Entrevista: Raquel Schuler (Hydria)
Por: Marcelo Beckenkamp
Heavy Banger: Com tantas situações que você passou artisticamente, qual foi a mais constrangedora?
Heavy Banger: E o “2012 – Onda Zero”? Seria um novo álbum, uma música...? Qual a idéia central disso?
Raquel Schuler: Primeiramente, gostaria de agradecer a galera do blog Heavy Banger pela ótima entrevista e pelo carinho. Aos fãs, agradeço do fundo do meu coração por todo o carinho e respeito que vocês nos dão todos os dias e, um recado: Estamos, como sempre, trabalhando muito duro para dar a vocês, o melhor de nós, que é a nossa música. Esperem por novidades em breve!
Fonte: Heavy Banger
Por: Marcelo Beckenkamp
Heavy Banger: Vocalista do grupo HYDRIA, ela, Raquel Schuler, que nos concede a entrevista. Seja muito bem-vinda ao blog Heavy Banger, Raquel!
Raquel Schuler: Muito obrigada!!! Vamos lá Bangers, bring it on!!
Heavy Banger: Raquel, como começou essa vontade de seguir o caminho da música? Você especializou em que exatamente? Lírico?
Raquel Schuler: Canto desde que me entendo por gente, é difícil saber exatamente quando. Mas eu acho que realmente passei a levar a música a sério na minha vida, aos oito anos de idade. Eu cantava o tempo todo, para todo mundo, em qualquer lugar, não tinha vergonha nenhuma (risos)! Aos 15, acabei me interessando por canto lírico e passei a estudar a técnica aos 17, o que fiz por quatro anos. Mas eu não me considero uma cantora lírica. Sou muito mais rock n’ roll! (risos).
Heavy Banger: De tantos lugares que você já tocou Raquel, qual foi o que mais te marcou e por quê?
Raquel Schuler: Com certeza foi o show que fizemos com a Tarja Turunen, em 2008, no Canecão, no Rio de Janeiro. Para mim foi muito emocionante, porque eu sempre fui muito fã da Tarja e aquele era nosso 5º show.
Tocar no mesmo palco com uma das suas maiores inspirações, ainda tão no início da sua carreira, é uma coisa extremamente emocionante, não tem nem como explicar. E ela foi a pessoa mais doce do mundo comigo! Esse show foi absolutamente inesquecível.
Heavy Banger: Com tantas situações que você passou artisticamente, qual foi a mais constrangedora?
Raquel Schuler: Bem, acho que a situação mais constrangedora foi quando, em um dos shows que fizemos, fomos convidados a nos retirar do nosso próprio camarim, de uma forma nada educada. Foi uma situação bem estranha (risos)! Mas no final correu tudo bem.
Heavy Banger: Qual a sua principal influência, a que mais te inspira? E as secundárias?
Raquel Schuler: Essa é uma pergunta bem difícil de responder. Influências tenho várias. Mas, desde que comecei no Hydria, passei a me preocupar em ter influências diferenciadas, fora do metal. Eu tenho uma grande preocupação em ter algo de inusitado para oferecer e não soar mais do mesmo.
Dentro do metal, sou ‘tiete’ assumida do System of a Down e do Nightwish. Mas, hoje em dia, assisto shows doParamore como se fossem uma aula e Florence & The Machine me deixa completamente arrepiada, por exemplo. Esse é o tipo de influência que mais tento “sugar” para dentro da minha música e do meu jeito de cantar.
Heavy Banger: A respeito da HYDRIA, como surgiu a idéia do nome? Há um significado específico?
Raquel Schuler: Na verdade o nome foi sugerido por uma das meninas que fez teste para o Hydria, mas que acabou não sendo escolhida. O Marcelo curtiu a sonoridade do nome e acabou ficando.
“Hydria” é um artefato da Grécia antiga semelhante a uma ânfora, onde se guardava água e também eram pintadas e retratadas cenas do cotidiano, passagens da mitologia etc...
Heavy Banger: E como ocorreu de vocês se reunirem para criar o grupo? Conte-nos um pouco da história.
Raquel Schuler: O Marcelo que começou tudo. Ele havia criado a “Sober Dreams” e depois que a compôs imaginou que ela deveria ser cantada por uma garota. Depois disso, ele passou a procurar vocalistas e acabou me achando. O Márcio e o Turu acabaram vindo junto comigo, pois já tocávamos juntos em outra banda anteriormente.
Heavy Banger: Pelo que eu pude notar, o som que vocês apresentam, consta algumas características de Nightwish e até mesmo Within Temptation. Quais são as reais influências da HYDRIA, Raquel?
Raquel Schuler: As influências são das mais variadas, e cada um dentro da banda tem um “gosto” musical diferente. Eu e Marcelo temos gostos totalmente variados... Ouvimos de tudo mesmo, embora ele tenha uma veia bem mais pesada do que a minha.
No começo, essas influências (Within Temptation, Nightwish) eram bem mais aparentes, porque estávamos começando a criar o que seria o Hydria e estávamos ainda muito presos ao que mais ouvíamos na época. Hoje em dia as influências mudaram bastante... Vai de Death a Slipknot, passando por Nickelback e outras coisas bem mais inusitadas que isso.
Heavy Banger: Bom, na hora de compor, você procura falar sobre o que? Qual a mensagem que você tenta passar para as pessoas?
Raquel Schuler: Eu tenho um pensamento bem formado sobre isso. Para mim, trabalhar com arte é uma responsabilidade social. Você passa a ser formador de opiniões.
