É
da Grécia o título de berço da filosofia ocidental. De lá, saíram mestres como
Sócrates, Platão e Aristóteles. Mas não são apenas os pensadores famosos que
fazem a terra ao sul do continente europeu ser lembrada em outras partes do
globo. A recente onda de conflitos e enfrentamentos populares decorrentes de
uma crise financeira – que exigiu do governo a aprovação de um pacote da
austeridade – também tem feito o mundo voltar sua atenção para o país de regime
republicano parlamentar. No entanto, se é para recordar da Grécia por conta de
algum tipo de violência, que ela seja musical. Como a feita pela banda Suicidal
Angels, uma das gratas revelações do heavy metal europeu, que está prestes a
desembarcar no Brasil. Os shows acontecem em Porto Alegre (09/01 – Beco),
Curitiba (10/01 – Espaço Cult Arte), São Paulo (12/01– Hangar 110) e Rio de
Janeiro (13/01 - Rio Rock & Blues Music Club).
Criado
em 2001 pelo vocalista e guitarrista Nick Melissourgos, o grupo ficou conhecido
por fazer um thrash metal nos moldes da velha escola. Mesclando elementos dos
expoentes norte-americanos (da Bay Area) e alemães – as grandes referências no
gênero –, o Suicidal Angels ganhou respeito e espaço no cenário internacional.
Com 11 anos de estrada e muitas conquistas, a banda virá pela primeira vez ao
país. E trará novidades: o guitarrista Chris Tsitsis, recém-incorporado ao
grupo, fará sua estreia durante o giro pela América Latina. A atual formação
conta, além de Nick e Tsitsis, com Orfeas Tzortzopoulos (bateria) e Angel
Kritsotakis (baixo).
Para
saber mais sobre a história, curiosidades e influências do Suicidal Angels,
confira o bate-papo exclusivo com o líder Nick Melissourgos.
Escrito por Homero Pivotto Jr. - especialmente à The Ultimate Music - PR via Abstratti Produtora
Edição Costábile Salzano Jr
Quando o Suicidal Angels começou você
tinha apenas 16 anos. O que o motivou a criar uma banda de thrash metal naquele
tempo?
Nick Melissourgos – A gente queria apenas tocar o som que amávamos: o
bom e velho thrash old school. Olhando para trás, não poderíamos nem sonhar que
chegaríamos tão longe. Nossos objetivos eram menores, de curto prazo. Claro que
pensávamos o quão legal seria se pudéssemos entrar em turnê e tocar ao redor do
mundo com outras bandas bacanas. Depois de anos alcançamos isso, pois
trabalhamos muito pesado.
Além do Rotting Christ, a Grécia não tem
muitas bandas famosas de metal. Isso está correto? Como era e como é a cena
metal em seu país atualmente?
Nick Melissourgos – É falso se levarmos em conta que a Grécia tem
bandas como o Septic Flash e o Firewind, que estão excursionando pelo mundo e
tocando em grandes festivais. Fora isso, acredito que você esteja certo. A maioria
das bandas gregas são undergrounds ou conhecidas somente na cena local. Há
muitas delas, e talentosas! Porém, boa parte não tem foco e devoção. Os caras
preferem passar a semana trabalhando em sua aparência do que aprimorando sua
música e elevando seu nível.
Você poderia nos dizer algumas bandas da
Grécia que você acha que o mundo deveria conhecer?
Nick Melissourgos – Na minha humilde opinião, não há outra banda senão
o Rotting Christ. Eles são pioneiros, os padrinhos do metal. É a primeira e
única banda grega a chegar tão alto com uma carreira tão longa e gratificante.
O Sepultura – maior banda de metal
brasileira – também foi formada por garotos. Você talvez saiba que os irmãos
Max e Iggor Cavalera eram bem moleques (com idades perto dos 15 anos) quando a
banda começou. Por favor, conte-nos como ter uma banda desde tão jovem
influenciou sua vida.
Nick Melissourgos – Sim, já ouvi histórias sobre o Sepultura. Eles têm
sido uma grande inspiração para nós, ainda mais nos últimos anos. Sentimos que
somos semelhantes, que enfrentamos as mesmas dificuldades que eles no passado.
Sendo uma banda que toca um som que foi criado nos EUA ou na Alemanha, fica
difícil competir com artistas desses países. Mesmo que eles não sejam tão bons
quanto a gente. Isso rola porque somos de fora da cena, da borda da Europa.
Ninguém poderia imaginar que existe uma banda na Grécia (ou no Brasil, no
passado) que toca com tanta ferocidade.
Falando em bandas do Brasil, quais
grupos do cenário metal de nosso país você costuma ouvir?
Nick Melissourgos – Sepultura, claro! Eu também conheço, mas não sou
fã, do Angra. Curto muito o Violator e sou muito admirador do grande Krisiun.
Não só por causa de seu death metal infernal, mas porque eles são incríveis,
pessoas que trabalham muito. Nós os vemos como uma banda que já passou por
muita coisa e ainda consegue sair vitoriosa. Temos a honra de poder chamá-los
de amigos.
