sábado, 8 de agosto de 2020
Orson Welles: Mostra online de cinema reúne obras da vinda ao Brasil
segunda-feira, 11 de novembro de 2019
Poa Jazz Festival: conecta o público e artistas de diferentes regiões em POA
Crédito da foto: André Feltes |
Apresentado pelo jornalista Lucio Brancato, o festival iniciou na sexta-feira com uma homenagem ao jornalista, escritor, pesquisador e crítico musical Juarez Fonseca por sua brilhante e incansável trajetória nas diversas áreas em que atua. Logo em seguida, o pianista Cristian Sperandir e seu quinteto subiram ao palco, abrindo a rodada de shows com uma emocionante homenagem a Geraldo Flach. A noite seguiu com o jazz europeu do Jasper Blom Quartet, a música instrumental animada e cheia de brasilidade do jovem septeto Silibrina, e encerrou com um reencontro histórico do grupo Raiz de Pedra, que se apresentou com sua formação original após um hiato de 19 anos.
No sábado, a abertura do festival ficou por conta do Sexteto Gaúcho, que apresentou sua música autoral, com canções do recém-lançado álbum Bicho Solto, além de grandes sucessos do choro brasileiro, como a música Ternura, do compositor e arranjador K-Ximbinho. Em seguida, jazz e hip hop se uniram no palco em uma junção inédita do grupo Rafuagi com os músicos da banda Quarto Sensorial. A noite seguiu com longos aplausos à cantora francesa Cyrille Aimée e ao violonista brasileiro Diego Figueiredo pela interpretação de clássicos como a canção La Vie En Rose e o bolero Sabor a Mí. Fechando as apresentações da quinta edição, a banda americana Davina & The Vagabonds animou o público com um show divertido e cheio de personalidade, sendo o grande sucesso do festival neste ano.
Crédito da foto: André Feltes |
“O grande destaque desse ano foi a presença do público, que compareceu em massa nos dois dias, e claro, os shows. É difícil se ter em um festival shows com uma qualidade muito próxima, mas os grupos que se apresentaram tiveram um desempenho fantástico”, aponta Carlos Branco, que assina a curadoria e produção do festival ao lado de Carlos Badia e Rafael Rhoden. “Apesar de todas as dificuldades, a quinta edição do Poa Jazz foi um grande sucesso. Nesta edição, tivemos o menor orçamento de todos, em comparação com as anteriores, mas mesmo assim a estrutura funcionou bem. Tivemos que cancelar uma das três noites do festival e procuramos manter o máximo possível das atrações confirmadas, mesmo ficando um tanto extenso com quatro atrações por noite. Mas em um ano em que vários festivais e projetos foram cancelados no Brasil, o Poa Jazz ficou de pé e saiu forte, com uma bela edição. Agora vamos partir para a sexta edição, esperando que o ano que vem seja mais tranquilo em relação à captação e à crise econômica. Para 2020, já temos confirmada a participação do músico recifense Amaro Freitas”, completa Branco.
Além das duas noites de música, o Poa Jazz Festival 2019 também tem promovido, desde a última quarta-feira (6), diversas atividades paralelas em diferentes pontos da cidade, como o lançamento do filme Zuza Homem de Jazz, em sessão comentada pelo crítico musical Zuza Homem de Mello, e uma série de ações formativas gratuitas, como masterclasses para músicos, além de debates e palestras sobre temas culturais.
A última atividade do festival neste ano ocorreu nesta segunda-feira (11) com uma roda de conversa sobre políticas culturais e os diferentes caminhos para apresentar propostas para governos e organizações privadas. O encontro foi mediado por Carlos Badia e terá participação dos produtores Ana Fagundes, Evandro Soares, Luciano Balen, Rafa Rafuagi e Camila Sequeira, além de André da Rosa Pereira, executivo financeiro da Dufrio, e a visão da empresa sobre investimentos em patrocínios e apoios culturais.
O Poa Jazz Festival tem patrocínio máster do BarraShoppingSul, patrocínio da Dufrio, apoio cultural de Outback Steakhouse, Instituto de Artes da UFRGS, Departamento de Difusão Cultural da UFRGS, Centro Cultural da UFRGS, Person Piano, UM Bar & Cozinha, StudioClio, Dado Bier, Veterana Cerveja & Beertruck e Pâtissier. O evento é uma realização das empresas Branco Produções, Fly Audio e Experimentais – Cria Cultura, através dos produtores e curadores Carlos Branco, Rafael Rhoden e Carlos Badia, e do Ministério da Cidadania, através da Secretaria Especial da Cultura.
