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domingo, 24 de março de 2019

Saxon: o debut espetacular em solo gaúcho

Texto por William Guedes Cezar


A lendária banda SAXON, um dos nomes mais cultuados da NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal), reservou, finalmente, uma data na agenda para Porto Alegre.

O tão aguardado show aconteceu no cultuado Bar Opinião - o templo do rock no Rio Grande do Sul na última quarta-feira, dia 13 de março de 2019.

Para sua primeira apresentação em solo gaúcho o movimento começou cedo em torno do bar e o público presente de todas as idades. Já demonstrando que a noite seria histórica, memorável.
A banda vinha divulgando em entrevistas que o repertório da turnê estava espetacular e que os músicos todos estavam muito ansiosos para retornar ao Brasil. Ainda mais num lugar novo, como foi o caso de Porto Alegre.

O SAXON está em tour de divulgação do seu mais recente trabalho “Thunderbolt” de 2018. Trabalho este onde, novamente, manteve a parceria de sucesso com o renomado produtor Andy Sneap que já trabalhou com outros grandes nomes como MEGADETH, EXODUS e TESTAMENT, entre outros.

Com pontualidade britânica e sem mais delongas às 21h toca a introdução “Olympus Rising” e toda a banda sobe ao palco ainda escuro e já tocando a música que intitula o novo álbum “Thunderbolt”. Música que foi bem recepcionada pelo público presente. Uma destruição sonora com os fãs já headbangeando.
Biff Byford mostrando uma excelente voz e batendo cabeça em seus 68 anos de idade, indo de um lado para outro, cantando com pedestal e dando aula de "como se faz" para muito vocalista. Mostrou que foi um excelente professor para muitos e que continua sendo. Esbanjou simpatia o tempo todo, vigor, técnica e muita presença de palco.
Em “Wheels Of Steel” de álbum de mesmo nome de 1980 o público vibrou mais ainda.
A noite foi recheada de clássicos que passearam por toda a vasta discografia da banda inglesa que já contabiliza mais de 40 anos de existência. Uma tarefa difícil conseguir esse feito, mas os dinossauros conseguiram com louvor.
Paul Quinn e Doug Scarratt nas guitarras mantêm um maravilhoso entrosamento, riffs perfeitos, técnica e velocidade. Mostrando para os mais jovens como fazer um Heavy Metal “Old School”. Não posso deixar de citar Nibbs Carter que é um show a parte no baixo. Batendo a cabeça a performance inteira, e também com grande presença de palco. Nigel Glockler mostra é um monstro nas baquetas e mostrou a todos uma técnica impecável.
Escutar o SAXON em sua discografia é uma coisa enlouquecedora, mas os assistir ao vivo é indescritível, é mil vezes melhor. A banda ao vivo é um monstro, monstruosa.
Nesta hora que os músicos mostram para seus fãs o motivo de estarem há mais de 40 anos em atividade. E ainda é uma das bandas mais solicitadas em festivais por todo o mundo.
Com uma iluminação incrível, afinação e um palco lindo e perfeito. Mostraram o heavy metal “old school’ para a nova geração.

A banda transitou em toda a sua discografia na apresentação que contou com um set de 22 músicas, que deu oportunidade para a maioria dos clássicos e apenas duas músicas do álbum mais recente “Thunderbolt”, foi tocada. Foi um presente para os fãs. Uma sucessão de hits, hit atrás de hit e o público ficou de alma lavada.
Demorou a espera, mas o público que compareceu ao show foi contemplado com uma excelente apresentação, irretocável.

Mesmo estando no início do ano de 2019, ouso dizer que esta performance fará parte dos melhores shows que vão ocorrer no corrente ano; uma das mais lindas apresentações que já presenciei. Que vai ser lembrada por cada headbanger que estava presente no Bar Opinião.
Vida longa ao Saxon! E que possa ainda vir mais vezes ao Brasil, e a Porto Alegre,é claro.

