Fotos: Tony Capellão
Eis que chega o tão esperado dia.
Um dia que vai ficar na memória das 40 mil pessoas que compareceram à Arena do Grêmio em Porto Alegre, na última quarta-feira, dia 9 de outubro de 2019.
RAGE IN MY EYES formada por Jonathas Pozo (vocal), Magnus Wichmann (guitarra), Leo Nunes (guitarra), Pedro Fauth (baixo) e Francis Cassol (bateria) foi a responsável pela abertura, local, do show. O grupo porto-alegrense misturou Heavy Metal com Milonga, gênero musical típico do Sul do Brasil, Uruguai e Argentina. A banda que contabiliza 17 anos de estrada, inicialmente, com o nome de SCELERATA apresentou um pouco do seu mais recente trabalho, "Ice Cell". E foi muito bem recebida pelo público. Abre aspas, entre os milhares de fãs se viam camisetas da banda renomeada, isso chamou atenção, se viam também, pessoas cantando algumas músicas do grupo.
Na sequência a THE RAVEN AGE, criada em 2009, cujo guitarrista é George Harris, um dos filhos de Steve Harris, subiu ao palco e mostrou que pode, sim, sair da sombra do pai famoso através da sua sonoridade singular. A banda faz um heavy metal moderno, pesado, mais com muita melodia. A banda cumpriu a sua missão de aquecer o público para a atração principal da noite, mas com certeza, fez muitos fãs na sua estreia em Terra Brasilis.
Após um hiato de onze anos o IRON MAIDEN retornou a Porto Alegre ;desta vez com a "Legacy of the Beast Tour", turnê iniciada em maio de 2018, na Estônia. Tour de divulgação do game homônimo à gira mundial; game que encontra-se disponível para plataformas Android e IOS.
A perna brasileira da atual tour da banda, antes de chegar à capital gaúcha, passou pelo Rock in Rio e por São Paulo.
Com pontualidade britânica peculiar, às 21 horas, inicia o concerto da "Donzela de Ferro", como a banda é conhecida entre os fãs. O show, como de costume, iniciou com o cover "Doctor Doctor" da banda UFO. Na sequência as luzes são apagadas e inicia o vídeo de introdução “Churchill's Speech”, ou seja, o discurso de Winston Churchill quando Alemanha tentava invadir a Inglaterra após tomar a França.
Nesse momento em diante, o público que lotou o estádio, teve uma experiência sonora e visual, que raramente, será sentida novamente.
Bruce Dickson (vocal), Steve Harris (baixo), Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers (guitarras) e Nicko McBrain (bateria) fizeram uma performance extremamente técnica.
Bruce deu uma aula de interpretação, difícil de ser descrita. O exímio músico, inclusive, duela com espadas com Eddie no palco. Famoso mascote da banda pode, inclusive, ser considerado um integrante da banda, a grosso modo.
O set inicia com a clássica "Aces High" do álbum Powerslave de 1984. E no palco surge um dos destaques do show, que é a réplica do caça Supermarine Spitfire, utilizado pelas forças britânicas na Segunda Guerra Mundial que aparece no clipe da música. Içado, o avião surge planando sobre a banda em sua abertura estarrecedora. Que fez muita marmanjo se emocionar. Fãs de todas as idades, mas uma expressiva parte tinha entre 30/ 40 anos. Todos, com certeza, não sairam decepcionados do show com um set que contou com músicas de diversos discos da banda.
Durante quase duas horas, para ser mais precisa, 1h55 minutos de show, a trupe britânica protagonizou uma arrebatadora performance, dividida em quatro partes - Liberdade, Guerra, Religião, Inferno, com uma produção caprichada poucas vezes vista por aqui.
Bruce, comprovou o que é de domínio público, que é um dos maiores frontmen na ativa, no gênero Heavy Metal. Abre aspas, vendo o mestre em ação no palco, nem parece que há quatro anos atrás o músico teve câncer na boca. A voz e a disposição do lider da banda é impressionante.