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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Mostra Charles Chaplin em Porto Alegre
Programação Cultural 10/01 à 13/01:
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Mostra Charles Chaplin em Porto Alegre
Programação Cultural 16/01 à 22/01
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021
TamboReS: projeto inicia no dia 04 de fevereiro a série de lives
O projeto TamboReS – 10 anos do Alabê Ôni inicia no dia 04 de fevereiro a série de lives com convidados, mestres e estudiosos da cultura tamboreira
O projeto desenvolvido pelo Alabê Ôni, um dos grupos mais relevantes na pesquisa e difusão dos tambores gaúchos e sua cultura praticada no sul do Brasil, traz para a cena a cultura desses instrumentos, sua linha do tempo, histórias, memórias e a importante influência do povo negro nesse legado. Financiado pela Secretaria de Estado da Cultura do RS, Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo do Governo Federal, através da Lei Aldir Blanc, TamboReS – 10 anos Alabê Ôni o projeto apresentará na websérie a circulação do Alabê Ôni por 114 cidades do país com o Sonora Brasil; a pesquisa e registro da importância do Sopapo, tambor de grandes dimensões, característico dos povos do Sul e o projeto Cabobu (SEDAC 1999/2000), desenvolvido em Pelotas por Giba Giba, Mestre Baptista e seu filho. Por fim, irá apresentar as novas facetas do extenso material do acervo familiar de Mestre Borel que, por meio do projeto Mestre Borel - Berço do Batuque: Toques e Cantos da Nação Oyó Idjexá, resgatou a memória cultural da Nação Oyó Idejxá e do babalorixá e alabê, Walter Calixto Borel.
A websérie já está em produção e ao longo do projeto, também serão compartilhadas com o público outras vivências e conversas sobre o tema, como a série de lives que se inicia dia quatro de fevereiro.
Lives do projeto TamboReS
04 de fevereiro - Batuque de Nação
Entrevista com a mãe de santo Yá Sandrali e Fernando Tubino, da ARUTEMA Associação Rio-grandina de Umbanda e Terreiros de Matriz Africana de Rio Grande. Bate-papo com Pingo Borel.
11 de fevereiro - Sopapo
Entrevista com José Batista, luthier do Cabobu e com o músico Lucas Kinoshita. Bate-papo com Richard Serraria.
18 de fevereiro - Candombe
Entrevista com Adriana Gonçalves de Bagé, do Ponto de Cultura Pampa sem Fronteiras, articuladora da Comparsa Grillos Candombeiros e Isabel Ramirez Chabela, coordenadora do Grupo Afrogama (mulheres candombeiras de Montevidéu). Bate papo com Mimmo Ferreira.
25 de fevereiro - Atlântico Negro
Entrevista com Alexandre Flores, músico de Cachoeira do Sul com pesquisa sobre musicalidades negras da Bacia do Jacuí e Sr. Faustino, mestre griô coordenador do Ensaio de Pagamento de Promessa em Tavares RS. Bate-papo com Tuti Rodrigues e Richard Serraria.
02 de março – lançamento da websérie
Live de lançamento com integrantes do Alabe Ôni e Gilberto Figueiredo e Anderson Muller (SESC)
*Lançamento do primeiro capítulo na plataforma YouTube.