Na qualidade de compositora, eu considero que é meu dever usar isso como um instrumento para, de alguma forma, melhorar algo, sejam as relações pessoais, a convivência em sociedade ou, porque não, o mundo.
A maioria das minhas letras têm um conteúdo muito crítico. Mas, até mesmo quando escrevo sobre assuntos pessoais, tento passar uma mensagem com isso.
Heavy Banger: E o “2012 – Onda Zero”? Seria um novo álbum, uma música...? Qual a idéia central disso?
Raquel Schuler: “2012 Onda Zero” é uma Web Série para a qual fizemos a trilha sonora. Os capítulos estão disponíveis emwww.2012ondazero.com.br, vale a pena conferir! Duas faixas do nosso segundo álbum, “Poison Paradise”, estão na trilha sonora da série. Foram compostas exclusivamente para ela e, como curtimos bastante fazer esse trabalho, as incluímos no álbum.
Heavy Banger: De acordo com o planejamento da HYDRIA para 2012, inclui a gravação de um novo CD? Muitas pessoas – inclusive eu (risos) - estão curiosas sobre as novas ações da banda, no entanto, o que o público pode esperar? Quais as surpresas?
Raquel Schuler: Bem... Na realidade nós já estamos na fase de gravação do nosso terceiro álbum de músicas inéditas. O lançamento está previsto para o segundo semestre de 2012.
Heavy Banger: Já tem previsão de nome para o novo CD? Qual será a mudança desse novo, para os outros que vocês já gravaram? Comente mais sobre isso.
Raquel Schuler: O novo álbum já tem nome: Vai se chamar “Freakshow”. Esse CD é bem diferente dos dois primeiros. Abandonamos completamente alguns elementos e lançamos mão de outros que nunca havíamos experimentado antes. Acreditamos que vai causar bastante “polêmica” entre os fãs dos trabalhos anteriores. Mas estamos absolutamente felizes e animados com esse trabalho. Eu arriscaria dizer que as melhores músicas que já fiz na minha vida, estão nesse CD. Não vejo a hora de poder mostrá-las! (risos).
Heavy Banger: E sobre a turnê, está previsto algo no exterior, Raquel?
Raquel Schuler: Por enquanto ainda é cedo para esse tipo de previsão, mas esperamos em breve poder tocar em solo internacional!
Heavy Banger: Referente a um assunto polêmico que, recentemente, repercutiu bastante em vários lugares e mídias especializadas, sobre a falta de apoio dos fãs e o enfraquecimento do metal. O que você acha sobre isso, Raquel?
Raquel Schuler: Bem, não há como negar que o metal nacional encontra muitas dificuldades atualmente. O público, em parte às vezes, é um pouco preconceituoso com os artistas nacionais, mas não se pode generalizar.
Para mim, o maior problema é a falta de seriedade com que os próprios produtores e organizadores de eventos tratam a cena e os artistas. Mas é uma conjunção de fatores. Temos que aceitar também o fato de que o metal não vem passando por seus dias de glória. A música na mídia vive de ondas, e nesse momento o pop e o eletrônico estão tomando conta das paradas, é um ciclo. Acredito que logo esse cenário se modificará novamente e cabe a nós músicos continuarmos a nossa luta, tocando aquilo que gostamos, independente da “onda do momento”.
Também é bacana saber se adequar e se atualizar, respeitando, obviamente, a sua essência e o seu gosto pessoal. Acho que talvez esteja faltando um pouco de “ar fresco” no metal!
Heavy Banger: Para encerrar, as duas últimas típicas perguntas. A primeira é um pouco semelhante com a anterior: Qual a sua visão a respeito da cena rock/metal atualmente? Tantas bandas sendo criadas ao redor do mundo, com a esperança de serem reconhecidas... Você ainda acha que, as coisas como estão, há chance de surgir um “novo ANGRA”?
Raquel Schuler: Bem, como eu disse anteriormente, a música na mídia vive de ondas e a onda agora é outra. O metal não está em alta, mas isso tudo é um ciclo... Acontece que, se destaca aquilo que no momento é visto como mais “atual” ou adequado ao presente. Não acho que vá existir um novo Angra, nem um novo Sepultura, ou nada parecido. Eles foram únicos em seus momentos. Acho sim que podemos ter grandes surpresas inesperadas no metal nacional, mas, provavelmente não da forma que o conhecemos até aqui!
Heavy Banger: E, a segunda e última questão (risos): Pessoas que querem entrar no mundo do metal ou até mesmo aquelas que já dão seus primeiros passos, qual a dica que você dá a elas e assim tomarem cuidado com as ciladas que podem encontrar pelo caminho?
Raquel Schuler: Acho que a dica mais importante é ter paciência MUITA paciência (risos), disciplina e, acima de tudo, amar a sua música. Independente do estilo musical, essas são características indispensáveis para quem quer seguir esse caminho.
Para mim, o que mais importa é tocar aquilo que vem do seu coração, independente do que os outros esperem ouvir de você. É impossível agradar a todos, então você tem que estar feliz com a sua música acima de tudo!
Heavy Banger: Agradeço pela sua presença ao blogHeavy Banger e você Raquel, assim como todos os integrantes do HYDRIA, serão sempre bem vindos. As portas estarão abertas para retornarem quando quiserem. O espaço é todo seu para deixar recado aos fãs.
Fonte: Heavy Banger