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segunda-feira, 28 de setembro de 2020

27° Porto Alegre em Cena: programação completa

Uma grande jornada terá início por novos cenários, dentro e fora de casa, além de transformações culturais inimagináveis. Começa no dia 21 de outubro a 27ª edição do Porto Alegre em Cena, um dos mais importantes festivais Internacionais de artes cênicas

A 27ª edição do Porto Alegre Em Cena, que estreia no dia 21 de outubro e encerra no dia 31 de outubro, é uma mostra da reivenção e da transformação da arte e a forma como o público assiste e entende o teatro. Os palcos agora são virtuais, assim como as ruas de Porto Alegre e a casa de cada um dos espectadores. A proposta consiste em uma nova forma de teatro. Ou várias! 

Para dar início a programação do festival, a estreia nacional da video-performance-instalação Marcha À Ré (dia 21 de outubro, às 21h), que é um filme de Eryk Rocha, a partir da performance do Teatro da Vertigem e Nuno Ramos. "Esse trabalho é um dos acontecimentos mais importantes do ano e marca o início do processo de co-produções do Porto Alegre em Cena. Fizemos esse trabalho em conjunto com os artistas e a Bienal de Performance de Berlim”, comemora o diretor do Festival, Fernando Zugno.


Cena do espetáculo Body A. Crédito: Arne Schmitt


Em seguida, a produção escocesa Body A (de 21 a 30 de outubro, sempre às 20h30), uma vídeo-instalação, de Colette Sadler e Mikko Gaestel. A obra reenquadra a ideia de tecnologia e testa limites sobre a relação entre humano e não humano, entre corpo e dados/informação. O espetáculo ganha transmissão no Canal em Cena e também projeções em prédio de Porto Alegre. Ao lado de As I Collapse (dias 29 e 30 de outubro – 18h, 18h45, 20h e 20h45), original da Dinamarca, as duas produções correspondem as atrações internacionais desse ano.

 

Serão utilizadas plataformas de comunicação digital, como tantos outros já fazem, mas o Em Cena também vai interagir com o público de uma forma que nuca foi feita. Serão apresentações individuais, locais, internacionais, nacionais, lives, discussões e o formato será por meio de projeções, ligação telefônica, WhattsApp, Zoom, e-mail, Instagram, YouTube, Spotify, Deezer.  

 

Dessa maneira, por meio das ferramentas da internet, será levada arte ao público sem fronteiras geográficas. Terá cenários sonoros – com os sons do sertão e a galeria virtual do Teatro Máquina, assim como nos semáforos da capital gaúcha e projeções em grandes edifícios pela cidade. Definitivamente, será uma nova forma de ver e fazer a arte cênica. 

 

Entre as exibições nacionais estão confirmados Sete Estrelas do Grande Carro 2015-2020: livro digital e galeria virtual do Teatro Máquina de Fortaleza, Marcha À RéJuntos e Separados da Anti-Status Quo de Brasília, Tudo que coube em uma VHS do grupo Magiluth de Recife e a residência artística Forte da Inquieta Cia. de Fortaleza com os artistas de Porto Alegre. Além dos espetáculos e produções locais inscritos e selecionados por meio de chamamento público. Os convidados pelo festival irão executar, sem aglomerações, as instalações urbanas-humanas em pontos específicos da cidade. Entre os destaques dos conteúdos reflexivos e formativos estarão oficina e master class com Janaina Leite, enquanto Valéria Barcellos conduz discussões diversas sobre representatividade.

 

Neste ano, os palcos de teatros locais não serão ocupados pelo festival, mas o preenchimento será feito com novas ideias de manifestações, de criações e de espetáculos. O isolamento social não exige isolamento cultural. E a 27ª edição do Porto Alegre Em Cena será, ao mesmo tempo, a prova disto e um registro histórico de como fazer teatro em um cenário tão adverso como o atual.  