Saxon é
Biff Byford – Vocalista
Doug Scarratt – Guitarra
Paul Quinn – Guitarra
Nibbs Carter – Baixo
Nigel Glockler – Bateria
Setlist :
Intro: Olympus Rising
Thunderbolt
Sacrifice
Wheels Of Steel
Strong Arm Of The Law
Denim And Leather
Battering Ram
Frozen Rainbow
Backs To The Wall
They Played Rock and Roll
Power And The Glory
Ride Like The Wind (Christopher Cross Cover)
Broken Heroes
Motorcycle Man
747 (Strangers In The Night)
And The Bands Played On
LionHeart
To Hell And Back Again
Dallas 1 PM
Crusader
Bis
Heavy Metal Thunder
Never Surrender
Princess Of The Night
Kingdom Of The Cross













sexta-feira, 15 de junho de 2018

Humberto Gessinger & Paralamas do Sucesso: um encontro inédito em POA

Texto escrito por Marcele Lobo Nadalon


O palco do Pepsi On Stage recebeu um encontro inédito aqui em Porto Alegre. No dia 09 de junho, o Paralamas do Sucesso e Humberto Gessinger, dois dos maiores ícones do rock nacional, aqueceram a noite fria, com clássicos dos anos 80 e 90 do pop rock nacional e canções de suas novas turnês.

O Paralamas do Sucesso, trio formado por Herbert Vianna (guitarra e vocal), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria) subiram ao palco às 21h14. Esse pequeno atraso passou despercebido pelo público que encheu as dependências da tradicional casa de shows.



Abriram seu setlist com “Sinais do Sim” que dá nome ao seu mais recente álbum, lançado em  2017. Na segunda música apresentada intitulada “Itaquaquecetuba”, sobem ao palco os músicos de apoio: João Fera (teclado, percurssão e backing vocals), Monteiro Jr.(saxofone) e Bidu Cordeiro (trombone).

O público vibrou aos primeiros acordes de “Meu erro”, clássico que foi lançado em 1984.

Herbert logo no início do show agradeceu o apoio que a banda recebe há tanto tempo, e manifestou a alegria de estar dividindo a noite com esse público que sempre os apoiou.

Durante a performance perguntou se estavam ouvindo a banda com clareza e pediu para darem uma salva de palmas para equipe técnica que monta e opera os equipamentos, que aliás fez um bom trabalho; som e iluminação estavam impecáveis.

Na sequência disse: “Vamos ver se alguém conhece algo... iniciando “Aonde quer que eu vá”, hit carregado de sentimentos e que o público cantou em uníssono com o músico, emocionando-o.

Após agradeceu por fazerem eles se sentirem em casa e por estarem tão alegres com o reencontro com cada um deles, fãs.

Na canção “Alagados”, fez uma homenagem aos uruguaios que estavam presentes, cantando em espanhol. Abre aspas, O Paralamas tem um enorme fã clube na Argentina e Uruguai, pois no final dos anos 80, início dos anos 90, quando fizeram uma turnê lá, foram adotados como uma banda argentina que canta em perfeito português.

Herbert encerrou a performance falando:
“Porto Alegre, em cima dessas rodas também bate um coração.”
O público o ovacionou.

Aqueles jovens, que começaram a fazer rock no Brasil lá na década de 80, e que entraram para a história da música brasileira, mostraram o porquê estão na ativa até os dias de hoje, mais de três décadas perpetuando a boa música e que por isso mesmo tem uma legião de fãs das mais variadas idades. E era o que se viu no Pepsi on Stage.



Setlist:

Sinais do Sim
Itaquaquecetuba
Meu erro
Lourinha Bombril
Capitão da indústria
Uns dias
A outra rota
O calibre
Selvagem / Beco
Aonde quer que eu vá
Saber amar
Busca Vida
Sempre assim
O amor não sabe esperar
Olha a gente aí
Lanterna dos afogados
Cuide bem do seu amor
Caleidoscópio
Uma brasileira
Ska
Vital
Alagados
Bundalelê
Óculos


Às 23h24 abrem-se as cortinas e lá estão - o vocalista e multi- instrumentista, Humberto Gessinger, de pala, o baterista Rafa Bisogno, de chiripá e lenço vermelho no pescoço, como quem diz "Ah! Eu Sou Gaúcho!", e completando o power trio, o também  gaúcho, baixista, Felipe Rotta.

Apresentando sua nova turnê “Ao vivo pra caramba” e em comemoração aos 30 anos do álbum “Revolta dos Dândis”, os músicos fizeram releituras da carreira solo de Humberto Gessinger, assim como do Engenheiros do Hawaii. Integrando violão, viola caipira e bombo leguero, adicionando assim novos timbres aos seus clássicos.

O público presente vibrou e cantou junto desde o primeiro hit apresentado. Veja o setlist abaixo.

