domingo, 15 de setembro de 2019

LOBO, dias 17 e 18, no Theatro São Pedro

Espetáculo de São Paulo busca a materialização do simbólico, numa sequência de imagens não-lineares em uma dramaturgia inovadora como numa belíssima pintura em movimento. Para o festival, além de contar com performers que já atuam na peça, também terá artistas selecionados em residência realizada em Porto Alegre.

Créditos:Mayra Azzi

LOBO é um estudo sobre a imaginação. É um fluxo inesgotável de paixão. Em LOBO Carolina Bianchi está em cena acompanhada por 15 performers, todos do sexo masculino, que formam um coro em existência extrema numa sequência desenfreada de ações: correm, despencam no chão, transam com o espaço, transam entre si, falam poemas de Emily Dickinson na tentativa de salvação da própria vida sob a mira de uma arma, personificam a paixão e o horror da própria criadora de monstros. Carolina tenta a todo momento desconfigurar e exaltar os arrebatamentos da imaginação. Espetáculo de São Paulo, além de contar com performers que já atuam na peça, também terá artistas selecionados em residência realizada em Porto Alegre. As apresentações ocorrem nos dias 17 e 18 de setembro, às 21h, no Theatro São Pedro.  Link de venda.


A autora mira a própria obra de dentro, se deixa possuir por meio do desejo pelos próprios monstros que criou: Uma Mary Shelley apaixonada pelo Frankenstein do seu livro, farejando os rastros que sua obra vai imprimindo no espaço: suor, sangue, saliva. Tentar desconfigurar os papéis sexuais dentro da própria obra, abraçar clichês, destruir, se perder.

De quatro anos pra cá Carolina embarcou em uma jornada sem volta. Iniciou uma série de estudos práticos e teóricos acerca da força do erotismo e seus problemas mais misteriosos. Como objetivo averiguar no próprio corpo e também nos corpos dos coletivos de performers que trabalharam com ela, as possibilidades da energia sexual enquanto propulsora de uma presença extrema na cena e claro, no mundo.

A proximidade entre morte e erotismo, e das terríveis tentantivas de explicar/ dissecar essas sensações a partir das palavras, implicam uma espécie de sacrifício da linguagem, e como abordamos a performatividade, esse sacrifício também é do corpo. E portanto, começou e seguiu o chamado \"estudos para um corpo extremo\",um corpo que tenta ao máximo se conectar com \"seu erotismo\"- esse aspecto imediato da experiência, que inevitavelmente vem almalgamado à uma força de morte. E por consequência, o horror, a mística e às transgressões.

Se no ato sexual o corpo e a existência estão completamente no tempo/ espaço. Como é possível incorporar essa sensação enquanto performer? É possível ter uma relação erótica com outros tipos de matérias que não a humana? O que essa potência sexual, esse tremor vulcânico de um corpo apaixonado pode gerar enquanto matéria prima para criação de uma obra? Como articular a imaginação, a escrita com essas práticas? Lobo, o mais recente trabalho de Carolina, é mais uma tentativa de ir no talo dessa busca que parece sem fim.

Sobre a obra

Obra gestada em Residência no projeto Panorama Sur, Buenos Aires/ Argentina em julho de 2017. Em seguida realizada uma segunda residência artística na Oficina Cultural Oswald de Andrade para a montagem do espetáculo em novembro do mesmo ano. O espetáculo estreou no Teatro de Contêiner SP em 24 de maio de 2018, realizando 08 apresentações. Em seguida convidados pelo Festival Cena Brasil Internacional-RJ foi realizada uma residência na primeira quinzena de junho e três sessões do espetáculo com artistas cariocas no elenco nos dias 16 e 17 de junho. Em seguida, curta temporada no Teatro Oficina UZYNA UZONA-SP nos dias 11 e 12 de agosto, e a segunda temporada no Teatro de Contêiner entre os dias 08 de setembro e 01 de outubro, com 12 apresentações. Em novembro, a convite do Sesc Vila Mariana, o projeto “Maratona das Paixões” composta da apresentação dos três trabalhos em repertório (Lobo, Mata-me de Prazer e Quiero Hacer el Amor) e uma imersão dramatúrgica para a nova criação “O Tremor Magnífico” em parceria com Gustavo Colombini.