 

ALGAS LUMINOSAS E SOBREHUMANOS

Parte do cenário será mandado para a casa do espectador, como no espetáculo As I collapse (Enquato eu colapso, em tradução livre), da Recoil Performance Group, que aborda a interação entre os seres vivos por meio da água. O inovador espetáculo do grupo de Copenhagen é uma das atrações que ilustra a contemporaneidade desta edição, assim com o tema do Porto Alegre Em Cena em 2020: #ocorpofuturo. As apresentações serão ao vivo, pelo Zoom.

 

“Somando as oito apresentações ao vivo, teremos público de, no máximo, 160 espectadores. Depois de comprar o ingresso, o público que mora em Porto Alegre, receberá algas luminosas em casa. Essa alga deverá ser cuidada até a apresentação e usada em uma meditação/reflexão, conduzida por áudio, enviado por um link. O resto é surpresa”, antecipa Fernando Zugno, coordenador geral e curador do Em Cena.

 

Body A traz para o presente um corpo futuro. Criado por meio da tecnologia, Body A é uma fusão entre homem e máquina, gerando uma criatura compreendida como übermensch, ou sobrehumano

 

OS NÚMEROS NAS RUAS, GALERIAS, TELAS E PRÉDIOS

A mesma rota de viagem para o futuro norteia os espetáculos, apresentações e performances nacionais e locais.

Ao todo serão:

- 20 conversas sobre criações (10 nacionais e internacionais e 11 locais);

- 10 performances locais no projeto Em Quadros;

- 10 espetáculos/obras locais do Braskem em Cena;

- 5 instalações urbanas-humanas presenciais (duas apresentações cada);

- 5 lives comandadas por Valéria Barcellos com convidados especiais;

- 11 programas de podcast comandado por Bruna Paulin apresentando a agenda diária do festival e críticas e comentários do dia anterior;

- 10 apresentações de áudio-teatro;

- 1 galeria virtual: com livro digital, instalação sonora, video-performance e video-instalação documental do Teatro Máquina;

- 3 obras internacionais: apresentação do texto Corpo Futuro de Ricardo Cabaça (Portugal) / Body A (Escócia) / As I Collapse (Dinamarca);

- 3 obras nacionais: Marcha À Ré, Tudo que coube em uma VHS e Juntos e Separados;

- 1 residência artística virtual com a Inquieta Cia e as/os artistas de Porto Alegre Carina Levitan, Julha Franz, Mailson Fantinel, Rita Rosa, Robson Lima Duarte e Sissi Betina Venturin;

- 1 Master Class com Janaína Leite;

- 7 oficinas práticas e teóricas;

- 4 galerias presenciais com instalações diferentes em cada uma.

 

GALERIAS

O público poderá agendar as visitas diretamente com as galerias que estarão abertas para visitação entre 18h e 22h. As obras serão exibidas de forma contínua e o público poderá aproveitar a saída para conhecer todas e fazer um pequeno tour por galerias independentes em Porto Alegre:

- Galeria .ISTA - (051) 99891-1364 - R. São Salvador, 461;

- Galeria Bronze - (051) 99367-2336 ou bronzeresidencia@gmail.com - R. Duque de Caxias, 444;

- Galeria La Photo - (051) 99963-0807 - Travessa da Paz, 44;

- Casa Musgo - (051) 4066-5422 ou contatocasamusgo@gmail.com - Rua Vieira de Castro, 80.

 

Longe dos palcos, é nas ruas da capital gaúcha que o Em Cena também se projetará. Bonecos gigantes tornarão ainda mais visíveis as artes cênicas, assim como o Oasis Urbanos, com o artitas do grupo Mascara EnCena, que percorrerá parte da cidade com uma paisagem/cenário em mini trio elétrico, garantindo alegria e arte ao público no período de distanciamento social, obedecendo a todos os protocolos de segurança que o período exige.  “Vamos surpreender as pessoas nas ruas, nas paradas de ônibus e mesmo quem está em casa, na janela, sempre às 17 horas, com muitas performances públicas ao longo desses dez dias”, conta Zugno.

