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terça-feira, 10 de julho de 2018

Entrevista com Nitro Di do grupo "Da Guedes" que retoma formação original para show neste sábado em POA

Segue entrevista com o rapper e comunicador Nitro Di, do grupo gaúcho Da Guedes. O conjunto faz show neste sábado (14/7), às 23h, no Sub Club Cultural (Joaquim Nabuco, 288, em Porto Alegre). A apresentação é especial, pois reúne os outros dois membros originais do trio: Baze e DJ Deelay.

Por Homero Pivotto Jr.


|Crédito: Marcos Fucks
O tempo passa e o Da Guedes continua de boas com o Dr. Destino — entrevista com Nitro Di

Quando lançou o álbum O Rap É Compromisso, em 2000, o finado rapper Sabotage deu o recado: o estilo não é só música, mas sim uma manifestação na qual DJs e MCs podem projetar suas demandas — geralmente colocadas à margem da sociedade — para além do gueto. Mas antes mesmo de o paulista assassinado em 2003 disponibilizar essa obra para o mundo já havia gente comprometida com o gênero. Em Porto Alegre, o Da Guedes serve de exemplo. O grupo criado em 1993, no bairro Partenon, sempre soube da força que as rimas e as batidas têm como forma de expressão. E é por isso que eles continuam colocando em prática o trecho profético do hit ‘Não Para’. Aquele que diz: “Da Guedes tá aí e não para não’.

O conjunto deu uma parada em 2009, mas retomou as atividades em 2012. Nitro Di, um dos MC’s do trio — composto também por Baze e DJ Deelay —, ainda levou a militância em prol do rap até as ondas do dial. Ele assumiu um programa dedicado ao hip hop, o Mix Tape, na rede Atlântida (emissora de maior audiência no sul do país). Para completar, o cara também está como responsável pela agenda de rap no Sub Club Cultural.

Aproveitando o show que o Da Guedes com formação original faz na casa neste sábado (14/7), às 23h, trocamos uma ideia com o músico e comunicador. No papo, abordamos temas como a importância da geração nacional dos 1990 para o rap, a responsa que vem com a visibilidade de uma grande audiência no rádio e o que esperar dos eventos que devem ser promovidos no número 288 da Joaquim Nabuco.
        
O Da Guedes foi criado no começo dos 1990, quando também surgiram outros grupos expressivos do hip hop nacional, como o próprio Racionais MC’s. Qual acreditas ter sido o papel da tua geração para que o rap tenha se tornado tão forte atualmente?

Nitro Di — Creio que nosso legado foi abrir portas e colocar o rap onde ele não circulava. Fazíamos com amor no gueto, mas foram algumas parcerias que possibilitaram essa maior projeção. Passamos por gravadoras, trabalhamos com renomados produtores, tocamos em rádio e TV, vendemos CDs físicos, organizamos shows e criamos um mercado que não existia. O caminho seguinte foi nós mesmos montarmos nossos estúdios, selos e gravadoras. Acredito que isso tudo provou para as gerações seguintes que era possível sonhar. Ainda mais com a Internet, que abriu as fronteiras e rompeu limites.

O Da Guedes é o nome de maior visibilidade do rap gaúcho. Como foi essa conquista para a banda? Como assimilaram o lance de sair do gueto e rodar nas FMs mais populares do estado?
Nitro Di — Assimilamos aos poucos e fomos crescendo com isso. Nosso início não foi diferente do de outros artistas: acreditamos em um sonho e sempre focamos muito em nosso trabalho. As parcerias que fechamos foram cruciais para que tivéssemos essa ascensão. Além disso, conseguimos corresponder às expectativas de um público que ajudamos a formar. Ter um rap consciente tocando em FMs na época já demonstrava onde o gênero poderia chegar.

