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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Pinga com Groselha: "Brega Rock" resenhado pelo escritor Júlio Verdi


No final de 2015 a banda rio-pretense Pinga com Groselha lançou seu álbum debut intitulado "Brega Rock". Leia a seguir a resenha do mesmo elaborada pelo renomado escritor Júlio Verdi, autor do livro "A História do Rock de Rio Preto".

O cenário do rock brasileiro é composto por bandas que apresentam uma diversidade deflagrante na abrangência lírica. Composições que tratam de amor, violência, religião, política, existencialismo. E algumas delas tem o humor como tônica. Velhas Virgens, Motorocker, Raimundos, Ultraje a Rigor, cada um em seu caminho musical, são exemplos de artistas que possuem em sua trajetória letras que assimilaram o humor como base. E um nome novo no cenário que aposta nessa fórmula é o Pinga com Groselha.

Formado em São José do Rio Preto/SP, em 2011, o Pinga com Groselha tem hoje em suas fileiras Carlos Vinícius (guitarra/vocal), Daniel Leme (baixo/backings) e Ricardo Neves (bateria/backings).



No final de 2015 a banda lançou seu primeiro CD, intitulado "Brega Rock". Analisando o disco podemos categorizá-lo em duas frentes: a parte instrumental se compõe por temas forjados hora por um rock direto e pesado (algumas puro hard rock), algumas com distorções típicas de heavy metal, outras com forte acento pop e outras ainda com algumas diversas roupagens musicais. A segunda frente diz respeito às letras. Humor é algo subjetivo, mas é nítido quando nos deparamos com essa arte feita sem exageros. Ou seja, o Pinga não se enquadra na categoria "banda engraçadinha". A despeito do título do álbum "Brega Rock", não existe similaridade instrumental entre o termo "brega" (utilizado para classificar aquela música popular-romântica, feita por nomes como Waldick Soriano, Reginaldo Rossi ou Amado Batista). Talvez a referência venha da irreverência das letras, cujas sacadas dos temas, quase a maioria, satirizam histórias sobre aventuras recheadas de sacanagem. O disco foi gravado e mixado no estúdio Fermata (de Rio Preto) e é composto de dez faixas.



Como fora elucidado anteriormente, o CD é composto por temas que flertam com várias tendências de rock. O hard rock tradicional (lembrando os grandes trabalhos de um Golpe de Estado) pode ser visto em faixas como "Visita Íntima" (com um riff contagiante, uma das melhores do trabalho, que narra a paixão por uma detenta), "Cine Privê" (com uma levada à base de paletadas, e versa sobre aquela seção de filmes eróticos que passava na TV aberta anos atrás) e "Brega Rock" (uma faixa que trata dos propósitos da própria banda) . Já outros têm uma pegada mais crua, soando como um Titãs (fase "Titanomaquia"), como "Muié das Quebrada". Já "Genilda" conta com um levante flamenco em sua execução. Outras faixas são conduzidas por um acento pop junto às linhas de guitarra (solos e viradas de bateria), como "Passar o Ferro", "Escravo de Seu Amor" (com um quê de old punk rock nas guitas) e "Pesque-Pague".

A única faixa, digamos, séria do trabalho, é a balada "Vestígios", uma ótima composição por sinal, que no esquema violão/voz, traz um refrão daqueles que grudam na mente. E com direito a uma inserção de gaita de fole (contando com o música convidado Gustavo Hernandes) e violões extras (a cargo de Marcos Vale, do estúdio onde foi gravado o trabalho). E, ao chegar no fim do disco, o ouvinte encontra uma versão pesada para a tradicional música "Escravos de Jó", que pode gerar reações auditivas distintas, dependendo de seu estado de humor no momento.

Enfim é um trabalho que vai com certeza trazer diferentes opiniões de quem o consumir. Mas talvez resida aí seu objetivo: ser diferente, ser polêmico, fugir dos padrões de seriedade do rock nacional da atualidade.

A "Ready to Rock" conversou com Carlos Vinícius, mentor da banda, sobre sua estréia em disco e os demais detalhes que envolvem a carreira da banda. Leia no link a seguir.
http://readytorockroll.blogspot.com.br/


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Contato para shows pelo fone (17) 98821-3431 c/ Carlos Vinícius

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