 

Apesar de todas as restrições, o festival nunca foi tão internacional e local ao mesmo tempo. Afinal, pelas redes sociais e pelo próprio canal de TV online o Em Cena ganha um alcance até então inimaginável. A preparação foi intensa para esse novo momento e a ansiedade já é grande por essa estreia, assim como o público também deve estar. 

 

Para montar a programação uma intensa busca foi feita para saber o que diferentes grupos teatrais estavam fazendo neste momento tão especial e inédito para atores, músicos, diretores, produtores e público. A 27° edição do Porto Alegre Em Cena reúne, ao longo de dez dias, uma mostra do que o mundo do teatro está fazendo para se superar, criar e provocar as pessoas em tempos de pandemia. Não apenas animar e divertir, mas trazer a reflexão para todos os palcos, presenciais, abertos, digitais e auditivos. 

 

A FORÇA DO ÁUDIO ENTRA EM CENA

A acessibilidade é uma das prioridades do festival. Além de tradução para Libras de todas as peças e debates, os podcasts irão além da produção de conteúdos como entrevistas e bate-papos. A programação será enriquecida com episódios da Crônica do Amanhãpodcast de ficção que promete aguçar os espectadores. Crônicas do Amanhã são dramaturgias já pensadas para este universo, e não uma adaptação com audiodescrição de espetáculos visuais, em episódios de aproximadamente dez minutos cada. “São criações focadas desde o início no aguçamento auditivo”, destaca Zugno.

 

Ao buscar referências nacionais e internacionais sobre o teatro em tempo de pandemia, o Em Cena quer ser um catalisador para que grupos locais desenvolvam novos trabalhos, pensem e executem a arte digital.

 

FORMAÇÃO E REFLEXÃO

Ou seja, com tantas atrações, o festival estará nas telas, mas também a céu aberto, com performances e projeções em galerias parceiras e prédios públicos. Serão galerias virtuais, e-books e web documentários. Terão ainda debates e reflexões sobre o hoje e o amanhã. Serão exercícios e testes de novas formas de estar em cena.

 

No contexto educativo, um dos destaques é a master class com a dramaturga Janaína Leite, uma das grandes pesquisadoras de artes cênicas. Autora da obra Autoescrituras Performativas: do diário à cena (Editora Perspectiva), Janaína tem entre os trabalhos mais recentes Stabat Mater, que recebeu o Prêmio Shell de Dramaturgia em 2019. “A Janaína tem uma proposta vertiginosa e forte, com um estudo sobre o teatro pornô e documental, por exemplo. Como o Stabat Mater viria à Porto Alegre, decidimos trazer esse trabalho de forma virtual, com debate posterior e oficina de dramaturgia”, comemora Zugno.

 

Entre as lives, um dos grandes destaques é a série de bate-papos conduzidos pela cantora Valéria Barcellos, que saiu do interior do Rio Grande Sul para brilhar na cena nacional e internacional. Com sua bela voz, seu humor, parcerias celebradas, premiações e sua já característica irreverência, Valéria versa sobre a importância e urgência de ser quem se é.

 

REVISTA DE ARTE

Uma das importantes ações do Em Cena pandêmico foi a criação da Corpo Futuro, uma revista de arte grandiosa, produto raro no Brasil, de 25x36cm com importantes artigos exclusivos, depoimentos de pensadores que estão conectados com questões que envolvem as linhas de curadoria do festival. Muitos pesquisadores como Donna Haraway, Bell Hooks, Ailton Krenak, Eliane Brum, Nuno Ramos, Raimunda Gomes da Silva, Castiel Vitorino Brasileiro e Jota Mombaça, Daniel Thomas, entre tantos outros dividem suas palavras e pensamentos nesta publicação. A imagem ganha um espaço muito importante nessa revista para que o espectador possa não apenas se informar, mas contemplá-la, como uma obra de arte. Algumas das imagens são obras criadas especialmente para Corpo Futuro por Xadalu e Rafael Rodrigues, por exemplo. Outras fotos e colagens são de artistas como Vic Macedo, Alma Negrot e Thiago Martins de Melo. A revista será lançada no dia de abertura do Porto Alegre em Cena e estará disponível em livrarias da cidade como Baleia e Bamboletras.

