domingo, 4 de outubro de 2015

2Cellos: uma performance estarrecedora em POA



O "2Cellos" desembarcou em Porto Alegre, na última quinta-feira, dia 01 de outubro. 
É a segunda vez  que os violoncelistas vem ao Brasil, porém foi a primeira vez que apresentaram-se na capital gaúcha.

A dupla, que rompe as fronteiras entre os mais variados gêneros da música, e que faz isso com muito requinte e criatividade está em tour mundial de divulgação do álbum "Celloverse", lançado em janeiro deste ano via Sony Masterworks. Durante a performance que durou, infelizmente, apenas 1h30, os músicos percorreram os seus três álbuns lançados, mas com uma ênfase maior no mais recente.


A apresentação começa meio que intimista, mas quando chega a terceira música apresentada...

Os músicos começam a "duelar". O duelo entre os dois cellos, ora  parece uma dança, envolvente, ora parece uma batalha, uma guerra...Eles enlouquecem e  a platéia enlouquece junto com eles. Vê-los ao vivo é uma experiência única. Eles se entregam de corpo e alma às suas eletrizantes performances. Impressionam independente de estarem tocando Bach ou Iron Maiden.

Os croatas não se prendem a modelos. 
Sem o menor pudor mesclam Iron Maiden com Gioachino Rossini em "The Trooper", colocam uma introdução autoral em "Thunderstruck" do AC/DC, aliás quando essas obras-primas foram executadas o auditório quase veio abaixo.
A roupagem, o arranjo que "They Don't Care About Us" de Michael Jackson recebem das mãos desses malucos, no bom sentido, é espetacular com direito a batucadas dignas de um Tambour Du Bronx. Nesse momento do show eu praticamente, isso que sou uma pessoa meio 
contida, tive que me segurar na minha cadeira.( Risos)

A reação entusiástica do público ia aumentando a cada música executada.  E o auditório estremeceu em vários momentos dessa noite, verdadeiramente inesquecível. Não posso deixar de citar "Wake me up" do DJ Avicii, divina. Enfim,  músicas de Hans Zimmer, Piazzzola, Enio Morricone, Bach, Kiss, Guns N' Roses, Michael Jackson, Nirvana, Coldplay e Rolling Stones são interpretados uma após a outra ( Não nessa ordem, ok? Não anotei o setlist do show.) e cada qual recebem esse toque, esse tempero que só os 2Cellos tem. 

Luka é mais tímido e conversa com a plateia no início do show, já Stjepan é mais extrovertido, interagindo bastante com os presentes, fazendo caras e bocas, fazendo brincadeiras, e "paquerando", sim, paquerando as belas garotas da plateia. Inclusive, ele faz Luka ter um acesso de riso no meio do show. Todos riem.


Afirmo, com certeza, que nunca presenciei um show tão contagiante. Senti-me como que num dos clipes deles, mais precisamente, no clipe de "Thunderstruck", e acredito que mais presentes sentiram-se assim.

No clipe citado, parte de uma plateia "aristocrática" de um show bangueia junto aos músicos freneticamente, No início do show uma plateia contida, depois ensandecida...Bem como a plateia que lotava o Araújo Vianna.

Sabe quando se ouve uma música e começa a batucar com as mãos, depois marcar o compasso com os pés, logo em seguida começa-se a balançar a cabeça e vai aumentando a intensidade. Nessa hora já se está batendo cabeça enlouquecidamente.



Faltam-me adjetivos para descrever como é assistir Luka Šulić e Stjepan Hauser.
Ao assistir os seus vídeos, que contam com milhões de visualizações na internet, óbvio, que se imagina como são os croatas no palco, mas quando eles iniciam a sua performance...Afirmo, é  surpreendente. A performance ora é calma, ora é eletrizante. As emoções são pulsantes, tipo quando se anda de montanha russa,  daquelas com looping e looping duplo. É de tirar o fôlego, tamanha energia, entusiasmo e paixão com que eles tocam.




Assistindo a dupla  é que pude entender o porquê deles colecionarem inúmeros prêmios, de fazerem sucesso no mundo todo, com shows em estádios e arenas lotadas, apesar da dupla ter sido criada há apenas quatro anos. Não existe ninguém hoje em dia que se equipare a eles, não desmerecendo músicos como David Garrett e bandas como Apocalyptica.

Não posso deixar de falar de Dušan Kranjc, o baterista que acompanha Luka e Stjepan. Nunca vi um trio fazer tanto barulho, no bom sentido. No momento que ele junta-se ao duo, o show transformasse num concerto de rock, no sentido de agregar mais peso. Abre aspas, o que esse baterista toca, é um absurdo,  outro monstro.


