE AS BANDAS QUE PARTICIPAM DO FESTIVAL

Rangel
O baiano de 31 anos vive no Sul do país há quatro anos e já é conhecido por levar seu reggae para pequenos eventos fechados em Porto Alegre e também para as ruas da capital gaúcha. Em seus shows, mistura trabalhos da carreira solo com releituras de grandes sucessos da Música Popular Brasileira. Além de se apresentar com seu projeto solo, também atua na banda GueTown, de Viamão.


Crédito: Marcelo Lubisco Leães

Em 16 anos, a Pata de Elefante lançou quatro discos, tocou em diversos lugares do Brasil, ganhou prêmios como VMB 2009 (Melhor Banda Instrumental) e Açorianos em 2005 e em 2011 (Revelação e Melhor Disco Instrumental, respectivamente), participou de projetos e editais, teve músicas incluídas em trilhas sonoras de filmes e conquistou público e crítica com a força de sua música. A banda de Porto Alegre, formada atualmente pelos guitarristas Gabriel Guedes e Daniel Mossmann, se tornou referência entre os grupos instrumentais brasileiros que surgiram na primeira década do século 21. Atualmente, o grupo trabalha na finalização de seu quinto disco, previsto para ser lançado em breve.    

Le Batilli e Os Elementais

O projeto surgiu em 2014, inicialmente com o nome de “Le Batilli” por se tratar de um trabalho intimista do vocalista, mas atualmente o grupo é formado por Le Batilli (voz, violão e ukelele), Guilherme Valls (guitarra), André Reche (piano e teclados) e Rodrigo Lemos (bateria e percussão). Le Batilli é cadeirante e usa do espaço que vem conquistando para disseminar a luta da causa das pessoas que portam necessidades especiais. A banda, que mostra uma pluralidade de influências musicais, variando do rock ao samba e baião,  já participou de eventos como Serenata Iluminada, Piquenique no Museu, Virada Sustentável, Festival do Rock Gaúcho e Festival Poa Rock 2018.

Diretoria

A banda de Porto Alegre, que tem mais de 15 anos de estrada, apresentará no festival seu mais recente trabalho, Nebulosas. Com nove faixas autorais, o disco dá continuidade ao som característico do grupo que traz na essência influências de black music, reggae, rap, rock e música brasileira. O novo projeto trata de assuntos atuais, dos mistérios do universo e da alma, de temas do cotidiano e de crenças espirituais, políticas e sociais, seguindo sempre o preceito de fazer música sincera para ouvidos curiosos. A Diretoria tem Otto Gomes na voz, Sid Poffo nos teclados, João Marcelo no baixo, Gunter Fetter na guitarra e Márcio Pêxi na bateria.


Erick Endres - Crédito I Hate Flash.jpg
Crédito: I Hate Flash
O primeiro álbum de Erick foi lançado em outubro de 2013, mesmo ano que tocou no festival Lollapalooza com sua promissora banda Dis Moi. O álbum homônimo foi lançado quando ele tinha apenas 16 anos, introduzindo Erick na cena gaúcha. Somente três anos após, o artista veio a lançar novo material, o álbum Mystic Love. Nesse meio tempo, teve tempo de fortalecer seu nome, abrindo para artistas como Steve Vai, Radio Moscow e Call The Police de Andy Summer, participou de festivais como o Meca Festival de 2015 e o Pepsi Twist Land de 2017, gravou clipes como o da musica She Looks Like Art, dirigido por Rodrigo Pesavento, além de tocar em outros projetos como o de Arthur de Faria e Orkestra do Kaos, fazendo turnê pela America do Sul e também no Medusa, projeto/duo com Sofia Perseu. Atualmente, trabalha em novo material. Com clipe dirigido por Jean Shwartz e Marcelo Nunes, a música Todo Meu Amor será lançada em breve.