 

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

Dia 21/10:

16h – Conversa em cena

17h – Ritual de Sobrevivência Urbana

18h – Conversa em cena

19h – Grupo teatral local inscrito e selecionado

20h – Emquadros

20h30 – Body A

21h – Vertigem

21h – A Marcha à Ré

 

Body A

É um vídeo instalação de Colette Sadler e Mikko Gaestel. Faz uso de um objeto monolítico solitário para vasculhar relíquias do ser humano, seus gestos, imagens e artefatos. Sem carne, sem desejo, sem morte, essa agência algorítmica especula a partir da perspectiva da alteridade futura. Em um Learning From The Future os autores inventaram um corpo protótipo que tem o nome de Body A. E só tem esse corpo, ou seja, ele não é social e não vive em comunidade. O corpo na peça reenquadra a ideia de tecnologia e testa limites sobre a relação entre humano e não humano, entre corpo e dados/ informação.

 

A Marcha à Ré

Performance-filme como luto político, A Marcha à Ré é uma performance-filme criada pelo Teatro da Vertigem em colaboração com Nuno Ramos, comissionada pela 11ª. Bienal de Berlim, e filmada por Eryk Rocha. Trata-se de um cortejo de veículos que se deslocará em sentido inverso do usual, em marcha à ré. Durante o percurso, haverá uma dramaturgia sonora composta, em parte, de sonoridades emitidas pelos veículos que remetem ao som de respiradores utilizados no tratamento de pacientes com coronavírus, que necessitam de ventilação mecânica em unidades de terapia intensiva (UTI). O trabalho foi concebido com base na atual situação sociopolítica no Brasil marcada por atitudes negligentes, de um governo de extrema direita, em relação à pandemia do COVID-19, assim como de ações autoritárias contra a ciência e os direitos humanos, liberdade de expressão artística e de livre pensamento, afetando artistas, jornalistas, universidades públicas, bem como a comunidade afro-brasileira, mulheres, indígenas e LGBTQI+.

 

Dia 22/10:

12h – Valéria Barcellos

16h – Conversa em cena

17h – Ritual da Sobrevivência Urbana

18h – Conversa em cena

19h – Grupo teatral local inscrito e selecionado

Das 19h às 23h30 – apresentações a cada 30 min. – Tudo que coube em uma VHS

20h – Emquadros

20h30 – Body A

 

Tudo que coube em uma VHS

Em Tudo que coube numa VHS, o público é conduzido por um percurso em que se torna cúmplice das memórias de um personagem, cristalizadas em torno das recordações sobre um relacionamento. A ação é acompanhada via web, por meio de uma série de plataformas virtuais de comunicação e entretenimento, numa experiência individual que transporta a uma nova esfera as relações de proximidade entre ator e espectador, recorrentes na obra do Grupo Magiluth.

 

Dia 23/10:

16h – Conversa em cena

17h – Pegadas no Ar

18h – Conversa em cena

19h – Grupo teatral local inscrito e selecionado

Das 19h às 23h30 – apresentações a cada 30 min. – Tudo que coube em uma VHS

20h – EmQuadros

20h30 – Body A

 

Dia 24/10:

12h – Live Valéria Barcellos

16h – Conversa em cena

17h –Pegadas no Ar

18h – Conversa em cena

19h – Grupo teatral local inscrito e selecionado

Das 19h às 23h30 – apresentações a cada 30 min. – Tudo que coube em uma VHS

20h – EmQuadros

20h30 – Body A

21h - Lançamento Sete Estrelas do Grande Carro 2015-2020: livro digital e galeria virtual - Teatro Máquina

 

Dia 25/10:

12h – Live Valéria Barcellos

16h – Conversa em cena

17h – Oasis Urbanos

18h – Conversas em cena

19h – Grupo teatral local inscrito e selecionado

Das 19h às 23h30 – apresentações a cada 30 min. – Tudo que coube em uma VHS

20h – EmQuadros

20h30 – Body A

 

Dia 26/10:

16h – Conversa em cena

17h – Oasis Urbanos

18h – Conversas em cena

19h – Grupo teatral local inscrito e selecionado

Das 19h às 23h30 – apresentações a cada 30 min. – Tudo que coube em uma VHS

20h – EmQuadros

20h30 – Body A

21h - Apresentação do texto Corpo do Futuro de Ricardo Cabaça

 

Dia 27/10:

12h – Live Valéria Barcellos

16h – Conversa em cena

17h – Que fim levaram todas as flores?

18h – Conversa em cena

19h – Grupo teatral local inscrito e selecionado

20h – EmQuadros

20h30 – Body A

21h – Master Class – Janaina Leite

 

Master Class – Janaina Leite

Documento, memória e autobiografia na cena contemporânea

Janaina Leite – artista e pesquisadora referente nacional, através de um encontro público, contará quais são as ferramentas teóricas e práticas de criação que fazem parte de sua pesquisa, e que culminaram na escrita do livro Autoescrituras Performativasdo diário à cena, publicado pela editora Perspectiva. Neste encontro serão abordados aspectos como o trabalho sobre arquivos, a noção de testemunho e os polêmicos debates em torno da autorrepresentação e da autoficção. Essa é a base de uma pesquisa extensa que Janaina realiza tanto em nível acadêmico

quanto artístico, culminando em espetáculos como Festa de Separação: um

documentário cênicoConversas com meu pai e o mais recente Stabat Mater (Prêmio Shell de Dramaturgia e eleito melhor estreia de 2019 pelas críticas e críticos dos jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo). Após a exposição, composta de depoimento, registros fotográficos e fragmentos de vídeos, Janaina dialoga com o público.

 

Dia 28/10:

15h – Workshop dramaturgias híbridas e performativas – o potencial do documento como dispositivo de criação com Janaina Leite
16h – Conversa em cena

17h – Que fim levaram todas as flores?

17h – Juntos e Separados

18h – Conversa em cena

19h – Grupo teatral local inscrito e selecionado

20h – EmQuadros

20h30 – Body A

 

Workshop dramaturgias híbridas e performativas – o potencial do documento como dispositivo de criação com Janaina Leite

"O documento é mudo até que se lhe faça uma pergunta". A frase de Paul Ricoeur nos provoca a pensar o real não como algo dado, mas como algo que responde a chamados. Entender essa condição viva do documento, entendê-lo forma relacional muito mais do que historicizante, nos coloca diante dos riscos, do imprevisível, da mobilidade dos jogos de ressignificação que o documento propõe. Dessa forma, mais do que registro, prova, monumento do vivido, o documento passa a ser disparador para as irrupções do real, do acaso, de produção de novas experiências. O workshop parte da experiência de Janaina Leite em trabalhos como “Conversas com meu pai” e “Stabat Mater”, além de referências na arte contemporânea, para pensar o lugar e potencial do documento na produção de dramaturgias híbridas e performativas, que trabalham nos limites entre arte e vida, acontecimento e representação, experiência e registro. A partir desse referencial, o workshop teórico-prático apresentará diferentes dispositivos para que você possa pensá-los em relação a suas pesquisas e aplicá-los no desenvolvimento de projetos autorais. Período: três encontros online (via zoom) seguidos, de duas horas cada (dias 28,29 e 30 de outubro, das 15h às 17h).

 

Juntos e Separados

É um jogo de interação entre nove pessoas que, a partir da condição de isolamento social e mediados pelas telas dos computadores, descobrem uma linguagem doméstica, íntima, precária e lúdica refletindo sobre os paradoxos da situação em que vivemos e a busca por uma nova subjetividade que dê conta do momento. Cada bailarino dança e performa ‘’live”’ a partir de seus computadores pessoais, em interação virtual com os outros bailarinos por meio das múltiplas telas do ambiente de videoconferência, explorando as ferramentas disponíveis específicas do aplicativo de reuniões virtuais.