A sonoridade do Suicidal Angels evoca o
espírito do thrash old school. Existe uma espécie de competição eterna entre o
thrash norte-americano da Bay Area (Exodus, Testament, Slayer, Sadus…) e o
thrash da Alemanha (Destruction, Kreator, Sodom…).
Você tem preferência por
algum?
Nick Melissourgos – Que tipo de competição é essa? Por que escolher ao
invés de ouvir os dois? Haha! Eu não posso dizer que tenho um favorito, pois as
duas cenas contribuíram muito para o metal com suas ótimas bandas. Além disso,
o Suicidal Angels é influenciado pelas duas vertentes. Se eu realmente
precisasse escolher, provavelmente seria o thrash Bay Area. Acho que a atitude
deles tem mais a ver comigo.
Quem são seus heróis do thrash metal?
Nick Melissourgos – Eu diria que o Slayer. Eles são a banda mais
extrema de todos os tempos em qualquer estilo de música. As coisas que eles
fizeram, cara… Não é só boa música! Eles tocam você internamente, na sua alma.
Além do thrash, quais outros estilos de
metal você curte?
Nick Melissourgos – Old shcool death metal de bandas como Cannibal
Corpse, Asphyx, Suffocation. Eu também gosto de heavy metal e de bandas de
rock, claro! Sou um grande fã de Pink Floyd.
Antes de gravar seu primeiro álbum, o
Suicidal Angels lançou três demos (United by Hate, Angels’ Sacrifice e The Calm
Before the Storm), um EP (Bloodthirsty Humanity) e um mini CD (Armies of Hell).
Durante esse tempo, o que fez vocês não desistirem? Você sempre acreditou na
arte que estava criando?
Nick Melissourgos – Queríamos ir mais longe, sair do lugar, ser bons no
que fazemos. Então, continuamos indo adiante, passando por todos os passos que
uma banda tem de passar: fazendo shows locais pequenos sempre que surgia a
oportunidade, gravando nossas músicas e tentando ser melhores do que da última
vez sempre! Em algum momento pensamos que realmente poderíamos alcançar algo e
concentramos toda nossa energia nisso até finalmente sermos recompensados.
No primeiro disco do Suicidal Angels
(Eternal Dominatio, de 2007), vocês enviaram as gravações para os Estados
Unidos, mais precisamente para o produtor Colin Davis. Por que não escolher
algum Professional da Europa?
Nick Melissourgos – Havíamos contatado vários produtores, e Colin Davis
foi o único que nos deu retorno e assumiu a tarefa de mixar e masterizar nosso
primeiro disco. Foi difícil para ele. Nós sabemos disso porque ele nos disse.
Acho que ele, na verdade, se arrependeu de aceitar o serviço, mas era tarde
demais… haha! Nós realmente não sabíamos como gravar naquele tempo, e os
engenheiros de som locais não ajudavam muito. Então, nos esforçamos ao máximo e
ficamos esperando pelo melhor. Felizmente, Collin trabalhou sua magia e o
resultado soa decente.
O Suicidal Angels já tocou com muitas
bandas bacanas (Tankard, Onslaught, Kreator, Rotting Christ, Cannibal Corpse e
muitas outras). Provavelmente, existam momentos legais com esses artistas que
você não vai esquecer, pois foram importantes. Quais
seriam alguns deles?
Nick Melissourgos – Adquirimos muita sabedoria e experiência com esses
caras. Aprendemos muito sobre como ser profissional, como ser sério sobre o que
fazemos e como ser pessoas melhores. Diversão e sabedoria! Bom, a única banda
que eu poderia fazer isso (tocar e excursionar) infinitamente é o Exodus. Esses
malucos são pessoas maravilhosas, lendas do thrash com um legado que ficará
vivo para sempre. Além disso, eles são os caras mais perigosos com bebedeiras
que eu já conheci. E sim, rolaram ótimos momentos com eles. Mas, o que rola na
estrada fica na estrada. Desculpe…
Nick, quais são as principais
diferenças, ou evoluções, entre os três primeiros discos do Suicidal Angels:
Eternal Domination (2007), Sanctify the Darkness (2009) e Dead Again(2010)?
Nick Melissourgos – Eternal Domination foi nosso primeiro full length,
nossa primeira tentativa de fazer o melhor que poderíamos. As músicas são
cruas, agressivas, com pouca ou nenhuma estrutura. A gente queria ser rápido,
grosseiro e violento! E conseguimos, chegamos lá! Pensamos que isso é o que
importa para ser extremo. Não que esses elementos não sejam importantes, mas em
Sanctify the Darkness tentamos agir de forma um pouco mais madura, ter ordem em
nossas músicas, além de velocidade e aspereza. E valeu a pena! Em seguida, em
Dead Again, voltamos novamente às nossas raízes, tocando mais rápido e mais
pesado do que no trabalho anterior. Ao mesmo tempo, mantivemos nossa estrutura
e descobrimos novas maneiras de tocar thrash.