Os músicos, posso chamá-los de malucos, não?  Os malucos, tocam com a alma, com prazer...São energia pura.

Em determinados momentos do show a plateia ficava totalmente absorta, não se movia, não se ouvia nenhum  ruído no auditório todo. Nesses momentos dava a impressão que o público ficava sem respirar. De repente eclodiam palmas infindáveis, antes, durante e após a música executada.
Era uma explosão de emoções...
Vi pessoas emocionadas, outras chegaram a chorar, outras gritavam...outros, nesse grupo me enquadro, gritavam enlouquecidamente.

Foi único! Não sei se sentirei novamente algo assim.  Acredito que a maioria dos privilegiados que presenciaram o espetáculo concordem comigo. Gênios surgem de tempos em tempos.






Na minha opinião, o principal trunfo do 2Cellos é fazer com que os ouvintes de música clássica, erudita, vejam o rock e metal, soul e pop com outros olhos e vice-versa.

Falando da plateia, ela era bem heterogênea, mas me chamou atenção o grande número de adolescentes e algumas crianças.

Li que o 2Cellos tem influenciado jovens ao estudo de violoncelo. Influenciando jovens a fazer boa música e não terem preconceito em relação a estilos. Muitos dos que estavam ali, com certeza, eram jovens músicos e futuros músicos.



A euforia de alguns dos presentes fazem com que Stjepan, sempre muito engraçado, soltasse um "Shut Up!"alto e em bom tom. Todos riram. O nível de adrenalina do público estava tão alto que o músico falou isso,  num tom de brincadeira, para que o show pudesse continuar.

O show me envolveu tanto que não senti o tempo passar.

Durante o show pensei...
A dupla seria uma atração bem apropriada para o próximo Rock in Rio.

Para finalizar a mega-performance o duo toca Bach, "Air on the G String" com a mesma verdade e intensidade de todo o show.


















Fotos: Sônia Butelli


Agradecimentos à Opus Promoções pelo grande espetáculo.



Leia matéria no Whiplash.Net ( com mais fotos exclusivas)



sábado, 3 de outubro de 2015

Nightwish: encerrando a etapa brasileira da tour mundial em POA (Fotos)

David Gilmour: íntegra do novo álbum, hoje, na FM Cultura


Hoje, às 20h, o programa Contracultura apresenta na íntegra o novo álbum de David Gilmour, "Rattle That Lock".  Além do novo álbum, o programa, que é veiculado na rádio FM Cultura 107.7, vai destacar vários clássicos do Pink Floyd.

Ouça no link abaixo.
http://s5.procergs.com.br/fmcultura/

O guitarrista e vocalista do Pink Floyd fará quatro shows no Brasil, em dezembro do corrente ano: São Paulo ( dias 11 e 12), Curitiba ( dia 14) e Porto Alegre ( dia 16).



Fonte: FM Cultura

David Gilmour: assista o vídeo de "Today"

Assista a seguir o vídeo de "Today" de David Gilmour. 



Dirigido por Aubrey Powell o vídeo da faixa que integra o mais recente álbum do músico, lançado no último dia 18 de setembro, foi filmado no centro de Brighton, no Reino Unido, um pouco antes do primeiro concerto que abriu a "Pink Floyd’s David Gilmour Rattle that Lock World Tour 2015/2016".

O clipe apresenta alguns dos integrantes da banda que acompanhará David Gilmour na tour 2015/ 2016: Phil Manzanera (guitarra / vocal), Guy Pratt (baixo / vocais), Jon Carin (teclados / guitarra / vocal), Steve DiStanislao (bateria / vocais ), Kevin McAlea (teclados) e Louise Clare Marshall e Bryan Chambers (backing vocals).

Tracklisting de "Rattle That Lock":

1) 5 A.M. (Gilmour)

2) Rattle That Lock (Gilmour/Samson/Boumendil)
3) Faces Of Stone (Gilmour)
4) A Boat Lies Waiting (Gilmour/Samson)
5) Dancing Right In Front Of Me (Gilmour)
6) In Any Tongue (Gilmour/Samson)
7) Beauty (Gilmour)
8) The Girl In The Yellow Dress (Gilmour/Samson)
9) Today (Gilmour/Samson)
10) And Then…..(Gilmour)

Making of de "Today":


O guitarrista e vocalista do PINK FLOYD, fará quatro shows no Brasil, em dezembro do corrente ano: São Paulo ( dias 11 e 12), Curitiba ( dia 14) e Porto Alegre ( dia 16).




quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Nightwish: dia 29 de setembro no Opinião Bar em POA

O show da banda finlandesa que contabiliza 19 anos de carreira ocorreu no último dia 29 de setembro, em Porto Alegre. A performance iniciou pontualmente às 21 horas com o Bar Opinião lotado. Show que encerrou a etapa brasileira da sexta turnê mundial da banda de metal sinfônico, realizada para promover seu oitavo álbum intitulado "Endless Forms Most Beautiful". Primeiro álbum com a cantora holandesa, Floor Jansen, nos vocais.