O trio original (Nitro Di, Baze e DJ Deeley) não tem se apresentando com tanta frequência. O que tem rolado mais seguido é o Família Da Guedes, contigo e o Deeley. Por que isso? E como rolou de juntar os três novamente para este show no Sub Club Cultural?
Nitro Di — O grupo foi fundado por nós três e passou por diversas formações ao longo dos anos. Foram vários colaboradores, sendo que cada um teve papel extremamente relevante. Em 2009, estávamos fora de atividade. Um convite do norte do Rio Grande do Sul, em 2012, nos fez voltar à essa formação original e encarar os palcos novamente. Desde esse retorno montamos algumas pequenas turnês pontuais todos os anos para celebrarmos com nosso público. E é por isso que dia 14/7 será um grande reencontro!

Não é sempre que conseguimos agenda para reunir todo o time. Eu e o Deeley, que estamos na estrada mais direto, montamos a Família Da Guedes para suprir uma demanda de shows que continua crescendo. Criamos esse projeto paralelo com o objetivo de manter o nome do grupo ativo e reunimos convidados em cada apresentação. É gente da nova e da velha escola. Apresentamos músicas do grupo e de nossos trabalhos solos, além recebermos a contribuição de artistas dos locais por onde passamos. É uma grande família e estamos visitando nossos parentes espalhados pelo mundão!

Tu vais ser o player de rap do Sub Club Cultural — o cara que agenda artistas do gênero no espaço. O que podemos esperar? Grandes nomes ou gente nova que vem mandando brasa?
Nitro Di — Primeiramente, apreciei muito o convite da casa e o tipo de parceria. Estava há um tempo querendo fazer um trabalho mais forte na Capital, colocando meu conhecimento desses anos de estrada em prática novamente.
Em relação ao que podemos esperar… As duas coisas! A parceria com o Sub Club Cultural vai permitir uma agenda que contemple novos artistas locais e faça a conexão com nomes consagrados, inclusive de outros Estados. Pretendo organizar essa demanda da melhor forma, proporcionando ao público um espetáculo de qualidade. A proposta e a estrutura do local já colaboram para que isso tudo aconteça.


O rap meio que faz o que o rock e o pop faziam no passado, que é se conectar e conversar com o público. O lance de gerar identificação forte por meio de uma sonoridade e o que está relacionado à ela. Porque achas que o gênero tem essa capacidade nos dias de hoje? E o que levou os estilos citados anteriormente a perderem audiência, na tua opinião?

Nitro Di — É complicado afirmar isso, pois todos os estilos musicais passam por altos e baixos. O que percebo é que o que mais atrai o jovem de hoje é o protagonismo: ele não quer só assistir, ele quer fazer. O rap é uma música que facilita esse caminho, basta um beat e uma rima. A produção musical do nosso gênero cresce de forma gigantesca e isso proporciona uma evolução monstruosa. Essa geração se sente representada pelo hip hop, seja cantando, dançando ou fazendo arte. É uma cultura de inclusão, talvez essa percepção tenha fidelizado o público.

Ter um programa como o Mix Tape, na Atlântida, rádio do segmento jovem de maior audiência no RS, talvez seja a prova do que foi dito na questão anterior. Como é lidar com a responsabilidade de ser o porta voz do rap para um público que, certas vezes, acaba até conhecendo mais sobre esse tipo de som depois de te escutar no dial?
Nitro Di — É uma grande responsabilidade! Meu programa atinge toda a rede, que contempla Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Desde que assumi, em 2007, sabia o tamanho do desafio. A preocupação de entregar um programa de rap que o público da rádio assimile e de agradar ao pessoal que já conhece o gênero requer um trabalho dedicado de pesquisa semanal, garimpando artistas locais, nacionais e estrangeiros. Cada domingo entrego uma "mixtape" inédita de duas horas, com lançamentos da semana e clássicos que não podem faltar.

O que não posso esquecer, além das minhas raízes, é que estou na maior rádio comercial do sul do Brasil. O que me mantém lá há mais de 10 anos, além do crédito que a emissora me dá, é o bom senso. Existem músicas que não são feitas para tocar no nesse tipo de FM, inclusive algumas das minhas. Acredito que o povo que me acompanha já se deu conta disso. Agradeço também aos nossos ouvintes e colaboradores!