Sintonize

Inspirados no cenário jamaicano dos anos 70 e 80, eternizado pelas críticas poéticas e melodias que surgiram junto ao desenvolvimento da música reggae, a Sintonize iniciou seus trabalhos em 2016. Clamando por uma revolução interior e luta por direitos iguais, o grupo mistura ritmos dançantes com ideias e ideais através de mensagens conscientes. A banda é formada por Pedro Bigolin (voz e baixo), Gabriel Dalló (voz e bateria), Matheus Machado (voz e guitarra base), Eduardo Lopes (teclado solo), Guilherme Rech (voz e guitarra solo), Frederico (voz e teclado base) e Leonardo Arrué (percussão).

Crédito: Fernanda Chemale

O quarteto de Porto Alegre é novidade na cena musical do país e traz em seu repertório a referência ao pop rock brasileiro dos anos 80 e 90, criando um estilo único, despretensioso e cheio de leveza, com letras autorais que falam de amor e outros temas do cotidiano. O primeiro single do grupo, Cético, que teve o clipe lançado em junho de 2018 pela página Brasileiríssimos, já é sucesso em playlists e visualizações de vídeo. Durante o Porto Alegre Festival, a banda apresentará seu novo single, Olhando pra lua, que tem produção musical assinada por Marcelo Fruet. A Monema tem Danúbio na voz e no violão, Brayan na guitarra, André Medeiros no baixo e Milhoranza, que também faz parte da banda Motherfunky, na bateria.

Quarto Sensorial

Desde sua formação no ano de 2007, o Quarto Sensorial se mantem fiel à ideia de funcionar como um “laboratório sonoro”. Apesar das evidentes características de rock progressivo e free jazz, o power trio instrumental de Porto Alegre extrapola as noções de gênero e não demonstra qualquer necessidade ou desejo de enquadrar seu trabalho em um determinado nicho – dizem-se influenciados pelo mundo ao redor. De maneira descompromissada, o grupo se mostra livre para elaborar composições multifacetadas, redefinindo as limitações do formato guitarra/baixo/bateria por meio de diferentes ritmos, texturas e fórmulas composicionais aplicadas intuitivamente, em um método coletivo de criação. A banda tem Carlos Ferreira na guitarra, Bruno Vargas no baixo e Martin Estevez na bateria.

Crédito: Christian Jung

A Funkalister surgiu em 2002 em Porto Alegre com o intuito de buscar uma sonoridade típica das décadas de 60 e 70. Entre as principais influências da banda, estão o funk e o soul dos anos 70, o rock, o jazz, a bossa e o samba. Em 2006, o grupo lançou o primeiro disco, Volume 01. O segundo disco, Volume 02, saiu em outubro de 2008, ganhando destaque em trilhas de programas de rádio e TV. Em 2012, foi a vez do Volume 03, disco muito bem recebido pela crítica. Destacam-se na trajetória da banda shows pelo Circuito Sesc RS e SP, Brasil Rural Contemporâneo, Fifa Fun Fest, Vivo Open Air, Domingo no Parque e as participações nos shows de Gerson King Combo e Ben Harper. Em 2016, a banda lançou em vinil uma coletânea com as músicas que ganharam notoriedade em seus três discos autorais, chamada Resgate.

Crédito: Fabio Alt

O gaúcho de Porto Alegre é guitarrista, fundador da banda Cachorro Grande, da qual foi integrante durante 19 anos, e compositor de grandes sucessos como SinceramenteLunáticoDia PerfeitoBom Brasileiro, entre outros. Gross também já foi baterista da banda de Júpiter Maçã durante a turnê do álbum A Sétima Efervescência. Em seu projeto solo intitulado GROSS, lançou os álbuns Use o Assento Para Flutuar e Chumbo & Pluma, este último que inclui uma versão em vinil duplo. O show que ele apresentará no festival conta  com Gross nos vocais e guitarra, Alexandre Loureiro na bateria e Eduardo Barreto no baixo e backing vocal, formando um power trio coeso e vigoroso. A apresentação mostrará a mistura de rocks mais pesados, com baladas acústicas mais delicadas feitas em Chumbo & Pluma, além de os maiores sucessos da carreira do músico.