Humberto, logo de início, interagiu com os fãs. Desejou boa noite a Porto Alegre e apresentou a banda. Cantando: “Nós não viemos até aqui pra desistir agora...”e continua cantando “Até o fim”.
Após “Surfando Karmas e DNA”, Humberto comentou:

“Meus jovens, a parada é a seguinte... A gente tá na tour do meu mais recente trabalho, que é uma maneira dos supersticiosos falarem: ‘último trabalho’, que traz na integra “A Revolta dos Dândis’, segundo álbum de uma banda que gosto muito chamada Engenheiros do Hawaii. Não entendo muitas vezes o que aquele alemãozinho está cantando, mas adoro tocar as canções dele. Além desse disco, na íntegra, conto com esse trabalho chamado “Ao vivo pra caramba”, que também tem algumas coisas inéditas e a gente vai tocar grande parte desse DVD aqui. 

Espero que vocês gostem da seleção que a gente preparou e tenham uma ótima noite. Primeira vez que toquei nessa cidade, que por acaso é a minha cidade, faz mais de 30 anos e é sempre perigoso e emocionante.”

E tem como não gostar? Foi uma sucessão de hits.
E iniciam “Desde aquele dia”. Logo depois tocam o “Banco”, mesclado com o refrão de “I can't get no” dos Rolling Stones.

No fim da “A Revolta dos Dândis II”, Humberto agradeceu a presença de todos. O público ficou se olhando e se perguntando: “Acabou? Como assim?”

Foi quando Humberto disse: “Sigamos viagem!”
Para nossa felicidade, tinha muito ainda pra vir.

Antes de dar início a próxima canção, Humberto comentou: “Esta canção eu fiz com Tiago Iorc e fala sobre o aquecimento global e outro dia, acho uma coisa tão obvia, apresentei a canção e uma menina gritou: ‘É mentira!’ Eu não sei se é mentira que tá rolando o aquecimento global ou que eu fiz essa canção com o Tiago Iorc. Vai saber. De qualquer maneira, ela se chama Alexandria e a gente vai tocar pra vocês.”

No final de 3x4, Rafa Bisogno tocou brilhantemente seu bombo leguero e o público respondeu à altura da apresentação,  ovacionando-o.

Humberto se despediu dizendo: “Foi uma honra passar essa noite com vocês!” No telão estava estampado “Engenheiros do Hawaii” e encerram a noite tocando mais alguns clássicos.

O messias Humberto Gessinger mostrou o porquê onde se apresenta leva multidões, mostrou o por quê ainda se mantém relevante nos dias de hoje. O que é bom, retifico, o que é ótimo, não tem prazo de validade.


Setlist:

Revolta dos Dândis I
Infinita Highway / Até o fim
Bora
Surfando Karmas e DNA
Desde aquele dia
Sua Graça
Vozes/Terra de Gigantes
Cadê?
O preço / Banco
Dom Quixote
Saudade Zero
Refrão de Bolero /  Piano Bar
Faz parte / Vida Real
Revolta dos Dândis II
Seguir viagem
Eu que não amo você
Alexandria
De Fé
Pose (Anos 90)
Das tripas coração
Somos quem podemos ser
Pra Caramba
3X4
Perfeita Simetria
Pra ser sincero
Exército pirata
Toda forma de garoto

Foi uma noite memorável.

Os presentes, os fãs, entre eles me incluo, ficarão dias recebendo flashes dos momentos vividos e sentindo na garganta a vontade de cantar junto e vibrar, novamente, lembrando os momentos vividos  nesse show histórico.

O público presente era formado por pessoas das mais variadas faixas etárias. Fato que alegra, a nós amantes do bom e velho rock n' roll, contrariando a premissa de que o rock está morrendo. Nunca vai morrer graças a esses fãs que continuam enchendo casa de shows para assistir duas atrações nacionais como se viu no Pepsi on Stage.

Vida longa ao rock gaúcho!
Vida longa ao rock nacional!
Vida longa aos mestres - Paralamas e a Humberto Gessinger!

Agradecimentos à Opinião Produtora pelo credenciamento.

Fotos: Marcelo Schmidt

Veja mais fotos no link a seguir:
https://www.facebook.com/Rocksblog/media_set?set=a.10204458734903735.1073741903.1692692131&type=3

Veja a resenha no Whiplash.Net

sábado, 8 de outubro de 2016

Paulo Ricardo: "quem foi rei nunca perde a majestade"



O carisma e o magnetismo de Paulo Ricardo puderam ser conferidos na última quinta-feira, dia 06 de outubro, no Opinião em Porto Alegre.

O público, que encheu o andar térreo da icônica casa de shows, conferiu mais de uma hora e meia de show do eterno frontman do RPM que retornou a capital gaúcha para lançar seu novo trabalho, o "Novo Álbum", depois de um hiato de 10 anos de um álbum de inéditas.