O sexagenário vocalista trocou de figurino várias vezes, correu de um lado a outro no enorme palco, conversa com o público, duelou com Eddie. Quando usa o que aprendeu na esgrima, esporte que começou a praticar no início dos anos 80. Esse show já é considerado o mais teatral, mais sofisticado, com maior cenografia, telões, explosões e pirotenia, que a banda já apresentou. Enfim, tivemos nessa memorável noite o melhor do IRON MAIDEN na capital rio-grandense; em público também, foi o show do Maiden que mais reuniu público por aqui.
Vale ressaltar que metade do setlist da "Legacy of the Beast" é baseada nos álbuns Piece of Mind, The Number of the Beast e Powerslave.
Em "The Trooper" um dos momentos que muitos fãs aguardam, ansiosamente, que geralmente acontecia na música "Iron Maiden", a entrada do mascote Eddie The Head, o mascote da banda que aparece em todos os álbuns do grupo, que dá vida a todo material gráfico do Maiden foi ovacionada. Ele duela com a banda e com Bruce. Abre aspas, para quem ainda não sabe o músico, do alto dos seus 61 anos de idade, além de ser um dos melhores vocalistas do Heavy Metal mundial, pilota avião, pratica esgrima desde o início dos anos 80, entre outra coisas.
E não só Bruce, a banda toda tem muita energia no palco, que mesmo após mais de quatro décadas, demonstram vontade de estar nos palcos, vontade de receber algo que só os grandes como os Maidens recebem, a energia motriz dos fãs.
Steve Harris com sua técnica e timbre, os riffs do trio de guitarras, os solos de Nicko, combinam perfeitamente com a voz dramática e atuação de Bruce nessa performance que mais parecia ter sido composta de uma vez, tipo um àlbum conceitual,e não composições de variados trabalhos, mas que foram agrupadas de tal maneira, quase que criando uma òpera-rock, uma ópera metal.
Foram inúmeros momentos inesquecíveis, ou seria melhor falar, tudo foi inesquecível. Do primeiro ao último acorde, tudo vai ficar na memória de milhares privilegiados que estiveram no show que encerrou a tour brasileira do IRON MAIDEN.
Um desses momentos foi quando da execução de um dos maiores hits da banda, que todos cantam em uníssono, "Fear of the Dark", e na sequência "The Number of the Beast" e emenda com a também clássica "Iron Maiden", quando o próprio Eddie Cramulhão aparece no palco tomado pelas chamas.
A banda prometeu retornar à cidade, e com certeza, irá fazê-lo. Já que mostrou a todos que compareceram nos shows no Brasil que ainda tem muita lenha, mas muita lenha pra queimar.
Era um espetáculo teatral ou era um show?
Era, simplesmente, a maior banda de heavy metal do planeta.
O Dia em que Porto Alegre parou.
Vida longa ao Iron Maiden, que retornem e lotem cada vez mais os estádios brasileiros!
Setlist
UFO - Doctor Doctor (Phenomenon, 1974. Intro song played from tape)
Churchill's Speech (Intro Vídeo)
Aces High (Powerslave, 1984)
Where Eagles Dare (Piece of Mind, 1983)
2 Minutes to Midnight (Powerslave, 1984)
The Clansman (Virtual XI, 1998)
The Trooper (Piece of Mind, 1983)
Revelations (Piece of Mind, 1983)
For the Greater Good of God (A Matter of Life and Death, 2006)
The Wicker Man (Brave New World, 2000)
Sign of the Cross (The X Factor, 1995)
Flight of Icarus (Piece of Mind, 1983)
Fear of the Dark (Fear of the Dark, 1992)
The Number of the Beast (The Number of the Beast, 1982)
Iron Maiden (Iron Maiden, 1980)
Bis:
The Evil That Men Do (Seventh Son of a Seventh Son, 1988)
Hallowed Be Thy Name (The Number of the Beast, 1982)
Run to the Hills (The Number of the Beast, 1982)
Agradecimentos à Move Concerts / Ana Paula Silveira
Leia no Whiplash. (fotos inéditas)
Eis que chega o tão esperado dia.
