Escrito por Marcelo Moreira: Combate Rock
O "The End of The Our Flames" é um trabalho complexo, denso e bastante consistente, não tenho dúvida. Mais do que reunir a minha experiência de mais de 20 anos de carreira, ele é a consolidação de um estilo que venho buscando há algum tempo. Não é só um passo adiante, é evolução mesmo”, disse o cantor ao Combate Rock.
A primeira impressão ao se ouvir a música que abre “The End of Our Flames”, “Brutal Storm”, é de que estamos diante do novo trabalho dos alemães do PRIMAL FEAR, banda capitaneada por MAT SINNER (baixo) e RALF SCHEEPERS (vocais).
A impressão some quando ouvimos a faixa pela segunda vez. Em vez do heavy metal europeu mais pragmático e reto, temos um metal mais moderno, com bastante variação rítmica, ainda que persistam algumas semelhanças com os vocais de SCHEEPERS.
“Não creio que haja tanta similaridade. Essa impressão talvez possa surgir em razão das influências comuns. Já conversei com SCHEEPERS e sei que, assim como eu, um grande fã de ROB HALFORD, do JUDAS PRIEST”, diz PASTORE.
No restante do álbum, a influência da voz do PRIEST é clara e bem-vinda. “The End of Our Flames” e “Night and Day” parecem ter saído das sessões de gravação de “Resurrection”, talvez o melhor álbum da banda HALFORD. Os timbres de guitarra são densos e “gordos”, amparados pelo peso vigoroso da bateria de FABIO BUITVIDAS, que também toca na ótima banda santista SHADOWSIDE.
“Fools” é uma música com um pouco mais groove, com um baixo marcante e alto de ALÉXIS GALLUCCI, funcionando quase como uma base para a guitarra cheia e virtuosa de RAPHAEL GAZAL.
A sequência é de tirar o fôlego, com as rápidas “Empty World” e “Liar”, para desaguar na sabbathiana “When the Sun Rises”, com seu andamento lento e denso, revelando um pouco da influência de RONNIE JAMES DIO e lembrando também o falecido DAVID WAYNE, da primeira fase do METAL CHURCH.
Na reta final, o bom nível se mantém, embora de forma menos inspirada. “The World is Falling” e “Bring to Me Peace” são boas canções influenciadas levemente por IRON MAIDEN, BRUCE DICKINSON é outro cantor admirado por PASTORE. “Estamos na reta final dos ensaios para engatar uma série de shows. O novo álbum tem certa complexidade que vai exigir mais dos músicos ao vivo, o que sempre é um desafio.”
Nos mais de 20 anos de carreira, MARIO PASTORE passou por bandas interessantes como SACRED SINNER, ACID STORM e TAILGUNNERS, além da ótima DELPHT. Entretanto, o destino era mesmo montar seu próprio projeto, para buscar uma sonoridade diferente da que vinha praticando. “A carreira solo era um passo natural após deixar o DELPHT. Tenho meu próprio ritmo, quero fazer acontecer mais rápido na música e às vezes em uma banda nem todos pensam assim, seja lá qual for o motivo. Sempre quis fazer o meu som e ter controle sobre as coisas, as bandas que cantei não me agradavam profissionalmente e algumas vezes na proposta sonora também não.”
Além de cantar, MARIO PASTORE é professor de técnica vocal requisitado e mantém um projeto onde canta músicas italianas, tradicionais ou não, na Grande São Paulo, um tributo às suas origens. O CD “The End of Our Flames” deve ser lançado no Brasil em maio pela VOICE RECORDS, do ex-guitarrista do KORZUS, SILVIO GOLFETTI.
Fonte: Whiplash.Net
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