Enviado por Homero Pivotto Jr. 
Jornalista e assessor de Imprensa

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Da Guedes: rappers fazem show com formação original no Sub Club Cultural em POA


O Da Guedes tá aí e não para! Um dos mais renomados e inventivos grupos da cena hip-hop gaúcha continua ativo desde 1993. O tempo passa, mas os rappers sabem como lidar com o Dr. Destino a seu favor. E é desse jeito que eles seguem, mostrando a cultura das ruas para quem quiser ver e ouvir. E o que vai ser agora? Bom, a jornada segue com um show especial no Sub Club Cultural (Joaquim Nabuco, 288), dia 14 de julho, sábado, às 23h. A apresentação coloca no palco a formação original do conjunto — Baze , Nitro Di e DJ Deelay — e promete um repertório afú, recheado de clássicos, como ‘Dr. Destino’, ‘Bem Nessa’, ‘Minha Cultura’, ‘O Tempo Passa’, ‘POA’ e ‘Jogo da vida’. Os ingressos, limitados, custam entre R$ 20 e R$ 30 e estão disponíveis nos pontos de venda listados a seguir.


Crédito: True Design

Formado em Porto Alegre, no ano de 1993, o Da Guedes é de uma época em que despontaram várias bandas que modificaram o cenário musical brasileiro que, atualmente, tem no rap uma de suas grandes forças. O grupo, que se conecta com o público por meio rimas e beats que se tornaram clássicos, já dividiu o palco com Planet Hemp, Ultramen, Racionais MC’s e Thaíde & DJ Hum. O que não é pouco, pois ajudou a popularizar o estilo e chamar mais a atenção para a arte produzida nas periferias de Porto Alegre. O reconhecimento não vem só do público, mas também da crítica, que já deu ao Da Guedes distinções como melhor grupo de rap do Prêmio Açorianos de Música (1999), Prêmio Hutúz de melhor banda de rap nacional (2004) e indicações ao Video Music Brasil da MTV, entre outros.

A banda tem quatro discos na bagagem: Cinco Elementos (1999), Morro Seco Mas Não Me Entrego (2002) e DG vs a Luz Falsa Que Hipnotiza o Bobo (2004), além de um acústico gravado no Opinião e lançado em 2008. Após colocar no mercado o registro desplugado, que também saiu em DVD, o grupo deu tempo até 2012. Felizmente, com mais de duas décadas de atividade, Baze, Nitro Di e DJ Deelay mantêm o grupo ativo e comprovam sua essência no palco. Porque o Da Guedes tá aí e não para!

Acreditamos que o rap é essencial, e é por isso que o estilo tem lugar no Sub Club Cultural.



Serviço:
Da Guedes
Local: Sub Club Cultural (Joaquim Nabuco, 288)
Quando: 14 de julho (sábado)
Horário: 23h

Ingressos:
Lote promocional — R$ 20,00
Primeiro lote — R$ 25,00
Na hora — R$ 30,00

Pontos de venda:
Sub Club Cultural — Rua Joaquim Nabuco, 288. Fone: (51) 99129-1507

Verse Centro Poa — Rua dos Andradas, 1.444 (loja 06 da Galeria Chaves). Fone: (51) 3105-3370 Funcionamento: seg a sex (das 9h às 19h) e sáb (das 9h às 17h)

Verse Lindóia — Av. Assis Brasil, 3.522 (loja 101 do Lindóia Shopping). Funcionamento: seg a sáb (das 10h às 22h) e dom (das 13h às 19h)

Atenção:
Classificação: 18 anos
É OBRIGATÓRIO o acesso ao evento com algum documento oficial de identificação que tenha foto
Casos de assédio, abuso, racismo e homofobia não serão tolerados

Produção : Nitro Di / Adversus Produtora
Grooveproduçãoefotografia

Apoio:
PROGRAMA MIX TAPE
Insta/Twitter: @progmixtape
Loja Verse
Santa Madre Tattoo

Mais informações sobre agenda, atrações e promoções nas redes sociais do Sub Club Cultural:
Facebook
Instagram
www.subclubcultural.com

Enviado por Homero Pivotto Jr.
Jornalista e Assessor de Imprensa