No último domingo, dia 14 de dezembro, a banda de rock progressivo/ heavy metal Maestrick formada por Fabio Caldeira (Voz, piano e teclados), Renato “Montanha” Somera (Baixo e vocais), Heitor Matos ( Bateria e percussão), e Paulo Pacheco (Guitarra) , apresentou-se no Vila Dionísio em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.
O evento teve três horas de duração, e incluiu a apresentação na íntegra do álbum debut da banda, "Unpuzzle!", mais covers de clássicos do rock e duas músicas inéditas do vindouro álbum, ainda sem título divulgado, mas que encontra-se em pré-produção.
Leia a resenha do show feita por Marcelo Moreira publicada no Combate Rock/UOL. Imagem: pocbit
Embalada pela liderança nas vendas de DVDs em algumas lojas da
Galeria do Rock, em São Paulo, a banda Angra já se prepara para iniciar
em 2014 os trabalhos para a composição de músicas que eventualmente
estarão no próximo CD – e com o italiano Fabio Lione nos vocais, ao
menos para esse trabalho.
Empolgado e falante, alternando inglês e uma mistura de espanhol com
português, o por enquanto vocalista temporário do Angra afirma que
cantar com o quinteto paulistano é um dos pontos altos de sua carreira.
“Fiquei honrado com o convite para trabalhar com o grupo e creio que
fizemos bons shows em 2013. Minha performance no DVD foi muito boa, em
minha opinião, e creio que o público está respondendo bem”, disse Lione
durante o lançamento oficial do trabalho na noite desta segunda-feira
(18), em São Paulo.
O cantor italiano, com passagens por Rhapsody on Fire e Vision Divine
– ainda está vinculado às duas bandas italianas – evita definir o seu
futuro com o Angra, mas dá pistas de que a gravação de um eventual CD
com músicas inéditas em 2014 pode mudar o seu status de convidado para
fixo. Ele parece estar totalmente integrado ao grupo, seja nas conversas
informais, seja no palco, como fica claro no DVD
“Angels Cry 20th
Anniversary Tour”, gravado em agosto último no HSBC Brasil, em São
Paulo.
A edição brasileira é dupla, com DVD e um CD de áudio com parte
do show.
Em quatro meses o italiano conseguiu mudar algumas impressões a
respeito de sua performance. No seu primeiro show no Brasil, no
Live’n'Louder, no Espaço das Américas, realizado no primeiro semestre,
Lione foi bem, mas parecia deslocado cantando os grandes clássicos do
grupo. À primeira vista, não combinava com os tons mais altos de algumas
canções, bem como a velocidade delas.
A situação mudou meses depois na apresentação especialmente agendada
para gravação do DVD. Seguro, confiante e confortável, o vocalista
italiano esbanjou categoria e deu uma dinâmica diferente a clássicos
como “Nothing to Say”, “Waiting Silence” e “Lisbon” e superou as
expectativas no grande hit “Carry On”. Mais contido em relação ao seu
estilo original no Rhapsody of Fire, que é mais operístico, mostrou
energia e vigor ao encarar o exigente público paulistano e o mais
exigente – e desconfiado – cartel de fãs do Angra.
Lançado pela Substancial Music, gravadora que está na contramão do
mercado – para a sorte de quem gosta de boa música - o DVD do Angra é
uma produção de alta qualidade, com variedade de câmeras e um trabalho
admirável de direção e edição. Com cortes precisos, enquadramentos
surpreendentes e captação de som perfeitos, pode ser definido como uma
das melhores produções de vídeo feitas no Brasil, ao menos no segmento
do rock.
Não chega a ser inovador, nem mesmo ousado – e nem era essa a
intenção. Com o Angra tocando com a “faca nos dentes” depois de um
período conturbado e de indefinições, a ideia do quarteto brasileiro era
voltar ao mercado e mostrar que ainda estava vivo e forte, ainda que
com um vocalista temporário. Perfeição técnica e agilidade na edição
eram as prioridades para realçar a qualidade musical enorme dos músicos.
Não que o projeto não fosse ambicioso – pelo contrário -, mas o momento
exigia menos invenção e mais energia. Conseguiram entregar um ótimo
trabalho.
“Nunca duvidamos da força do Angra, mas passamos por alguns problemas
nos últimos tempos, o que reforçou a nossa tenacidade em enfrentá-los e
responder com o nosso melhor, e creio que o o DVD ficou do jeito que
imaginávamos e queríamos, com um grande show e um produto de grande
qualidade técnica”, diz o guitarrista Rafael Bittencourt, responsável
pelos vocais na energética “The Voice Commanding You”.
