sexta-feira, 15 de junho de 2018

Humberto Gessinger & Paralamas do Sucesso: um encontro inédito em POA

Texto escrito por Marcele Lobo Nadalon


O palco do Pepsi On Stage recebeu um encontro inédito aqui em Porto Alegre. No dia 09 de junho, o Paralamas do Sucesso e Humberto Gessinger, dois dos maiores ícones do rock nacional, aqueceram a noite fria, com clássicos dos anos 80 e 90 do pop rock nacional e canções de suas novas turnês.

O Paralamas do Sucesso, trio formado por Herbert Vianna (guitarra e vocal), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria) subiram ao palco às 21h14. Esse pequeno atraso passou despercebido pelo público que encheu as dependências da tradicional casa de shows.



Abriram seu setlist com “Sinais do Sim” que dá nome ao seu mais recente álbum, lançado em  2017. Na segunda música apresentada intitulada “Itaquaquecetuba”, sobem ao palco os músicos de apoio: João Fera (teclado, percurssão e backing vocals), Monteiro Jr.(saxofone) e Bidu Cordeiro (trombone).

O público vibrou aos primeiros acordes de “Meu erro”, clássico que foi lançado em 1984.

Herbert logo no início do show agradeceu o apoio que a banda recebe há tanto tempo, e manifestou a alegria de estar dividindo a noite com esse público que sempre os apoiou.

Durante a performance perguntou se estavam ouvindo a banda com clareza e pediu para darem uma salva de palmas para equipe técnica que monta e opera os equipamentos, que aliás fez um bom trabalho; som e iluminação estavam impecáveis.

Na sequência disse: “Vamos ver se alguém conhece algo... iniciando “Aonde quer que eu vá”, hit carregado de sentimentos e que o público cantou em uníssono com o músico, emocionando-o.

Após agradeceu por fazerem eles se sentirem em casa e por estarem tão alegres com o reencontro com cada um deles, fãs.

Na canção “Alagados”, fez uma homenagem aos uruguaios que estavam presentes, cantando em espanhol. Abre aspas, O Paralamas tem um enorme fã clube na Argentina e Uruguai, pois no final dos anos 80, início dos anos 90, quando fizeram uma turnê lá, foram adotados como uma banda argentina que canta em perfeito português.

Herbert encerrou a performance falando:
“Porto Alegre, em cima dessas rodas também bate um coração.”
O público o ovacionou.

Aqueles jovens, que começaram a fazer rock no Brasil lá na década de 80, e que entraram para a história da música brasileira, mostraram o porquê estão na ativa até os dias de hoje, mais de três décadas perpetuando a boa música e que por isso mesmo tem uma legião de fãs das mais variadas idades. E era o que se viu no Pepsi on Stage.



Setlist:

Sinais do Sim
Itaquaquecetuba
Meu erro
Lourinha Bombril
Capitão da indústria
Uns dias
A outra rota
O calibre
Selvagem / Beco
Aonde quer que eu vá
Saber amar
Busca Vida
Sempre assim
O amor não sabe esperar
Olha a gente aí
Lanterna dos afogados
Cuide bem do seu amor
Caleidoscópio
Uma brasileira
Ska
Vital
Alagados
Bundalelê
Óculos


Às 23h24 abrem-se as cortinas e lá estão - o vocalista e multi- instrumentista, Humberto Gessinger, de pala, o baterista Rafa Bisogno, de chiripá e lenço vermelho no pescoço, como quem diz "Ah! Eu Sou Gaúcho!", e completando o power trio, o também  gaúcho, baixista, Felipe Rotta.

Apresentando sua nova turnê “Ao vivo pra caramba” e em comemoração aos 30 anos do álbum “Revolta dos Dândis”, os músicos fizeram releituras da carreira solo de Humberto Gessinger, assim como do Engenheiros do Hawaii. Integrando violão, viola caipira e bombo leguero, adicionando assim novos timbres aos seus clássicos.

O público presente vibrou e cantou junto desde o primeiro hit apresentado. Veja o setlist abaixo.