Jardim de Lótus

O trio, formado em Porto Alegre em 2016, carrega em sua essência o rock’n’roll com pitadas de psicodelia, remetendo aos power trios do início dos anos 70, mas remodelados aos tempos atuais. Composto por Victor Thomas (guitarra e voz), Vitor Lipp (baixo e voz) e Gisele Moser (bateria), o grupo mistura em suas composições histórias, ficção e poesia com uma instrumentação com pegada vintage com guitarra energética, linhas de baixo groovadas e percussão explosiva.

Gustavo Telles & Os Escolhidos

Compositor, cantor, multi-instrumentista e produtor, Gustavo Telles iniciou seu projeto solo em 2009, chamado Gustavo Telles & Os Escolhidos, e tem quatro álbuns lançados: Do seu amor, primeiro é você quem precisa (2010), Eu perdi o medo de errar (2013), Ao Vivo no Theatro São Pedro (2017) e Gustavo Telles & Os Escolhidos (2017). No show durante o Porto Alegre Festival, Telles canta e toca bateria, acompanhado de Murilo Moura nos teclados e vocal, Edu Meirelles no baixo e Rodrigo Chaise na guitarra e vocal. Lançado primeiramente nas plataformas digitais no fim do ano passado, o álbum Gustavo Telles & Os Escolhidos ganhou versão em CD em julho de 2018. No dia 5 de novembro, foi lançado o clipe de Não, não sei, enfim, com direção de Boca Migotto. Em dezembro, o vinil estará à venda.     Gustavo Telles também é fundador e ex-integrante da banda de rock instrumental Pata de Elefante.


SERVIÇO
PORTO ALEGRE FESTIVAL
Dias 8 e 9 de dezembro
Sábado e domingo, a partir das 15h
DC Shopping  (R. Frederico Mentz, 1561 – Navegantes – Porto Alegre)
Entrada franca

PROGRAMAÇÃO MUSICAL

Sábado
16h - Rangel
17h - Pata de Elefante
18h - Le Batilli e Os Elementais
19h - Diretoria
20h - Erick Endres
21h - Sintonize

Domingo
15h - Monema
16h - Quarto Sensorial 
17h - Funkalister
18h - Marcelo Gross
19h - Jardim de Lótus 
20h - Gustavo Telles & Os Escolhidos

COMO CHEGAR
- Ônibus: Linha B25 Av. Feijó/ DC Navegantes (Parada na Rua Frederico Mentz), Linha B55 Av. Protásio Alves/ Humaitá (Parada na Rua Frederico Mentz), Linha 703 / Vila Farrapos (Parada na Av. Voluntários da Pátria) e Linha 701 / Vila Farrapos (Parada na Av. Voluntários da Pátria).

- Trensurb: Descer na Estação Farrapos e caminhar duas quadras pela Rua Lauro Muller em direção à Rua Frederico Mentz.

- Lotação: Pegar a Linha Humaitá, descer na Estação Farrapos e caminhar duas quadras pela Rua Lauro Muller em direção à Rua Frederico Mentz.

- Carro: Há estacionamento rotativo aberto ao público no shopping, com valor de R$ 6,00 a cada turno de 6h.

- Táxi: Há um ponto de táxi em frente ao DC Shopping, na Rua Frederico Mentz.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Daniel Mossmann (Pata de Elefante): A passos largos com o som instrumental (Entrevista)

Por Homero Pivotto Jr.
Crédito: Marcelo Lubisco Leães

Com acordes certeiros e execução precisa, a Pata de Elefante vem deixando sua marca no território da música instrumental brasileira. Desde que o bicho nasceu, em 2002, já foram quatro discos lançados e algumas honrarias sinalizando reconhecimento (de Video Music Brasil, da MTV, ao tradicional Prêmio Açorianos).

Nesses 16 anos de caminhada, o grupo sempre pisou firme no ritmo do rock, porém, com pegadas estratégicas em elementos do jazz e do blues. Em 2017, o baterista Gustavo Telles foi para outros lados, deixando os guitarristas Daniel Mossmann e Gabriel Guedes continuarem seu rumo. Por vezes, nas andanças da dupla por palcos seletos, Pedro Petracco é quem assume as baquetas.