Um dia que vai ficar na memória das 40 mil pessoas que compareceram à Arena do Grêmio em Porto Alegre, na última quarta-feira, dia 9 de outubro de 2019.
RAGE IN MY EYES formada por Jonathas Pozo (vocal), Magnus Wichmann (guitarra), Leo Nunes (guitarra), Pedro Fauth (baixo) e Francis Cassol (bateria) foi a responsável pela abertura, local, do show. O grupo porto-alegrense misturou Heavy Metal com Milonga, gênero musical típico do Sul do Brasil, Uruguai e Argentina. A banda que contabiliza 17 anos de estrada, inicialmente, com o nome de SCELERATA apresentou um pouco do seu mais recente trabalho, "Ice Cell". E foi muito bem recebida pelo público. Abre aspas, entre os milhares de fãs se viam camisetas da banda renomeada, isso chamou atenção, se viam também, pessoas cantando algumas músicas do grupo.
Na sequência a THE RAVEN AGE, criada em 2009, cujo guitarrista é George Harris, um dos filhos de Steve Harris, subiu ao palco e mostrou que pode, sim, sair da sombra do pai famoso através da sua sonoridade singular. A banda faz um heavy metal moderno, pesado, mais com muita melodia. A banda cumpriu a sua missão de aquecer o público para a atração principal da noite, mas com certeza, fez muitos fãs na sua estreia em Terra Brasilis.
Após um hiato de onze anos o IRON MAIDEN retornou a Porto Alegre ;desta vez com a "Legacy of the Beast Tour", turnê iniciada em maio de 2018, na Estônia. Tour de divulgação do game homônimo à gira mundial; game que encontra-se disponível para plataformas Android e IOS.
A perna brasileira da atual tour da banda, antes de chegar à capital gaúcha, passou pelo Rock in Rio e por São Paulo.
Com pontualidade britânica peculiar, às 21 horas, inicia o concerto da "Donzela de Ferro", como a banda é conhecida entre os fãs. O show, como de costume, iniciou com o cover "Doctor Doctor" da banda UFO. Na sequência as luzes são apagadas e inicia o vídeo de introdução “Churchill's Speech”, ou seja, o discurso de Winston Churchill quando Alemanha tentava invadir a Inglaterra após tomar a França.
Nesse momento em diante, o público que lotou o estádio, teve uma experiência sonora e visual, que raramente, será sentida novamente.
Bruce Dickson (vocal), Steve Harris (baixo), Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers (guitarras) e Nicko McBrain (bateria) fizeram uma performance extremamente técnica.
Bruce deu uma aula de interpretação, difícil de ser descrita. O exímio músico, inclusive, duela com espadas com Eddie no palco. Famoso mascote da banda pode, inclusive, ser considerado um integrante da banda, a grosso modo.
O set inicia com a clássica "Aces High" do álbum Powerslave de 1984. E no palco surge um dos destaques do show, que é a réplica do caça Supermarine Spitfire, utilizado pelas forças britânicas na Segunda Guerra Mundial que aparece no clipe da música. Içado, o avião surge planando sobre a banda em sua abertura estarrecedora. Que fez muita marmanjo se emocionar. Fãs de todas as idades, mas uma expressiva parte tinha entre 30/ 40 anos. Todos, com certeza, não sairam decepcionados do show com um set que contou com músicas de diversos discos da banda.
Durante quase duas horas, para ser mais precisa, 1h55 minutos de show, a trupe britânica protagonizou uma arrebatadora performance, dividida em quatro partes - Liberdade, Guerra, Religião, Inferno, com uma produção caprichada poucas vezes vista por aqui.
Bruce, comprovou o que é de domínio público, que é um dos maiores frontmen na ativa, no gênero Heavy Metal. Abre aspas, vendo o mestre em ação no palco, nem parece que há quatro anos atrás o músico teve câncer na boca. A voz e a disposição do lider da banda é impressionante.