Ficha técnica do projeto
Equipe de coordenação:
Coordenação Geral, Curadoria e Coprodução executiva: Richard Serraria
Coordenação de projeto e Gestão de produção: Cristiane Cubas
Coordenação de grupo e Produção executiva: Isadora Pisoni
Coordenação de equipe: Alabê Ôni
Equipe de técnica e artística:
Alabês e entrevistadores: Richard Serraria, Mimmo Ferreira, Pingo Borel e Tuti Rodrigues
Curadoria, direção audiovisual, captação, montagem e edição da websérie Alabem Brasileiro: Mimmo Ferreira
Codireção audiovisual e edição de imagens da websérie Alabem Brasileiro: Gustavo Turck (Coletivo Catarse)
Codireção de imagens da websérie Alabem Brasileiro: Kako Xavier
Griô, orientação musical, som direto e Alabê: Pingo Borel
Masterização, tratamento, montagem e edição da websérie Prática Social: Tuti Rodrigues
Direção audiovisual e curadoria websérie Prática Social: Léo Bracht
Montagem, edição e finalização websérie Prática Social: Tally Campos Salva
Consultoria de curadoria cultural: Maurício Oliveira
Convidados: Yá Sandrali, José Batista, Lucas Kinoshita, Adriana Gonçalves, Isabel Ramirez Chabel, Alexandre Flores, Mestre Faustino, Maurício de Oliveira, Gilberto Figueiredo e Anderson Muller (SESC-RS)
Equipe de comunicação:
Wordpress: Lorena Sanchez / Libras: Simone Dornelles / Mídias sociais: Náthaly Weber / Designer: Rafael Sarmento / Assessoria de Imprensa: Bebê Baumgarten / Consultoria e marketing digital: Carol Cunha
Equipe Administrativa:
Gestão e Administração: Richard Serraria e Cristiane Cubas / Prestação de contas: Cristiane Cubas / Contabilidade: CGE Contabilidade
Crédito do projeto:
Concepção: Alabê Ôni / Curadoria artística: Alabê Ôni / Correalização: Tarrafa, Centro Cultural Mestre Borel e TS Arte / Realização: Alabê Ôni
Financiamento:
Secretaria de Estado da Cultura do RS, Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo do Governo Federal # LEI ALDIR BLANC
TamboReS – 10 anos de Alabê Ôni
04 de fevereiro – lançamento da série de cinco lives no canal do Youtube do Alabê Ôni
Dias 04, 11, 18 e 25 de fevereiro e 02 de março
Redes Alabê Ôni:
Facebook: https://www.facebook.com/
Instagram: @alabeoni
Youtube: https://www.youtube.com/
Enviado por Bebê Baumgarten Comunicação
domingo, 11 de agosto de 2019
Woodstock: documentários e ficções sobre o festival são exibidos em POA
Crédito: Anna Carolina Ortega Chala |
A programação da próxima semana conta, ainda, com a exibição do filme Assassinato no Expresso Oriente, uma adaptação audiovisual da obra da escritora Agatha Christie. A trama parte do misterioso assassinato de Ratchett, interpretado por Johnny Depp, passageiro de um luxuoso trem. Após o ocorrido, o detetive Hercule Poirot, que também estava a bordo, precisa correr contra o tempo para resolver o caso. A sessão acontece no dia 14 de agosto, quarta-feira, às 19h, e faz parte do projeto CineDHebate Direitos Humanos, uma parceria entre a Liga dos Direitos Humanos da Faculdade de Educação da UFRGS e a Sala Redenção. Após o término do longa-metragem, haverá um debate com integrantes do projeto e convidados.
Programação
Confira a programação (todas as sessões acontecem na Sala Redenção – Rua Luiz Englert, 333, Porto Alegre-RS):
Segunda-feira | 12 de agosto
16h: Gimme Shelter (Mostra Woodstock)
Dir. Albert Maysles, Charlotte Zwerin e David Maysles | Estados Unidos | Documentário | 1970 | 90 min
Após o sucesso absoluto do festival de Woodstock, a banda Rolling Stones decidiu, poucos meses depois, repetir o êxito em um novo show gratuito de rock para o público. O show, porém, tornou-se inesquecível não tanto pela paz e amor de seu antecessor, mas sim pelas brigas e a tragédia que se seguiu.
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18h: Woodstock – 3 Dias de Paz, Amor e Música (Mostra Woodstock)
Dir. Michael Wadleigh | Estados Unidos | Documentário | 1970 | 225 min
Em 1969, quase 500.000 pessoas se reuniram em uma fazenda em Bethel, Nova York, para três dias de paz e música. Esta versão do diretor documenta o festival de música da montagem à limpeza, com imagens icônicas de Jimi Hendrix, Janis Joplin, Joan Baez, Crosby, Stills and Nash e muito mais.