O setlist, que embalou um público das mais variadas faixas etárias, contou com músicas do mais recente trabalho do músico, além de músicas da carreira solo do showman, covers de Legião Urbana, Cazuza, John Lennon - aliás a única versão de "Imagine" autorizada por Yoko Ono - , David Bowie, que tanto influenciou o artista, e obviamente os grandes hits do RPM. Um set que não deixou os presentes parados, transformando o Opinião numa grande festa; poucas vezes na vida presenciei um público tão empolgado.


A empolgação era nítida no palco também. Tanto por parte de Paulo Ricardo, quanto pela sua nova banda formada por Ícaro Scagliusi (guitarra), Marco da Costa (bateria), Guga Machado (percurssão), Fernando Nunes (baixo) e Rubem Cabrera (teclado), todos exímios músicos. "Quem sabe faz ao vivo", não é o que dizem? E esse grupo, com certeza, sabe o que faz.

Nada mais gratificante do que assistir um músico, músicos que gostam do que fazem, que têm no seu DNA o vírus da música.

E o multifacetado Paulo Ricardo, que agrega as funções de vocalista, compositor, baixista e guitarrista, mesmo com mais de três décadas de carreira, aos poucos começa a se reinventar...Com novo álbum, com nova banda, mas sempre levará consigo o RPM, como ele mesmo diz, o RPM é eterno.


Agradecimentos pelo credenciamento à Opinião Produtora.

Veja mais fotos aqui.








Leia resenha no Whiplash,Net

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Lulu Santos ( Pepsi on Stage - Porto Alegre - 11/06/2016)


No dia 11 de junho, o cantor carioca Luiz Maurício, mais conhecido como Lulu Santos, apresentou-se em Porto Alegre. Há 10 anos atrás, para ser mais precisa, em maio de 2006, o músico inaugurou o palco do Pepsi on Stage, e no último sábado retornou para festejar a data com o show  que integra a turnê "Clube Lux", na véspera do Dia dos Namorados.

A performance iniciou com trinta minutos de atraso mas o time de músicos mais que competentes formado por Milton Guedes (sax, flauta e vocal), Sergio Melo (bateria), Jorge Ailton (baixo), Pedro Augusto (teclados), Hiroshi Mizutani (teclados e programações), o DJ de funk carioca Sany Pitbull, Silvio Charles (violão e percussão) e Andrea Negreiros (backing vocal e percussão) que acompanham um dos maiores hitmakers brasileiros conseguiu fazer com que as 3.500 pessoas presentes na casa de eventos esquecesse esse fato e o frio que fazia na capital.


Durante exatas duas horas, Lulu que estava bem como ele gosta, como ele mesmo diz, plugado e amplificado à suas várias guitarras fez um show que agradou gregos e troianos, ora dançante, suingado, ora romântico.

Lulu interagiu muito com o público. Falou da melhora que notou na qualidade acústica da casa, se bem que isso ainda necessita uns ajustes. Falou um pouco da situação do país, contou como foi a estréia, digamos, inusitada, de Milton Guedes na banda, isso há 30 anos atrás ( Risos) quando o músico, na sua estréia caiu de cara no palco... E até conduziu um "Parabéns pra Você" para a casa de shows. Teve um momento em que pediu mais interação do público, pedido que foi mais do que atendido.

O público dançou e cantou as músicas apresentadas o tempo todo. Tanto as músicas novas do seu trabalho do CD "Luiz Maurício" como  hits pra lá de confirmados nas suas performances, como "Toda forma de amor", "O último romântico", "Sereia", "De repente, Califórnia", "Assim caminha a humanidade", "Como uma onda", "Tempos Modernos" entre muitos outros hits.


Esse mestre do pop, que agrega as funções de cantor, compositor e guitarrista, mescla com total maestria, como poucos mortais, MPB, rock, funk, música eletrônica e etc. E mostrou o porquê está na estrada há 35 anos - mantendo seus antigos fãs e agregando novos. Aliás, foi o que se viu no Pepsi, pessoas das mais variadas faixas etárias.

Mas isso sempre com uma roupagem pra lá de atual; seja com novos arranjos e também devido à mistura dos elementos eletrônicos agregados ao show com a participação de Sany Pitbull. Talvez esteja aí um dos segredos do grande Lulu - O cara é um eterno camaleão, sempre em mutação, mas sempre primando pelo bom gosto e qualidade.

Vida longa à boa música!
Vida longa ao Lulu Santos!