O público que compareceu na mais tradicional casa de shows da capital gaúcha na última terça-feira, com certeza, assistiu uma das melhores performances do Nightwish, um dos maiores expoentes do metal sinfônico mundial, retifico, da música internacional. Para que rótulos, não é mesmo?

A plateia era composta de fãs das mais variadas faixas etárias. O que era padrão entre eles era a paixão pelo grupo que agora se apresenta como um sexteto formado pelo tecladista Tuomas Holopainen, pela vocalista Floor Jansen, pelo guitarrista Emppu Vuorinen, pelo multi-instrumentista Troy Donockley, pelo baixista Marco Hietala e pelo baterista Kai Hahto, este último, interinamente, substituindo Jukka Nevalainen.



A banda inicia o show com "Shudder Before The Beutiful" seguida por "Yours Is An Empty Hope", duas músicas do mais recente álbum da banda, e o público presente acompanha a banda com a mesma empolgação que acompanha os hits do Nightwish.

Na sequência o Opinião quase veio abaixo com os primeiros acordes de "Ever Dream". Essa música ao meu ver, exemplifica perfeitamente o som  que o Nightwish faz, o estilo que a banda ajudou a fortalecer.  O público vai à loucura. O contraponto da voz de Floor e de Marco Hietala, com suas diferenças, meio que duelam, combinam. Ao mesmo tempo, Tuomas destroi tudo ao teclado nessa hora..."She is my sin", hit eternizado na voz da primeira vocalista da banda, é interpretado com total maestria por Floor com seu canto lírico e potência vocal que preenche todo o ambiente. Não preciso dizer que a esse ponto o público atinge um estado de euforia coletiva. E estamos à recem na quarta música apresentada, a noite promete!


O início do show  não conta com a presença de Troy Donockley no palco. O músico se une à banda para interpretar "My Walden", proporcionando mais um dos momentos belos do show ao tocar uma gaita de fole. Pensando bem se fosse enumerar todos os pontos altos do show, sei lá...Seriam muitos a serem citados, seriam todos. Não estou exagerando, quem viu a performance do sexteto, sabe que não estou sendo piegas.

"Élan", primeiro single do álbum homônimo da tour que a banda apresenta, fez a plateia cantar, pular e dançar efusivamente. Aliás esse novo álbum é o mais alegre da banda. Ele transmite o momento atual da mesma. Como é de domínio público Tuomas Holopainen meio que compõe músicas autobiográficas que mostram exatamente o seu estado de espírito, o  estado de espírito da banda, vide o álbum que precedeu a saída de Tarja Turunen da banda. Então bem coerente esse clima mais alegre do EFMB, como lí esses dias numa resenha e concordo, a banda está totalmente revigorada. Ao mesmo tempo a banda está com uma pegada mais pesada, a versatilidade vocal de Floor se adequa mais à banda nesse ponto. Ela é tão flexível quanto a música do Nightwish é, e pretende ser.
Hoje em dia os elementos de folk metal estão mais distintos também na banda, a entrada de Troy também favorece isso. Não posso deixar de citar que as músicas do"Endless Forms Most Beautiful"  funcionam melhor ao vivo.



Outro ponto que não pode deixar de ser citado, foi quando a Floor mostra toda a sua ecleticidade e versatilidade vocal quando interpreta "Stargazers" e na sequência um dos maiores hits da banda finlandesa, "Sleeping Sun". A cantora nesse momento mostra todo o seu talento. Mostra o porquê de ter sido escolhida para ser a voz do grupo. Ela transita entre o seu tom natural e o vocal lírico com uma naturalidade ímpar, chegando até arriscar um gutural. A camaleoa Floor mostrou ao que veio, e a vendo no palco dá para pensar que este lugar sempre a pertenceu.

Os presentes cantaram praticamente todas as músicas executadas. A banda, num período de quase duas horas apresentou um show impecável com um setlist repleto de hits de todas as fases do Nightwish,  mas priorizando o álbum mais recente.