Terça-feira | 13 de agosto
16h: Aconteceu em Woodstock (Mostra Woodstock)
Dir. Ang Lee | Estados Unidos | Comédia | 2009 | 120 min
No verão de 1969, no estado de Nova York, Elliot divide seu tempo entre Greenwich Village e o motel de seus pais nas montanhas, que está falindo. Quando organizadores do festival de Woodstock planejam o histórico evento musical de uma geração, Elliot se envolve e oferece o motel e terrenos na cidade para a organização do evento, mas sem imaginar a proporção gigantesca que o festival iria tomar.
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19h: Gimme Shelter (Mostra Woodstock)
Dir. Albert Maysles, Charlotte Zwerin e David Maysles | Estados Unidos | Documentário | 1970 | 90 min
Após o sucesso absoluto do festival de Woodstock, a banda Rolling Stones decidiu, poucos meses depois, repetir o êxito em um novo show gratuito de rock para o público. O show, porém, tornou-se inesquecível não tanto pela paz e amor de seu antecessor, mas sim pelas brigas e a tragédia que se seguiu.
Quarta-feira | 14 de agosto
16h: Aconteceu em Woodstock (Mostra Woodstock)
Dir. Ang Lee | Estados Unidos | Comédia | 2009 | 120 min
No verão de 1969, no estado de Nova York, Elliot divide seu tempo entre Greenwich Village e o motel de seus pais nas montanhas, que está falindo. Quando organizadores do festival de Woodstock planejam o histórico evento musical de uma geração, Elliot se envolve e oferece o motel e terrenos na cidade para a organização do evento, mas sem imaginar a proporção gigantesca que o festival iria tomar.
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19h: Gimme Shelter (Mostra Woodstock)
Dir. Albert Maysles, Charlotte Zwerin e David Maysles | Estados Unidos | Documentário | 1970 | 90 min
Após o sucesso absoluto do festival de Woodstock, a banda Rolling Stones decidiu, poucos meses depois, repetir o êxito em um novo show gratuito de rock para o público. O show, porém, tornou-se inesquecível não tanto pela paz e amor de seu antecessor, mas sim pelas brigas e a tragédia que se seguiu.
Quinta-feira | 15 de agosto
16h: Aconteceu em Woodstock (Mostra Woodstock)
Dir. Ang Lee | Estados Unidos | Comédia | 2009 | 120 min
No verão de 1969, no estado de Nova York, Elliot divide seu tempo entre Greenwich Village e o motel de seus pais nas montanhas, que está falindo. Quando organizadores do festival de Woodstock planejam o histórico evento musical de uma geração, Elliot se envolve e oferece o motel e terrenos na cidade para a organização do evento, mas sem imaginar a proporção gigantesca que o festival iria tomar.
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19h: Gimme Shelter (Mostra Woodstock)
Dir. Albert Maysles, Charlotte Zwerin e David Maysles | Estados Unidos | Documentário | 1970 | 90 min
Após o sucesso absoluto do festival de Woodstock, a banda Rolling Stones decidiu, poucos meses depois, repetir o êxito em um novo show gratuito de rock para o público. O show, porém, tornou-se inesquecível não tanto pela paz e amor de seu antecessor, mas sim pelas brigas e a tragédia que se seguiu.
Sexta-feira | 16 de agosto
16h: Gimme Shelter (Mostra Woodstock)
Dir. Albert Maysles, Charlotte Zwerin e David Maysles | Estados Unidos | Documentário | 1970 | 90 min
Após o sucesso absoluto do festival de Woodstock, a banda Rolling Stones decidiu, poucos meses depois, repetir o êxito em um novo show gratuito de rock para o público. O show, porém, tornou-se inesquecível não tanto pela paz e amor de seu antecessor, mas sim pelas brigas e a tragédia que se seguiu.
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19h: Aconteceu em Woodstock (Mostra Woodstock)
Dir. Ang Lee | Estados Unidos | Comédia | 2009 | 120 min
No verão de 1969, no estado de Nova York, Elliot divide seu tempo entre Greenwich Village e o motel de seus pais nas montanhas, que está falindo. Quando organizadores do festival de Woodstock planejam o histórico evento musical de uma geração, Elliot se envolve e oferece o motel e terrenos na cidade para a organização do evento, mas sem imaginar a proporção gigantesca que o festival iria tomar.