 

Dia 29/10:
12h – Live com Valéria Barcellos

15h – Workshop dramaturgias híbridas e performativas – o potencial do documento como dispositivo de criação com Janaina Leite
16h – Conversa em cena

17h – Terminal

18h – Conversa em cena

18h – As I collapse

18h45 – As I collapse

19h – Grupo teatral local inscrito e selecionado

20h – EmQuadros

20h – As I Collapse

20h30 – Body A

20h45 – As I Collapse

 

 

As I Collapse

Definido como um trabalho coreográfico para um humano e milhões de seres microscópicos, a instalação é sobre a cognição e sensibilidade entre seres vivos explorados por meio do elemento água. O formato online oferece uma ponte segura pro distanciamento social entre o espaço físico que é habitado pelo público e o espaço físico que artistas habitam, englobando o espaço virtual compartilhado onde ocorre o encontro entre ambos. O cocriador em As I Collapse é a micro alga luminosa de nome Pyrocystis Fusiformis. Ela pode produzir luz quando exposta a movimentos repentinos, tornando essa alga invisível em visível – mesmo do espaço. Lançando sua luz azul brilhante sobre a superfície do oceano, girando em grandes e numerosos fluxos, elas produzem luz suficiente para torná-los visíveis do espaço sideral. Abordando esses dois aspectos diferentes de escala e a especial habilidade desse ser microscópico, a instalação elabora um jogo mental no encontro entre o corpo humano e a alga microscópica ao convidar nossos espectadores a se juntar a uma especulação coletiva.

 

Dia 30/10:

15h – Workshop dramaturgias híbridas e performativas – o potencial do documento como dispositivo de criação com Janaina Leite
16h – Conversa em cena

17h – Terminal

18h – Conversa em cena

18h – As I collapse

18h45 – As I collapse

19h - Grupo teatral local inscrito e selecionado

20h – EmQuadros

20h – As I collapse

20h30 – Body A

20h45 – As I collapse

21h - 22h – Apresentação de FORTE, resultado da residência artística da Inquieta Cia com artistas locais

 

 

Dia 31/10:

20h – Prêmio Braskem - Noite de premiação

 

 

27º Porto Alegre em Cena é apresentado pelo  Ministério do Turismo, através da Secretaria Especial da Cultura, Secretaria de Estado da Cultura e Prefeitura de Porto Alegre através da Secretaria Municipal da Cultura. Conta com patrocínio de Itaú, PMI Foods, Braskem e Panvel Farmácias. Tem apoio de Sinergy, RBS TV, TVE e FM CulturaPrimeira Fila Produções e Leão Produções são as agentes culturais. O projeto é financiado pelo Pró-cultura RS, Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
 

Enviado por Agência Cigana

sábado, 3 de março de 2018

Phil Collins e The Pretenders: um encontro nunca imaginado em POA



Porto Alegre foi a capital escolhida para encerrar a tour brasileira que passou pelo Rio de Janeiro e São Paulo, antes de desembarcar em solo gaúcho.

Dois dos maiores nomes do pop rock do mundo. 
Numa mesma noite, The Pretenders e Phil Collins compartilhando um mesmo palco. 
Algo impensável há pouco tempo atrás, um encontro nunca imaginado.


Duca Leindecker  foi a primeira atração a subir ao palco na noite de shows da última terça-feira, dia 27 de fevereiro, no Estádio Beira-Rio em Porto Alegre.

O cantor que já abriu os shows de Bob Dylan e David Gilmour, abriu a noite para outras duas lendas da música mundial.

Segundo Duca declarou recentemente, o músico britânico e sua antiga banda, Genesis, influenciaram a sua carreira, que já contabiliza mais de 30 anos.

Nos primeiros minutos da apresentação começou a chover. E essa chuva foi aumentando de intensidade até virar uma tempestade.