Marco fica sozinho no palco e brinca com o público antes de cantar "The Islander".Todos cantam. Emocionante! Na minha opinião, e posso me intitular como uma grande conhecedora da banda, o Nightwish está no seu auge, depois de alguns períodos, digamos, instáveis e conturbados a banda voltou a se reencontrar. E concordo com uma resenha do álbum novo -a banda está totalmente revigorada. A satisfação dos músicos é visível. E o público  a cada música que inicia, a cada música que termina retribui efusivamente com palmas, gritos e lágrimas a performance do grupo.

Confesso que quando iniciou "I Want My Tears Back" dividi minha atenção entre Floor e sua gigantesca voz e Troy e seus instrumentos de sopro pra lá de característicos. O Nightwish tem uma carateristica que, acredito eu, toda banda queira ter. Eles são um grupo, cada um tem a sua própria luz e o segredo do seu sucesso é exatamente a união do grupo, quando se juntam a mágica surge, são imbatíveis. 

A banda brincava entre si, brincava com o público, fazia piadas, comentários. Era visivel, como já falei, a satisfação dos integrantes da banda no palco. Talvez até satisfeitos com os frutos que estão colhendo com casas de shows e estádios repletos de fãs. 



Mais para o fim do show...
Uma surpresa, em pleno show acontece um flash mob. O fã-clube do Nightwish contou com a colaboração do público para fazer um flash mob e assim surpreender os integrantes da banda.
Durante a fila de entrada foram distribuidos pequenos cartazes com a frase "We were here", referência à uma frase de "The Greatest Show On Earth". E quando a música foi tocada surgiu diante da banda os inúmeros cartazes com a frase. Foi muito bonito de se ver. E querendo agradar ainda mais o público fiel, os finlandeses ainda tocaram "Stargazes", uma de suas músicas mais antigas, do segundo álbum da banda.


A faixa-título do novo álbum não foi executada, mas sinceramente, não vejo o porque desse tipo de indagação que alguns veículos vem fazendo. Para mim, talvez a música não tenha funcionado como o esperado, e assim a banda tem usado outras faixas do EFMB que cairam no gosto popular.


A banda já havia se apresentado em Porto Alegre com Floor nos vocais. Na ocasião a cantora holandesa havia assumido, há poucos meses, o lugar de Anette Olzon.  Percebe-se nitidamente mais segurança nela. Segurança em se apropriar, entre aspas, no sentido de cantar músicas interpretadas pelas duas vocalistas que a antecederam.  O termo fã se adequa perfeitamente aos fãs da banda, no sentido literal oriundo do fanatismo. (Risos) Nesse grupo, confesso que cheguei a fazer parte, mas com o tempo amadureci. E hoje em dia sei ver os pontos positivos que cada fase teve e tem.
Abre parênteses, quero deixar bem claro que não quis dizer  que a vocalista era insegura ou qualquer coisa do tipo. Floor, como todos sabem, antes do Nightwish já brilhava no After Forever e na Revamp. Juro que durante todo show não lembrei da Tarja Turunen, juro que não lembrei da Anette Olzon.

A afinação de Floor  é absurda, a extensão vocal idem. Presença de palco, beleza, enfim Floor é completa. Assistindo esse show constatei que a escolha da cantora holandesa foi mais do que acertada e, sem dúvida, definitiva. O líder da banda sabe muito bem o que faz.
Falando em Tuomas...ele é um dos melhores tecladista que já ví. Seus arranjos elaboradíssimos, tem identidade própria. É a alma do Nightwish. Bastam pouco acordes e já se sabe, isso é Nightwish, tamanha personalidade que ele coloca nas suas músicas, nos seus arranjos. Marcos Hietala também, o músico agrega a função de baixista e vocalista juntamente com Floor.

Tinha momentos do show que eu não sabia se observava Tuomas, ou a Floor, ou Marco ou Emppu, que passou o show jogando paletas para os enlouquecidos fãs da banda, que nesses momentos ficavam mais enlouquecidos ainda, querendo levar uma lembrança do exímio músico para casa.
E Kai, que está substituindo brilhantemente Jukka por motivos de saúde, destrói tudo no comando das baquetas.

É bem como já disse...um depende do outro, juntos são o Nightwish, único.


Floor, assim como os outros membros da banda eram só sorrisos, contrariando a premissa de que os europeus são frios e blá-blá- blá. Diante de uma plateia como a que prestigiou a banda na última terça em Porto Alegre era impossível ser.

A banda continua amanhã a tour pela américa do sul, com shows na Argentina, Chile, Peru, Equador e Colômbia.

Fotos: Sônia Butelli

Agradecimentos à Abstratti Produtora pela organização, impecável, do evento.



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