Humberto, logo de início, interagiu com os fãs. Desejou boa noite a Porto Alegre e apresentou a banda. Cantando: “Nós não viemos até aqui pra desistir agora...”e continua cantando “Até o fim”.
Após “Surfando Karmas e DNA”, Humberto comentou:

“Meus jovens, a parada é a seguinte... A gente tá na tour do meu mais recente trabalho, que é uma maneira dos supersticiosos falarem: ‘último trabalho’, que traz na integra “A Revolta dos Dândis’, segundo álbum de uma banda que gosto muito chamada Engenheiros do Hawaii. Não entendo muitas vezes o que aquele alemãozinho está cantando, mas adoro tocar as canções dele. Além desse disco, na íntegra, conto com esse trabalho chamado “Ao vivo pra caramba”, que também tem algumas coisas inéditas e a gente vai tocar grande parte desse DVD aqui. 

Espero que vocês gostem da seleção que a gente preparou e tenham uma ótima noite. Primeira vez que toquei nessa cidade, que por acaso é a minha cidade, faz mais de 30 anos e é sempre perigoso e emocionante.”

E tem como não gostar? Foi uma sucessão de hits.
E iniciam “Desde aquele dia”. Logo depois tocam o “Banco”, mesclado com o refrão de “I can't get no” dos Rolling Stones.

No fim da “A Revolta dos Dândis II”, Humberto agradeceu a presença de todos. O público ficou se olhando e se perguntando: “Acabou? Como assim?”

Foi quando Humberto disse: “Sigamos viagem!”
Para nossa felicidade, tinha muito ainda pra vir.

Antes de dar início a próxima canção, Humberto comentou: “Esta canção eu fiz com Tiago Iorc e fala sobre o aquecimento global e outro dia, acho uma coisa tão obvia, apresentei a canção e uma menina gritou: ‘É mentira!’ Eu não sei se é mentira que tá rolando o aquecimento global ou que eu fiz essa canção com o Tiago Iorc. Vai saber. De qualquer maneira, ela se chama Alexandria e a gente vai tocar pra vocês.”

No final de 3x4, Rafa Bisogno tocou brilhantemente seu bombo leguero e o público respondeu à altura da apresentação,  ovacionando-o.

Humberto se despediu dizendo: “Foi uma honra passar essa noite com vocês!” No telão estava estampado “Engenheiros do Hawaii” e encerram a noite tocando mais alguns clássicos.

O messias Humberto Gessinger mostrou o porquê onde se apresenta leva multidões, mostrou o por quê ainda se mantém relevante nos dias de hoje. O que é bom, retifico, o que é ótimo, não tem prazo de validade.


Setlist:

Revolta dos Dândis I
Infinita Highway / Até o fim
Bora
Surfando Karmas e DNA
Desde aquele dia
Sua Graça
Vozes/Terra de Gigantes
Cadê?
O preço / Banco
Dom Quixote
Saudade Zero
Refrão de Bolero /  Piano Bar
Faz parte / Vida Real
Revolta dos Dândis II
Seguir viagem
Eu que não amo você
Alexandria
De Fé
Pose (Anos 90)
Das tripas coração
Somos quem podemos ser
Pra Caramba
3X4
Perfeita Simetria
Pra ser sincero
Exército pirata
Toda forma de garoto

Foi uma noite memorável.

Os presentes, os fãs, entre eles me incluo, ficarão dias recebendo flashes dos momentos vividos e sentindo na garganta a vontade de cantar junto e vibrar, novamente, lembrando os momentos vividos  nesse show histórico.

O público presente era formado por pessoas das mais variadas faixas etárias. Fato que alegra, a nós amantes do bom e velho rock n' roll, contrariando a premissa de que o rock está morrendo. Nunca vai morrer graças a esses fãs que continuam enchendo casa de shows para assistir duas atrações nacionais como se viu no Pepsi on Stage.

Vida longa ao rock gaúcho!
Vida longa ao rock nacional!
Vida longa aos mestres - Paralamas e a Humberto Gessinger!

Agradecimentos à Opinião Produtora pelo credenciamento.

Fotos: Marcelo Schmidt

Veja mais fotos no link a seguir:
https://www.facebook.com/Rocksblog/media_set?set=a.10204458734903735.1073741903.1692692131&type=3

Veja a resenha no Whiplash.Net

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