O público presente enfrentou a chuva; vestiram capas e aproveitaram o show.
Todos foram contagiados pela música de Duca.
Foi bonito ver o público cantando junto com o músico, sem se importar com a intempérie do tempo.

O cantor, compositor e instrumentista iniciou a sua apresentação solo pontualmente às 18h45. Tocando as músicas mais importantes da sua carreira solo e também do "Cidadão Quem"  como "Dia Especial", "Pinhal" e "Girassóis" entre outras. Veja setlist a seguir.

Antes de encerrar seu set, o músico agradeceu muito ao público e brincou que ia tocar "Girassóis" no meio daquela chuvarada. (risos)



"É sempre uma grande oportunidade abrir para grandes shows, e uma honra. Foi demais tocar antes de Pretenders e Phil Collins no Beira-Rio! Foi muita chuva, mas com muita vibe" declarou, Duca Leindecker, ao Rocksblog.

Antes de deixar o palco anunciou que no final do corrente mês lançará seu novo disco, "Baixar Armas", primeiro trabalho depois de "Plano Aberto" de 2015.


Setlist:

Música Inédita

Mais uma pra garantir
Dia Especial
Amanhã Colorido
Bossa
Ao Fim de Tudo
Iceberg
Do nosso tempo
Pinhal
Girassóis



Por causa da forte chuva, que começou durante a performance da atração local da noite, os shows  posteriores foram atrasados, até por segurança das próprias bandas, bem como das equipes técnicas. 

Valeu a pena essa espera, pois quando a banda de rock anglo-americana The Pretenders uma das mais importantes bandas de rock criada no final dos anos 70,  iniciou a sua performance, a tempestade tinha se dissipado.  



A banda capitaneada pela estadunidense Chrissie Hynde (vocal e guitarra) conta com Nick Wilkinson (baixo), James Walbourne (guitarra), Eric Heywood (guitarra), Carwyne Ellis (teclados) e Martin Chambers (baterista). Da formação original só Chrissie e baterista permanecem. 

Num palco minimalista a banda mostrou como se faz o bom, velho e único Rock N' Roll, com direito a muitos riffs, solos. 

O grupo apresentou músicas recentes da banda, da carreira solo da frontwoman e covers que agitaram o público. Quando da execução dos clássicos como “Back On The Chain", "Don't Get Me Wrong" o público cantou a plenos pulmões junto com Chrissie.

Quando da execução de "I'll Stand by You"...A emoção tomou conta dos presentes. 
Muitos se emocionaram ao ouvir sucessos que até hoje tocam em rádios, que embalaram a sua juventude, alí diante deles, entre eles me incluo. Veja o setlist abaixo.



Chrissie tem nada menos do que 66 anos de idade. 
Quem a vê em ação custa a acreditar nisso, tamanha a vitalidade da cantora, além da sua ótima forma física. 

Na hora penso, naquela premissa, quando se faz o que se gosta, não tem erro.
Se sente, nitidamente, o prazer com que ela se apresenta. 
Abre aspas, no quesito energia, atitude, difícil superar a cantora. 



"Middle of the Road" fechou com chave de ouro o set;  com direito a solo de Chrissie na gaita harmônica. Arrebatou a todos os presentes. 

E que voz belíssima, forte, afinada!! Mesmo timbre marcante de sempre. 
Faz juz ao apelido "Dama do Rock".
Longa vida, Chrissie Hynde!!
Longa vida, Pretenders!!

O público era formado numa grande parte por pessoas na faixa dos 30 aos 50 anos, mas também se viam muitos jovens. Pais levando filhos, avós acompanhando netos, casais...Um público bem heterogêneo. 

 

Setlist:

Alone
Talk Of The Town
Back On The Chain Gang
Private Life
Message Of Love
Hymn To Her
Stop Your Sobbing (The Kinks cover)
Brass In Pocket
I'll Stand By You
Forever Young (Bob Dylan cover)
Down the Wrong Way (Chrissie Hynde song)
Don't Get Me Wrong
Mystery Achievement
Middle Of The Road







Eram 22 horas quando Philip David Charles Collins, mais conhecido como Phil Collins, atração principal da noite iniciou a sua performance. Foi ovacionado ao subir no palco.