Enviado por Departamemto de Difusão Cultural
quinta-feira, 10 de setembro de 2020
DDC-UFRGS: transmite lives sobre a caótica urbanização brasileira
A exclusão social e econômica decorrentes desta onda migratória são outros temas abordados nas produções. A mistura entre a periferia empobrecida e esperançosa de um futuro melhor com o luxo e preconceito de moradores de condomínios de alto padrão são tabus que refletem a desigualdade latente no Brasil. Muitas vezes, separadas por metros de distância.
Territórios Delimitados
Ao longo dos últimos ciclos online da Sala Redenção, viemos mapeando algumas problemáticas e acontecimentos de nossa História, traçando os caminhos possíveis entre diferentes filmes de diferentes tempos. Nesse processo ficou claro uma coisa até um pouco óbvia, o espaço foi se afunilando. Os deslocamentos que se deram nesse tempo foram em direção à um funil, feito de concreto e que se agiganta numa velocidade que antes era da locomotiva, mas agora é do wi-fi.
A partir desse mapeamento, é importante entender como se dão as relações territoriais onde vivemos. Como essa urbanização esmagadora resulta em culturas marginalizadas, segregações de classe e identidade, impondo o deslocamento de uns e a imobilidade de outros. Tudo se mostra de forma escancarada não apenas numa pandemia mundial, mas também numa chuva de segunda-feira de manhã, quando sabemos exatamente quem vai sair perdendo. É um processo complexo e esse percurso que a Sala Redenção propõe com esses filmes busca estender os caminhos possíveis para novas leituras desse problema, que se estende desde o século passado.
Os interesses econômicos que moldam o “desenvolvimento” dessas cidades estão lá desde o início dos primeiros projetos de cidade grande. Buscam criar um novo ideal de brasileiro: o da metrópole. No curta Maldição Tropical, de Luisa Marques e Darks Miranda, a construção de uma cidade e de um ideal se sobrepõem. O Rio de Janeiro turístico e a figura de Carmen Miranda, fantasmas dos anos 40 e 50, de um Brasil que nunca existiu de fato, ou se existiu, teve uma duração passageira. Mas o fantasma de uma cidade é material, feito de concreto e permanece nem que seja em forma de ruína. Como vemos em Megalópolis, de Leon Hirszman, em que a voz de Peréio compara o crescimento de São Paulo com as ruínas da Antiguidade, aproximações que prenunciam o destino desse crescimento desenfreado.
Uma realidade atropelando outra. Em Nunca é Noite no Mapa, de Ernesto de Carvalho, dois (ou mais) espaços convergem, numa briga injusta em territórios engolidos por um suposto progresso. Uma virtualidade que quer ter acesso aos cantos mais remotos da cidade, não pela integração, mas pelo esvaziamento, uma gentrificação violenta que não leva em conta os habitantes de compõem esse espaço. Reduzem os corpos e o que sobra é aquilo que vemos em E, de Alexandre Wahrhaftig, Helena Ungaretti e Miguel Antunes Ramos; um mundo descorporificado, tomado pelo metal dos veículos que agora habitam as casas. Uma cidade feita para as máquinas e as mercadorias.
Apesar de evidente as injustiças inerentes à esse processo, o projeto neoliberal busca perpetuar essa lógica de uma cidade que funciona muito mais para o mercado que para seus habitantes. SuperRio Superficções, de Guerreiro do Divino Amor, ilustra de forma bem direta o nível de absurdo completamente despregado da realidade material que movem esses projetos, e que não se furtam se serem completamente segregantes. A realidade mais estranha que a ficção. Existe uma autoconsciência nesse sistema que busca todo tipo de irrealidade para se justificar. Como os moradores de um condomínio de luxo que são entrevistados em Um Lugar ao Sol, de Gabriel Mascaro, que vivem tranquilamente em um mundo paralelo sem saberem o que de fato está acontecendo do lado de fora de seus muros.
