Um pouco antes das 18h30, horário previsto para o início dos shows do Monsters Tour, o power trio formado por Cristiano Wortmann (voz e guitarra), André Lacet (baixo) e Jean Montelli (bateria) subiu ao palco e mostrou o motivo pelo qual foram escolhidos para abrir um show com tamanha importância. Show que reuniu em Porto Alegre três dos principais nomes do rock/ heavy metal mundial num mesmo evento.
A Zerodoze entusiasmou o público presente no Estádio do Zequinha na última quinta-feira, dia 30 de abril, véspera do feriado do Dia do Trabalhador, com uma performance composta por músicas autorais e covers de clássicos do heavy metal.
A banda porto-alegrense apresentou um setlist com muito peso e energia, aquecendo a platéia para a noite memorável que iniciava.
A banda não é novata em abertura de grandes shows. Em 2012, foram responsáveis pela abertura do show do SLASH, uma banda à altura de Ozzy Osbourne, Judas Priest e Motorhead.
"Foi o dia mais perfeito das nossas vidas. A Hits Entretenimento nos tratou extremamente bem e nos ofereceu uma estrutura fantástica. Tocamos para 16 mil pessoas que nos receberam de braços abertos. Foi uma responsabilidade muito grande dividir o palco com os nossos maiores ídolos, mas no final deu tudo certo. Trabalhamos muito para isso e queremos agradecer a todos que estavam presentes", comentou Cristiano Wortmann, guitarrista e vocalista da ZERODOZE, que também é guitarrista da banda HANGAR.
"We are Motorhead and we play rock and roll" (Nós somos o Motorhead e Nós tocamos rock and roll") assim, como de costume, Lemmy Kilmister, se apresentou para o público estimado em torno de 16 mil pessoas.
Durante a performance a banda de rock britânica formada por Lemmy Kilmister ( Baixo e vocal), Mikkey Dee (Bateria) e Phill Campbell (guitarra) apresentou clássicos da carreira que esse ano completa 40 anos e algumas músicas do seu mais recente álbum, o "Aftershock".
Como é de domínio público o Motorhead é um dos grupos que mais influenciou outras bandas de diferentes vertentes como o heavy metal, o thrash metal e o punk rock. Assistindo a banda em ação penso na inutilidade dos rótulos que a maioria das pessoas costumam colocar em artistas e bandas.
Não importa em qual estilo uma banda se encaixa.
O que importa é a qualidade do som que produz, e qualidade é uma das características que a banda capitaneada por Lemmy possui de sobra.
Vida longa ao Rock n' Roll!
O lider da banda tocou e cantou por mais de uma hora, com sua voz rouca, característica, e mostrou-se recuperado do problema de saúde ocorrido em São Paulo que o impossibilitou de apresentar-se no "Monsters of Rock". Contrariando, principalmente, os rumores criados por uma parte da imprensa brasileira, fato que incomodou o frontman.
O segundo show principal da noite também começou no horário.
Judas Priest, banda formada por Rob Halford ( vocais), Gleen Tipton ( guitarra), Ian Hill (baixo), Scott Travis ( Bateria) e Ricchie Faulkner ( Guitarra), apresentou um setlist mais do que perfeito. Que continha algumas músicas do seu último trabalho, "Redeemer of Souls" e para a alegria dos milhares de fãs que compareceram ao evento, apresentou um apanhado de hits da banda como "Metal Gods", "Victim of Changes", "Breaking the Law" e "Painkiller".
O público participou, interagiu, cantou e se emocionou com a apresentação.
A banda deixou os presentes hipnotizados com a vocal ímpar de Halford, a técnica e feeling da banda, o gestual, as várias trocas de figurino do frontman.
Halford tem uma presença de palco como poucos. A química de palco entre o "Metal God" e o Faulkner é perfeita.
O Judas Priest, apesar de já contabilizar mais de quatro décadas de heavy metal, continua fazendo um som moderno que une peso à velocidade. Não houve headbanger no estádio que não se contagiou com a apresentação de uma das bandas que mais influenciaram e influenciam o cenário musical mundial. Como precursores da adoção das roupas de couro com adereços de metal cromados e correntes advindos do punk rock, a banda ditou a moda que figura até os dias de hoje no meio. Aliás a cenografia da banda é fantástica.
Os Deuses do rock e do metal agradecem!
Ouso dizer que foi o show mais metal da noite. Tanto musicalmente falando como visualmente com suas explosões, telão, e etc. Literalmente um show!
Os falsetes do "Metal God" estão irretocáveis. Depois desse show, duvido que alguém fale que o mesmo não consiga alcançar as notas agudas que alcançava na década de 70.
Não posso deixar de citar a tradicional entrada de Halford no palco com uma Harley-Davidson, já anunciando que o término do show se aproximava.
O show termina e se consegue sentir no ar o clima de satisfação tanto do público, como da banda.
O lendário vocalista britânico veio à Porto Alegre pela terceira vez, segunda vez em show solo, mas com certeza essa foi a sua melhor apresentação na capital gaúcha.
O músico pulava, corria, batia palmas, jogava beijos, conversava com o público frequentemente, demonstrando a felicidade e satisfação que sentia. Molhava o público constantemente com uma mangueira de bombeiros:ora com espuma, ora jogando baldes de àgua. E não foi somente o público das primeiras fileiras que foram atingidos, alguns profissionais da imprensa foram molhados. Em alguns momentos, o próprio músico se molhava para compartilhar esses momentos com o seu público.
A banda solo de Ozzy, que transformou o estádio do Zequinha numa grande festa com headbangers das mais variadas faixas etárias, conta com Ozzy Osbourne (vocais), Gus G.(guitarra), Rob Nicholson (baixo), Adam Wakeman ( teclados e guitarra) e Tommy Clufetos ( bateria). Um dos momentos culminantes do show foi o solo de bateria de Tommy Clufetos, que deixou todos boquiabertos. Destruidor!
O clima do show estava tão bom que mal deu para sentir falta de baladas como "No More Tears", "Mama, I’m Coming Home" ou "Changes" .
Sem ser piegas, quando o "Príncipe das Trevas" terminou a sua apresentação, a maioria das pessoas ficou meio que paralisada, esperando quem sabe um segundo bis. As pessoas só começaram a se retirar do estádio, lentamente, quando começou a se ouvir a balada "Changes", tocando bem alto nas caixas de som, anunciando oficialmente, infelizmente, o final do show.
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Nota do Editor: Espero que mais shows sejam realizados no Estádio do Zequinha. Porto Alegre carece de lugares para shows e essa é uma boa opção, só devendo sofrer algumas melhorias para atender de forma satisfatória o público e minimizar problemas ocorridos no evento, que, no entanto, não tiraram o brilho da noite memorável.
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