Você diria que o último disco, Bloodbath
(2012), é o melhor da carreira do Suicidal Angels? Por quê? As resenhas sobre
esse trabalho são, em grande maioria, muito positivas.
Nick Melissourgos – Com certeza Bloodbath é o melhor álbum que já
escrevemos! É nosso favorito e vamos trabalhar muito para superá-lo. Dedicamos
muita atenção nas faixas, tendo cuidado com cada detalhe musical e de produção.
Eu creio que isso é óbvio, pois foi a primeira vez que chegamos nas paradas da
Alemanha e da Áustria.
Quem escreve as letras e quem compõe as
partes instrumentais?
Nick Melissourgos – Eu escrevo todas as letras e todos na banda compõem
as músicas juntos. Geralmente, eu ou o outro guitarrista levamos riffs para o
estúdio de ensaio e, então, a banda toda trabalha em cima disso jogando outras
ideias. No fim, temos uma música nova ou não sai nada mesmo.
A banda está com um novo guitarrista,
Chris Tsitsis, que estreará aqui na América do Sul. Qual a expectativa e por
qual motivo o Panos Spanos (antigo guitarrista) deixou a banda?
Nick Melissourgos – Panos mudou suas prioridades com o passar dos anos
e simplesmente não conseguia manter-se com a mesma mentalidade do resto da
banda. Tornou-se difícil trabalhar com ele, que preferiu sair. Desejamos a ele somente
o melhor, e esperamos que a decisão tenha sido acertada. Chirs é nosso novo
guitarrista e ele fará sua estreia aí com vocês! Ele está totalmente empolgado
com isso, assim como todos no Suicidal Angels.
Links relacionados:
Serviço Porto Alegre
Abstratti
Produtora apresenta Suicidal Angels no RS
Data: 09/01
Local: Beco
End: Av. Independência, 936
Hora: 18h - abertura da
casa | 19h – Wishcraftt | 20h – Leviaethan | 21h – Suicidal Angels
Ingressos: R$ 60,00 (1°
lote) | R$ 70,00 (2° lote) | R$ 80,00 (3° lote)
Pontos de venda:
Lojas:
Zeppelin (Galeria Luza -
Rua Marechal Floriano, 185, loja 209)
A Place (Centro Shopping -
Rua Voluntários da Pátria, 294, loja 150)
Short Fuse (Galeria Malcom e Shopping Total)
Serviço Curitiba - Furia Metal Festival
CP Management
e Metal Music orgulhosamente apresentam Suicidal Angels
Data: 10/01
Local: Espaço Cult Arte
End: Rua Doutor Claudino
dos Santos, 72 - Largo da Ordem
Hora: 20h (Abertura da
casa) | 20h30 (bandas convidadas) | 23h (Suicidal Angels)
Bandas: Poison Beer,
Necropsya, Jailor
Ingressos: Pista: R$ 40,00
(1° lote – estudante/promocional)
Pontos de Venda: Lets Rock
(41 3324.2676), Tunel do Rock (41) 3322.4077
Imprensa: (13) 9161.6267 –
press@theultimatemusic.com
Serviço São Paulo - Furia Metal Festival
CP Management
e Metal Music orgulhosamente apresentam Suicidal Angels
Bandas convidadas:
Leviæthan, Guillotine, ByWar
Data: 12/01
Local: Hangar 110 – Rua
Rodolfo Miranda, 110 (próximo do Metrô Armênia)
Hora: 19h (Abertura da
casa) | 20h (bandas convidadas) | 22h30 (Suicidal Angeles)
Ingressos: Pista
promocional R$ 80,00 (1° lote)
Pontos de Venda: Die Hard
(11 3331.3978), Consulado do Rock (11) 3221.7933, Mutilation (11) 3222.8253 e
Paranoid (11) 3221.5297
Santo André: Metal CDs
(11) 4994.7665
Imprensa: (13) 9161.6267 –
press@theultimatemusic.com
Serviço Rio de Janeiro - Furia Metal Festival
CP
Management, Metal Music e SCELZA Produções orgulhosamente apresentam Suicidal
Angels
Bandas convidadas:
Prophecy, Sodomizer
Data: 13/01 - Domingo
Local: Rio Rock & Blues Music Club
End: Rua Riachuelo, 20
(próximo dos Arcos da Lapa)
Hora: 20h (Abertura da
casa) | 20:30h (bandas convidadas) | 23h00 (Suicidal Angeles)
Ingressos:
Pista promocional R$ 50,00
(1° lote promocional, meia entrada inclusa) | R$70,00 (no dia)
Pontos de Venda: Sempre
Música (Ipanema) - 21 2523-9405 | Sempre Música (Catete) - 21 2265-6910 |
Scheherazade (Tijuca) - 21 2569-1250 | Hard n Heavy (Flamengo) - 21 2552-2449 |
Niterói e São Gonçalo - Rodrigo: 21 9742-5991.
Informações: (21)
9858-1699 - Scelza
Imprensa: (13) 9161.6267 –
press@theultimatemusic.com
Enviado por The Ultimate Music Press