E é do outro lado desses muros que se dão os dois últimos pontos desse mapa traçado pela Sala Redenção. Apesar de estarem no final do percurso, são essencialmente os principais elementos dessa discussão: o povo que luta pelo seu território nessas cidades. Conte Isso Àqueles Que Dizem Que Fomos Derrotados, de Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cristiano Araújo e Pedro Maia de Brito, registra o movimento de ocupações por moradias, onde a força para essa luta surge na coletividade. Pessoas que são retiradas de seus meios, empurradas para fora de seus espaços e que precisam se impor contra essas forças nem tão invisíveis assim. Além dos esforços de permanências do Movimento de Luta nos Bairros, também há o esforço de se fazer ouvir. O último filme do ciclo, Cidade Improvisada, de Alice Riff, vemos o centro urbano pela lírica dos rappers de São Paulo. É pela voz que nos deslocamos pelo espaço, a hora de colocar os habitantes à frente dos prédios.
São problemáticas complexas e que se fixaram ao longo da História, mas que observamos suas contradições num breve olhar ao redor, percebendo aqueles que dividem conosco esses territórios. Na internet estamos alheios à esses fatores mais objetivos, mas ainda sim é possível, através dessas produções disponíveis online, refletir e dar voz àqueles que são diretamente atingidos por esses processos acachapantes.
Texto: Victor Souza, bolsista da Sala Redenção e curador da mostra.
PROGRAMAÇÃO
MALDIÇÃO TROPICAL
(dir. Luisa Marques e Darks Miranda | Brasil | Experimental | 2016 | 14 min)
O filme experimental de Luisa Marques é uma ficção científica do passado. O curta faz uma ponte entre dois projetos de nação forjados para o Brasil em meados do século XX: o imaginário tropical, personificado por Carmen Miranda, e o modernismo tardio que se instaurou no fim dos anos 50 e início dos 60, aqui simbolizado pelo Aterro do Flamengo, no Rio.
Assista: https://is.gd/maldicaotropical
MEGALÓPOLIS
(dir. Leon Hirszman | Brasil | Documentário | 1973 | 10 min)
Filme aborda o futuro da região sudeste brasileira, tendo como referência histórica a megalópolis de Atenas.
Assista: https://is.gd/megalopolis
NUNCA É NOITE NO MAPA
(dir. Ernesto de Carvalho | Brasil | Documentário | 2016 | 06 min)
Que diferença faz para o mapa, se ele te contem? Um encontro frontal com o mapa, nos leva a um passeio pelo circuitos da simbiose entre o mapa e as transformações dos espaços na era do capitalismo digital.
Assista: https://is.gd/nuncaehnoite
E
(dir. Alexandre Wahrhaftig, Helena Ungaretti, Miguel Antunes Ramos | Brasil | Documentário | 2014 | 17min)
Estacionamento. Es-ta-cio-na-men-to. Do latim, statio. Ficar de pé, ficar parado.
Assista: https://vimeo.com/82000675
SUPERRIO SUPERFICÇÕES
(Guerreiro do Divino Amor | Brasil | Comédia/Documentário | 2016 | 09 min)
SuperRio é o gêmeo superficcional do Rio de janeiro; um ecossistema de superficções que interferem na construção da cidade e do imaginário coletivo.
Assista: https://is.gd/superrio
UM LUGAR AO SOL
(dir. Gabriel Mascaro | Brasil | Documentário | 2009 | 65 min)
O documentário “Um lugar ao sol” registra o cotidiano dos moradores de coberturas em prédios luxuosos no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. Através de depoimentos e entrevistas o documentário procura capturar o modo de vida de pessoas que, do topo de prédios elegantes, desfrutam de uma realidade inegavelmente privilegiada em relação a grande maioria dos brasileiros.
Assista: https://is.gd/umlugaraosol
CONTE ISSO ÀQUELES QUE DIZEM QUE FOMOS DERROTADOS
(dir. Aiano Bemfica; Camila Bastos; Cristiano Araújo; Pedro Maia de Brito | Brasil | Documentário | 2018 | 23 min)
Na madrugada luzes apontam um caminho.
Assista: https://is.gd/conteissoaqueles
CIDADE IMPROVISADA
(dir. Alice Riff | Brasil | Documentário | 2012 | 19 min)
Cidade Improvsada reúne 16 MC’s brasileiros que fazem improvisação de RAP (Freestyle) para rimar sobre a cidade que vivem, seus problemas e questões. Nas batalhas de MC’s, um MC batalha contra o outro, para mostrar quem é melhor na improvisação. Neste filme, 16 MC’s se juntam para batalhar contra os problemas da cidade, e expressar suas opiniões.
Assista: https://is.gd/cidadeimprovisada