O sexagenário vocalista trocou de figurino várias vezes, correu de um lado a outro no enorme palco, conversa com o público, duelou com Eddie. Quando usa o que aprendeu na esgrima, esporte que começou a praticar no início dos anos 80. Esse show já é considerado o mais teatral, mais sofisticado, com maior cenografia, telões, explosões e pirotenia, que a banda já apresentou. Enfim, tivemos nessa memorável noite o melhor do IRON MAIDEN na capital rio-grandense; em público também, foi o show do Maiden que mais reuniu público por aqui.
Vale ressaltar que metade do setlist da "Legacy of the Beast" é baseada nos álbuns Piece of Mind, The Number of the Beast e Powerslave.
Em "The Trooper" um dos momentos que muitos fãs aguardam, ansiosamente, que geralmente acontecia na música "Iron Maiden", a entrada do mascote Eddie The Head, o mascote da banda que aparece em todos os álbuns do grupo, que dá vida a todo material gráfico do Maiden foi ovacionada. Ele duela com a banda e com Bruce. Abre aspas, para quem ainda não sabe o músico, do alto dos seus 61 anos de idade, além de ser um dos melhores vocalistas do Heavy Metal mundial, pilota avião, pratica esgrima desde o início dos anos 80, entre outra coisas.
E não só Bruce, a banda toda tem muita energia no palco, que mesmo após mais de quatro décadas, demonstram vontade de estar nos palcos, vontade de receber algo que só os grandes como os Maidens recebem, a energia motriz dos fãs.
Steve Harris com sua técnica e timbre, os riffs do trio de guitarras, os solos de Nicko, combinam perfeitamente com a voz dramática e atuação de Bruce nessa performance que mais parecia ter sido composta de uma vez, tipo um àlbum conceitual,e não composições de variados trabalhos, mas que foram agrupadas de tal maneira, quase que criando uma òpera-rock, uma ópera metal.
Foram inúmeros momentos inesquecíveis, ou seria melhor falar, tudo foi inesquecível. Do primeiro ao último acorde, tudo vai ficar na memória de milhares privilegiados que estiveram no show que encerrou a tour brasileira do IRON MAIDEN.
Um desses momentos foi quando da execução de um dos maiores hits da banda, que todos cantam em uníssono, "Fear of the Dark", e na sequência "The Number of the Beast" e emenda com a também clássica "Iron Maiden", quando o próprio Eddie Cramulhão aparece no palco tomado pelas chamas.
A banda prometeu retornar à cidade, e com certeza, irá fazê-lo. Já que mostrou a todos que compareceram nos shows no Brasil que ainda tem muita lenha, mas muita lenha pra queimar.
Era um espetáculo teatral ou era um show?
Era, simplesmente, a maior banda de heavy metal do planeta.
O Dia em que Porto Alegre parou.
Vida longa ao Iron Maiden, que retornem e lotem cada vez mais os estádios brasileiros!
Setlist
UFO - Doctor Doctor (Phenomenon, 1974. Intro song played from tape)
Churchill's Speech (Intro Vídeo)
Aces High (Powerslave, 1984)
Where Eagles Dare (Piece of Mind, 1983)
2 Minutes to Midnight (Powerslave, 1984)
The Clansman (Virtual XI, 1998)
The Trooper (Piece of Mind, 1983)
Revelations (Piece of Mind, 1983)
For the Greater Good of God (A Matter of Life and Death, 2006)
The Wicker Man (Brave New World, 2000)
Sign of the Cross (The X Factor, 1995)
Flight of Icarus (Piece of Mind, 1983)
Fear of the Dark (Fear of the Dark, 1992)
The Number of the Beast (The Number of the Beast, 1982)
Iron Maiden (Iron Maiden, 1980)
Bis:
The Evil That Men Do (Seventh Son of a Seventh Son, 1988)
Hallowed Be Thy Name (The Number of the Beast, 1982)
Run to the Hills (The Number of the Beast, 1982)
Agradecimentos à Move Concerts / Ana Paula Silveira
Leia no Whiplash. (fotos inéditas)
Foto de um fã no show em POA/ Abel Corrêa |