É essa formação que chega ao palco do Sub Club Cultural na quinta-feira, 9 de agosto, para a primeira edição do Sub in Concert, quando rola também show da Endres Experience. Na entrevista que segue, Daniel Mossmann avalia o atual momento da banda e conta o que vem pela frente.

Desde que o baterista Gustavo Telles deixou a banda, em 2017, a Pata tornou-se uma dupla. A ideia é manter dessa forma? Como vocês estão lidando com a questão de quem assume as baquetas nas próximas gravações e shows?

Daniel Mossmann — Por enquanto sim. Estamos lidando bem, pois tem grandes bateristas parceiros com quem podemos contar

Essa alteração parece ter diminuído o ritmo de apresentações ao vivo, procede? A ideia é retomar uma frequências mais intensa ou levar assim, sem tantos shows marcados? E por quê?

Daniel Mossmann — Não procede. Há tempos que fazemos menos shows na cidade, priorizando alguns eventos

A banda está trabalhando em material novo com o baterista Reynaldo Migliavacca, que mora em Londres. Por que escolheram um músico que mora fora e a quantas anda esse material? Alguma previsão de lançamento?

Daniel Mossmann — Sempre fomos fãs do Reinaldo, basicamente por isso escolhemos ele. Assim como o Pedro Petracco. Foram escolhas naturais. Estamos na reta final de gravação e o disco sai este ano ainda.

Fazer rock no Brasil não é uma tarefa fácil, ainda mais se for instrumental. Como vocês avaliam a ótima repercussão que a banda teve desde que foi criada, em 2002?

Daniel Mossmann — Difícil para nós avaliarmos, caiu no gosto do público. Nada foi planejado, apenas fazemos as músicas como gostamos e acabou agradando bastante gente

O que esperar do show dia 9 de agosto no Sub Club Cultural (algum som novo, por exemplo)? E quem deve estar com vocês na bateria?

Daniel Mossmann — Já vão ter sons do próximo disco nesse show, já temos tocado alguns. Quem assume a bateria é o Pedro Petracco, que fez alguns shows conosco desde a saída do Gustavo.



A banda Pata Elefante, uma das atrações do primeiro Sub in Concert. O evento ocorre nesta quinta-feira, dia 09 de agosto, às 21h, no Sub Club Cultural (Joaquim Nabuco, 288 em Porto Alegre).

 Além do trio instrumental, toca também o projeto Endres Experience, que revisita a obra do ídolo Jimi Hendrix e é formado por Fredi Endres (guitarra, (Comunidade Nin-Jitsu), Nando Endres (baixo, também da Comunidade), Erick Endres (guitarra) e Gabriel Boizinho (bateria, Cachorro Grande).

Enviado por Homero Pivotto Jr.
Jornalista e assessor de Imprensa 

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Fredi “Chernobyl” Endres (Comunidade Nin-Jitsu) e a experiência com Jimi Hendrix (Entrevista)


O guitarrista Fredi “Chernobyl” Endres (Comunidade Nin-Jitsu), um dos idealizadores do projeto Endres Experience, que revisita a obra do ídolo Jimi Hendrix foi entrevistado pelo jornalista Homero Pivotto Jr.

O grupo formado por Fredi, pelo irmão Nando (baixo, também da Comunidade) e pelo filho Erick (guitarra) — além do baterista Gabriel Boizinho (Cachorro Grande) — faz show no Sub Club Cultural (Rua Joaquim Nabuco, 288 - Cidade Baixa em Porto Alegre) no dia 9 de agosto.

Crédito: facebook 

Para quem gosta de música, algumas experiências com discos, artistas ou shows são inspiradoras. Do tipo que se leva para a vida. Foi o que rolou com o guitarrista Fredi “Chernobyl” Endres (Comunidade Nin-Jitsu) ao ouvir Jimi Hendrix. A admiração pelo incendiário mestre, na real, é compartilhada por mais gente da família: o irmão Nando (baixista da Comunidade e quem ensinou Fredi a tocar guitarra) e o filho Erick (um prodígio das seis cordas) também são devotos do estadunidense nascido James Marshall.