Logo em seguida, a bela “Late Redemption” dá uma respirada no shows, e
introduz o set acústico conduzido pelos dois guitarristas, Bittencourt e
o virtuoso Kiko Loureiro. “Reaching Horizons” e a recente “A Monster in
Her Eyes” mostram Bittencourt como um bom cantor, como já havia ficado
claro em seu projeto paralelo, o Bittencourt Project. “Sempre cantei nas
demos e creio que consigo me sair bem, mesmo não sendo um frontman”,
disse o guitarrista.
A parte acústica inicia o momento alto da obra, com a entrada dos
convidados. A família Lima consegue um ótimo resultado no trio de
violinos em “No Pain for the Dead” e “Stand Away”, sendo que esta conta
também com a musa Tarja Turunen, ex-Nightwish, em um dueto
impressionante com Lione, onde os dois mostram os dotes operísticos.
Na sequência, o mestre Uli John Roth, guitarrista alemão que fez
parte dos Scorpions, aparece para o ápice da apresentação, acompanhando a
banda e Tarja em uma versão inspiradíssima de “Wuthering Heights”,
clássico pop dos anos 80 na voz da ótima cantora Kate Bush.
A moça esbanjou carisma e entusiasmo, enquanto o guitarrista alemão
tocou guitarra como se estivesse digitando em um teclado de computador,
tamanha a facilidade com que toca. Na música seguinte, o convidado foi o
baterista Amílcar Christófaro, que não decepcionou em “Evil Warning”. A
família Lima, agora em um quarteto de cordas, volta em “Unfinished
Allegro/Carry On”, que foi um teste duro para Lione (e ele foi bem).
É bom ver o Angra de volta e com vontade de tocar, aparentemente
deixando os fantasmas no passado. O desânimo, como Bittencourt diz no
palco, quase dominou a vida dos integrantes, e por isso tem o clima de
celebração e comemoração. Fabio Lione está contando as horas para ser
efetivado e mostra a garra necessária no DVD para integrar o time. A
lamentar apenas a curta participação de Uli Jon Roth. Não é todo dia que
o mestre alemão sai de casa para tocar como convidado.
O Angra se apresentará em São Paulo no dia 30 de novembro no Espaço Victory, casa localizada na Penha, na zona leste da cidade. O show faz parte da turnê que comemora 20 anos de lançamento do clássico álbum “Angels Cry”.
Os ingressos estã à venda na Galeria do Rock (loja Hellion), Santo André (Metal CDs) e no site da Ticket Brasil, desde o dia 31 de outubro. Os valores para a Pista são os seguintes: R$ 30,00 (1° lote estudante/promocional), R$ 40,00 (2° lote estudante/promocional), R$ 60,00 (1° lote inteira) e R$ 80,00 (2° lote inteira).
Na matéria "Europa é um caminho, mas não a solução para o metal nacional", do renomado jornalista do Grupo Estado, Marcelo Moreira, publicada no Combate Rock (Estadão), na última semana, a banda formada por Fabio Caldeira (Voz, piano e teclados), Renato “Montanha” Somera (Baixo e vocais), Heitor Matos (Bateria e percussão), Paulo Pacheco (Guitarra) e Beto Vanella (Guitarra) é citada como uma das próximas bandas que deve alçar voo em direção à Europa.
"E Maestrick, no momento, parece ser a maior aposta entre as bandas nacionais de heavy metal para seguir muito em breve os passos do Shadowside. A banda de São José do Rio Preto é mais uma que mergulhou no prog metal, mas de uma maneira diferente: seu primeiro álbum, também distribuído na Europa, faz uma mistura bem mais radical de elementos brasileiros com o progressivo, indo além dos bem-sucedidos experimentos do Angra nos primórdios, nos álbuns “Angels Cry” e “Holy Land” citou o jornalista.
O Maestrick que recentemente lançou o CD "Unpuzzle!" na Europa via Power Prog, tem o lançamento, do referido álbum, no próximo dia 05 de agosto nos EUA via Nightmare Records.
Os próximos shows do quinteto ocorrem, respectivamente, no dia 17 de agosto no Rio Preto Rock Festival ( São José do Rio Preto, SP) e no mês de novembro, em data a ser divulgada em breve, no PowerShock (Santiago, Chile) .
