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sábado, 10 de dezembro de 2011

Pastore: entrevistada pela Shock Review

ENTREVISTA: BANDA PASTORE
Postado por Daniel TheOne 
Dia 10/12/11



Tivemos a honra de entrevistar a banda paulista de heavy metal Pastore, banda que está sendo citada como uma das possíveis atrações do METAL OPEN AIR aqui no Maranhão. 




Shock Review:  A Pastore lançou seu álbum debut em setembro de 2010 e a banda já está gravando o segundo CD, falem um pouco sobre isso.


Raphael: Lançamos o “The Price For the Human Sins” no final de 2010, depois de uma longa etapa de produção, gravação, mixagem e prensagem. Foi um processo muito difícil, pois fizemos tudo sozinhos, tudo de forma independente. No final de 2010, a Hydrant Music, do Japão, nos fez uma proposta para que lançassemos o CD lá. Isso nos motivou muito, pois fomos tratados de forma muito profissional por eles, coisa que não aconteceu aqui no Brasil. O novo disco já estava sendo pensado pela banda, mas tivemos uma injeção de motivação novamente por causa dos japoneses da gravadora, que já querem lançar o sucessor do Price em Março de 2012  lá. Então estamos correndo com tudo para cumprir os prazos.
Mario: Bem como o Raphael disse, o tratamento do Japão conosco foi MUITO profissional e positivo para a banda, lá tivemos uma ótima repercurssão do Price e agora estamos indo para o próximo álbum e sinto que será muito bom, muito melhor fazer esse novo trabalho.





Shock Review: O clipe da música Far Away, primeiro da banda, foi muito bem aceito pelo público e pela imprensa.


Raphael: Escolhemos a Far Away por ser a música que mais tem a cara da banda Pastore. Ela é um heavy metal simples e direto, assim como o nosso clipe.
Aléxis: Em um primeiro momento, tinhamos optado pela balada Horizons. Como o “Price” tinha acabado de ser lançado no Japão e, dois dias depois, houve o terremoto, queríamos fazer um clipe  voltado aos japoneses, pois nos acolheram com muito respeito e queriamos retribuir de uma certa forma. Mas depois, pensamos melhor e achamos que tinhamos que escolher uma música que representasse a banda. A Far Away  é uma musica rápida, tradicional e melódica ao mesmo tempo. Tem um refrão marcante, guitarras poderosas e o Mario explora muito da sua voz nela. Entre outras palavras, como já foi dito, é uma música para apresentar a banda. Gravamos com o nosso amigo Alexandre Sales Cardoso, no estúdio da Jabuticaba Filmes. Ele fez um trabalho magnífico, conseguiu captar bem a essência da banda. Mostrou ser um grande diretor. Bandas, entrem em contato com ele, vale muito a pena.




Shock Review: A Pastore passa uma imagem muito boa para o público, de ser uma banda formada por parceiros de verdade. Como vocês lidam bem com essa troca de bateristas, hora o Fabio Buitvidas, hora o Marcelo de Paiva Berno.


Fabio: Tenho muitos compromissos profissionais que, muitas vezes, coincidem. Dou sempre prioridade ao que for marcado primeiro e a forma que encontramos para eu não precisar me desligar da banda  é ter um substituto. O Marcelo é quem desempenha esta função, o que é bom, pois ele é amigo de longa data do Mario e  é o responsável  pela parte gráfica da banda, portanto, ele também é um membro do Pastore. Gostaria muito de estar mais presente mas não está sendo possível no momento. O bom é que conto com a compreenssão dos demais membros. 
Marcelo: Bom, em primeiro lugar, agradeço muito ao Buitvidas por me aceitar como baterista substituto, não é qualquer músico que aprova esta situação com naturalidade. Não é uma tarefa fácilil substituí-lo, por que, além de ser um excelente músico, é um produtor de primeira, ele trabalha com a cantora Fafá de Belém, toca no Shadowside e no Acid Storm. Pelo fato de ser um profissional muito requisitado, em algumas ocasiões, o Fabio não pode se apresentar com a Pastore e aí que eu o substituo. Como sempre acompanhei as bandas do Mario desde as mais remotas, como Social fears e Acid Storm, o Mario me convidou para substituir o Buitividas nestas situações, todos aprovaram a idéia e hoje estou a disposição da banda.
Mario: O Fabio trabalha muito com a Fafá e o Shadowside e sabemos que ele precisa disso pois o trabalho é seu ganha pão,  e aí entra o Marcelo. Somos todos amigos e quis manter a coisa assim, tanto o Fabio quanto o Marcelo são amigos de longa data e isso me agrada bastante, a banda está funcionando bem dessa forma. 


Shock Review: Ouvimos comentários que o próximo álbum ainda sem nome vai ser mais pesado, fale sobre o processo das composições, gravações.