Para homenagear o ídolo e a energia eletrizante que ele mostrou ser capaz de produzir com seu equipamento, o clã resolveu experimentar em um tributo apropriadamente nomeado como Endres Experience. Além dos Endres, o projeto conta ainda com Gabriel Boizinho (Cachorro Grande) na bateria.

Trocamos uma ideia com Fredi Chernobyl sobre Hendrix e seu legado.

De onde veio essa genética musical da família Endres. Começou com vocês (Fredi e Nando) ou vem de alguma geração anterior?

Fredi Chernobyl — Nosso avô, bisavô do Erick, meu filho, tocava contrabaixo em uma pequena orquestra. Mas não tivemos muito contato com ele. Nossa mãe (avó do Erick) tinha violão em casa e isso fez com que tivéssemos contato com instrumentos. Acredito que os 15 vinis do Jimi Hendrix que meu pai tinha foram bem importantes também.

Falando em família: com a Endres Experience vocês dedicam o repertório ao cara que é um dos pais da guitarra elétrica. Qual a influência do Hendrix na musicalidade do trio Endres?

Fredi Chernobyl — Eu diria que é o cara que me fez despertar para a guitarra mesmo. Nos anos 80, estava na moda ser virtuoso e rápido, tocar como um branco sem groove nenhum e ser bom numa corrida de palhetadas, como um esporte de velocidade. Isso fazia com que eu me sentisse um péssimo aprendiz de guitarra aos 11 anos, em 1986.

O aprofundamento nos vinis do Hendrix que nosso pai tinha salvou minha vida — na real —, porque descobri que a gente pode valorizar o pouco que se sabe fazer e potencializar isso em vez de lamentar o que não se consegue. No caso, foi a mão direita (black hands com groove e pegada precisa) que me fez acreditar que poderia ser guitarrista. Ensinei isso ao Erick quando ele tinha quatro anos. Colocava ele no meu colo enquanto eu fazia a mão esquerda na digitação do braço e o guri aprendia, antes de mais nada, a mão direita rítmica.

E de onde veio a ideia para fazer essa experiência de juntar a parentada e tocar sons do lendário guitarrista?

Fredi Chernobyl — Surgiu como uma confraternização mesmo. Acredito que tocar para se divertir nos ensina muito depois de já viver da música há 20 anos e ter criado filhos executando acordes. O Endres Experience é o nosso bate-bola familiar. Tem gente que joga futebol com o filho no parque, a gente se junta para fazer som.

Hendrix é conhecido por ousar, experimentar. As releituras que vocês fazem dele também puxam para essa lado inventivo, talvez até meio instintivo na hora de tocar?

Fredi Chernobyl — A gente toca as músicas do Jimi Hendrix, não somos uma banda cover ou cópia. É uma linha tênue, mas é assim que rola. Respeitamos as criações e as estruturas, mas como copiar um solo de guitarra igual ao de um cara que nunca copiou a si mesmo, pois em shows fazia completamente diferente dos discos?

Imitar milimetricamente Jimi Hendrix seria assinar o atestado de que não se entendeu nada do que ele nos ensinou. O cara jamais copiaria alguém. Ele interpretaria com admiração a obra de outro. A sonzeira rola com respeito ao mestre, mas com a nossa pegada.

E como rolou de o Boizinho (Cachorro Grande) assumir as baquetas desse projeto?

Fredi Chernobyl — O Boizinho na batera veio ao natural, pois é um amigo que bebe das mesmas fontes musicais. A gente estava direto no estúdio dele, o finado Gorila, quando decidimos ensaiar para rolar o Endres Experience. O convite surgiu numa bobeira entre ensaios.



Escrito por Homero Pivotto Jr.
Jornalista e Assessor de Imprensa