O cantor e músico MARIO PASTORE é um homem discreto. Seu jeito aparentemente sossegado esconde uma personalidade forte e um profissional que batalha duro há anos – assim como milhares de outros bons músicos no rock pesado nacional. A diferença é que PASTORE canta muito, ombreando-se com propriedade com EDU FALASCHI (ALMAH e ANGRA) e ANDRÉ MATOS (ex-ANGRA e SHAMAN). Há quem diga que hoje ele supera seus concorrentes.
Na iminência do lançamento oficial no Brasil de seu segundo álbum, "The End of The Our Flames”, o músico consolida a banda que leva seu nome, credenciando-a como um dos cinco principais nomes do heavy metal nacional em 2012. E o trabalho certamente estará em várias listas de melhores do ano, com excelente produção e gravação.O álbum impressiona por ser muito pesado, bastante variado e apresentar um vigor que poucas bandas hoje têm – especialmente o ANGRA de futuro incerto. Se o último trabalho do ALMAH, “Motion”, foi muito elogiado no mundo inteiro por conta da excelente performance de EDU FALASCHI, MARIO PASTORE o supera em seu novo trabalho.
O "The End of The Our Flames" é um trabalho complexo, denso e bastante consistente, não tenho dúvida. Mais do que reunir a minha experiência de mais de 20 anos de carreira, ele é a consolidação de um estilo que venho buscando há algum tempo. Não é só um passo adiante, é evolução mesmo”, disse o cantor ao Combate Rock.
A primeira impressão ao se ouvir a música que abre “The End of Our Flames”, “Brutal Storm”, é de que estamos diante do novo trabalho dos alemães do PRIMAL FEAR, banda capitaneada por MAT SINNER (baixo) e RALF SCHEEPERS (vocais).
A impressão some quando ouvimos a faixa pela segunda vez. Em vez do heavy metal europeu mais pragmático e reto, temos um metal mais moderno, com bastante variação rítmica, ainda que persistam algumas semelhanças com os vocais de SCHEEPERS.
“Não creio que haja tanta similaridade. Essa impressão talvez possa surgir em razão das influências comuns. Já conversei com SCHEEPERS e sei que, assim como eu, um grande fã de ROB HALFORD, do JUDAS PRIEST”, diz PASTORE.
No restante do álbum, a influência da voz do PRIEST é clara e bem-vinda. “The End of Our Flames” e “Night and Day” parecem ter saído das sessões de gravação de “Resurrection”, talvez o melhor álbum da banda HALFORD. Os timbres de guitarra são densos e “gordos”, amparados pelo peso vigoroso da bateria de FABIO BUITVIDAS, que também toca na ótima banda santista SHADOWSIDE.
“Fools” é uma música com um pouco mais groove, com um baixo marcante e alto de ALÉXIS GALLUCCI, funcionando quase como uma base para a guitarra cheia e virtuosa de RAPHAEL GAZAL.
A sequência é de tirar o fôlego, com as rápidas “Empty World” e “Liar”, para desaguar na sabbathiana “When the Sun Rises”, com seu andamento lento e denso, revelando um pouco da influência de RONNIE JAMES DIO e lembrando também o falecido DAVID WAYNE, da primeira fase do METAL CHURCH.
Na reta final, o bom nível se mantém, embora de forma menos inspirada. “The World is Falling” e “Bring to Me Peace” são boas canções influenciadas levemente por IRON MAIDEN, BRUCE DICKINSON é outro cantor admirado por PASTORE. “Estamos na reta final dos ensaios para engatar uma série de shows. O novo álbum tem certa complexidade que vai exigir mais dos músicos ao vivo, o que sempre é um desafio.”
Nos mais de 20 anos de carreira, MARIO PASTORE passou por bandas interessantes como SACRED SINNER, ACID STORM e TAILGUNNERS, além da ótima DELPHT. Entretanto, o destino era mesmo montar seu próprio projeto, para buscar uma sonoridade diferente da que vinha praticando. “A carreira solo era um passo natural após deixar o DELPHT. Tenho meu próprio ritmo, quero fazer acontecer mais rápido na música e às vezes em uma banda nem todos pensam assim, seja lá qual for o motivo. Sempre quis fazer o meu som e ter controle sobre as coisas, as bandas que cantei não me agradavam profissionalmente e algumas vezes na proposta sonora também não.”
Além de cantar, MARIO PASTORE é professor de técnica vocal requisitado e mantém um projeto onde canta músicas italianas, tradicionais ou não, na Grande São Paulo, um tributo às suas origens. O CD “The End of Our Flames” deve ser lançado no Brasil em maio pela VOICE RECORDS, do ex-guitarrista do KORZUS, SILVIO GOLFETTI.