Sobre Carolina Bianchi

Carolina Bianchi é diretora, performer e dramaturga e Cara de Cavalo é o nome dado ao coletivo de diferentes artistas que a acompanham em cada um de seus trabalhos: - Mata-me de prazer (2015/2016) duas temporadas na Oficina Cultural Oswald de Andrade, Festival Cena Brasil Internacional, Atos de Fala- Sesc Tijuca, Sesc Santana Mostra Degeneradas, TUSP, Mostra In Loquos Sesc Sto Amaro 2018. - Quiero Hacer el amor (experiência sexual #1) 2016/2017 - residência Actos Pasionales Oswald de Andrade, Residência no Sesc Santana, Sesc 24 de maio e Sesc Pinheiros. Performance em prédios de empresas no centro da cidade de SP. - LOBO (2017/2018) Residência de dramaturgia Panorama Sur, Buenos Aires/Argentina, residência Oswald de Andrade, estreia Teatro de Contêiner SP, Festival Cena Brasil Internacional, Teatro Oficina UZYNA UZONA, e segunda temporada no Teatro de Contêiner (set 2018). Em novembro de 2018, realiza uma mostra dos seus trabalhos intitulada "Maratona das Paixões" no SESC Vila Mariana, aonde além dos espetáculos, realiza uma residência de duas semanas para o início de sua nova criação: O tremor Magnífico.

Ficha técnica:

Concepção, Direção e Dramaturgia: Carolina Bianchi / Performers : Antonio Miano, Carolina Bianchi, José Artur Campos, Kelner Macêdo, Maico Silveira, Rafael Limongelli e participantes da residência  / Assistência de Direção: Debora Rebecchi, Joana Ferraz e Marina Matheus / Produção: AnaCris Medina e Lu Mugayar / Sonoplastia: Joana Flor / Desenho de luz: Alessandra Domingues / Operação de luz: Lui Seixas / Pesquisa de Trilha Sonora: Carolina Bianchi / Fotos: Mayra Azzi / Vídeos: Fernanda Vinhas / Efeitos: Gustavo Saulle / Objetos de Cena: Tomás Decina, Rafael Limongelli e Nelson Feitosa / Figurino: Antonio Vanfill e Carolina Bianchi / Distribuição e Produção internacional: Metropolitana Gestão Cultural – Carla Estefan / Direção de produção: Jasmim Produção Cultural

Serviço:
Lobo
Datas: 17 e 18 de setembro (Terça e quarta) às 21h
Local: Theatro São Pedro
Duração: 110 min.
Recomendação etária: 18 anos
Ingressos:
Plateia e Camarote Central R$ 80 (inteira) / R$ 40 (meia-entrada)
Camarote Lateral R$ 60 (inteira) / R$ 30 (meia-entrada)
Galeria R$ 20 (inteira) / R$ 10 (meia-entrada)

Link de venda.

O 26º Porto Alegre em Cena é apresentado pelo Ministério da Cidadania, através da Secretaria Especial da Cultura, Prefeitura de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal da Cultura, Braskem e Banco Itaú. Conta com patrocínio de Panvel Farmácias. Tem apoio cultural de Porto Alegre Airport, administrado pela Fraport Brasil, Theatro São Pedro, Vitlog, PUCRS e Sesc - Sistema Fecomércio. O apoio institucional é de Grupo RBS e TVE FM Cultura. Primeira Fila Produções e Leão Produções são as agentes culturais. O projeto é financiado pelo Pró-cultura RS, Governo do Estado do Rio Grande do Sul. 

Enviado por Agência Cigana

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