"Boa noite, Porto Alegre. Isso é tudo que eu sei em português", disse o músico.

Ao contrário dos Pretenders, Phil trouxe um aparato tecnológico de peso, com telões, spots.
Uma banda composta de 14 músicos, destaque para o Leland Sklar (baixo) e Daryl Stuermer (guitarra) que pertencia ao Genesis, os backing vocals e o quarteto de metais.

O músico britânico, como domínio público, está impossibilitado de tocar bateria, está se locomovendo com o auxílio de uma bengala e canta sentado numa cadeira durante todo o show. Mas a sua voz está em ótima forma, afinada, com vocais precisos.
Phil Collins dominou a multidão que compareceu no Beira-Rio durante todo o show.

Quanto às baquetas? Elas estão em muito boas mãos.
Nicholas Collins, de 16 anos,  mostrou que tem o DNA da música, assim como seu progenitor. 

O setlist irretocável, passou pela carreira solo do britânico, aliás é a primeira vez  que o hitmaker se apresentou, em turnê solo, em Porto Alegre. O músico só havia se apresentado por aqui com a sua ex banda, o Genesis, banda que o tornou conhecido. Obviamente o repertório também contou com sucessos da banda de rock progressivo como "Follow You Follow Me" e "Invisible Touch".Veja abaixo o setlist completo.



A  mega performance de aproximadamente 1h30 Phil Collins termina com  a animada "Sussúdio", com uma chuva de confete e serpentina.

Os músicos se despedem e saem do palco. Retornando  rapidamente para  um bis pequeno,  com "Take me Home".

Quando as luzes foram acessas, só se viam sorrisos.
Se viam também pessoas paradas olhando para o palco como se não acreditassem no espetáculo que acabaram de presenciar. Algumas pessoas paradas, perplexas com o que acabaram de assistir, sem vontade de ir embora, mas sempre com sorrisos em seus rostos.
É nesse momento que se entende o por quê de Phil Collins ter vendido mais de 100 milhões de discos. Poucos são os mortais que conseguiram esse feito.

Poucos teriam coragem de se apresentarem com essa grande impossibilidade física; poucos conseguiriam se apresentarem da forma brilhante como ele se apresentou.

Mostrou a todos que está muito vivo, vivo para enCANTAR por nuito tempo.
Mostrou que "Not Dead Yet", que literalmente, "Ainda não estou morto” como alguns pensavam.

Faltaram músicas no set? Faltaram.
É impossivel criar um set que contemple todos seus hits, é impossível criar um set completo, em se tratando de um dos maiores hitmakers que já existiram, que existem.

Acredito que muitos dos felizardos que compareceram ao show ainda estejam rememorando o histórico show.

Nós estamos no início do ano de 2018 e ouvi pessoas falando que assistir esse show já valeu pelo ano inteiro. Esse show, com certeza, será um dos melhores shows da década.

Que bom, que ótimo para nós que Phil Collins voltou aos palcos, revertendo a sua aposentadoria.

Longa vida à boa música!!
Longa vida a Phil Collins!!




Setlist:

Against All Odds (Take a Look at Me Now)
Another Day in Paradise
I Missed Again
Hang in Long Enough
Wake Up Call
Throwing It All Away (Genesis song)
Follow You Follow Me (Genesis song)
Only You Know and I Know
Separate Lives (Stephen Bishop cover)
Something Happened on the Way to Heaven
In the Air Tonight
You Can't Hurry Love (The Supremes cover)
Dance Into the Light
Invisible Touch (Genesis song)
Easy Lover (Philip Bailey cover)
Sussudio
Bis:
Take Me Home


Fotos: Marcos Nagelstein/Agência Preview

Agradecimentos à Agência Preview