Raphael: As composições começaram no início desse ano. Tinhamos duas músicas prontas até setembro, mas depois da proposta feita pelo Japão, tivemos que acelerar o processo. As músicas são  basicamente feitas por mim. Pego a guitarra vou gravando algumas idéias no computador, sequëncio uma linha simples de bateria e monto a música em cima das bases gravadas. Às vezes gravo alguma idéia vocal, mas prefiro deixar o Mario criar as melodias. Depois a gente vai moldando as linhas vocais a partir das idéias do Mario, e de idéias que surgem de todos os integrantes. 
Aléxis: Acho que esse segundo álbum vem pra firmar a Pastore como uma banda propriamente dita. Hoje temos uma formação fixa. No CD anterior, o Raphael que gravou os baixos, pois o Ravache havia saído da banda no meio do processo de gravação. Agora que entrei na banda, vamos dar muito mais ênfase na parte de baixo e bateria. A cozinha irá trabalhar bastante. Gravei os baixos com bastante peso e pensando sempre em duas coisas: em caminhar junto com a bateria e também  não fazer muitas coisas foras da base, ou seja, como somos um quarteto, ao vivo, o baixo precisa funcionar como uma guitarra base, principalmente nos solos. Agora quanto ao novo CD soar mais pesado, isso vai surpreender muita gente. Nós temos um trunfo nas mãos, que é a versatilidade do Mario. Poucos vocalistas conseguem cantar com tantas técnicas diferentes quanto ele. As novas composições deram muito espaço para ele explorar esse lado, mantendo suas características vocais (como cantar notas altas), mas teremos muito de um Mario cantando com feeling diferente, coisa que ele já vem trabalhando desde o “Price”.


Shock Review: A banda  tem feito alguns shows fora do eixo RIO/SP, mas mesmo assim sabemos que é bem difícil, mesmo para uma banda como a Pastore que faz sucesso fora do Brasil,  fazer uma tour no seu próprio país.


Raphael: É realmente muito dificil trabalhar com Heavy Metal no Brasil. E não é por falta de público. Já fiz shows em várias regiões com a minha banda Tributo ao Iron Maiden, e o pessoal aqui adora metal em qualquer parte do país, sem distinção. Mas com banda autoral já é diferente. O negócio é não desanimar e continuar fazendo o que  gosta, como é nosso caso, e  ir “comendo pelas beiradas”, e uma hora a coisa explode.
Mario: Eu acho que estamos indo no caminho certo, exatamente por fazermos um trabalho autoral. A cada dia que passa, recebemos mais elogios e reconhecimento ao trabalho da banda. Temos que trabalhar com a idéia de sempre ir em frente. 


Shock Review: A pastore tem sido citada como uma possível atração do Metal Open Air 2012, que se realizará em São luis no Maranhão. Como esté sendo para a banda essa expectativa de poder tocar num festival tão importante e, se isso se concretizar, o que vocês  vão mostrar para o público?


Mario: Acho muito bacana que haja esse grande festival e que seja um sucesso. Se estivermos lá ficarei muito feliz.Vamos mostrar garra e MUITO peso para  galera. 
Raphael: Acho excelente a proposta de um festival como o Metal Open Air. Independente da banda Pastore tocar ou não. O que importa é que o festival tenha sucesso, e que se torne tradicional no país. Desta forma o metal nacional tende a crescer.


Shock Review: O que vocês acham dessa descentralização que esse festival pode ocasionar? A Pastore  por coincidência tem, em breve, um show no Acre, correto? Como vocês vêem a cena do norte, nordeste do pais? 


Aléxis: Historicamente o Norte e o Nordeste são regiões que foram “esquecidas” pelo restante do Brasil. Seja na educação, política, saúde e também na parte cultural. Eu nunca toquei nessas regiões , mas amigos que já foram pra lá dizem que, se não é o melhor,  é um dos melhores públicos do país. Eu, particularmente, dou total apoio para que esse festival dê muito certo. Que mostre para o restante do Brasil o quanto o metal tem força  nesses estados, e sair um pouco dessa de dar atenção só para o sudeste e para o sul do país. Outra coisa, só espero que não tenha Pista VIP, seria uma grande notícia. Antes que eu esqueça, sim, nosso próximo show será no Acre, na capital Rio Branco, no dia 25/12 no Feliz Metal. 
Raphael: Já tive oportunidade de tocar em Manaus/AM e Boa Vista/RR. O pessoal  lá adora heavy metal! Acho ótima essa descentralização e seria ótimo que isso  acontecesse em todos os ramos, não só no ramos musical. Acho que o país  cresceria bastante com isso, e diminuiria o preconceito que infelizmente ainda existe em relação a  algumas partes do Brasil. 


Shock Review: Falem um pouco sobre a capa do álbum debut, The Price For The Human Sins e sobre a temática das letras dele e do próximo álbum que já está a caminho.


Marcelo: A temática do CD Price foi construída  sobre assuntos apocalípticos, tendo como objetivo alertar as pessoas a respeito da desumanização da sociedade atual, materialismo excessivo e desigualdades, por  isso algumas letras falam sobre manter a esperança diante de situações adversas. As ilustrações são  representações surreais sobre o tema, não possuem uma intensão hiper-realista. A temática do segundo álbum é semelhante ao primeiro, só que desta vez a ilustra. Mostra as conseqüências da alienação da maioria da população  mundial quanto aos futuros acontecimentos trágicos.O intuito é levar às pessoas uma reflexão, cada individuo tirar sua própria conclusão. Não existe verdade absoluta, apenas pontos de vista.
Mario: Gostamos de fazer as pessoas pensarem com as letras, queremos passar  uma mensagem de reflexão.
Raphael: O Price não é um álbum conceitual, mas acaba tendo uma temática central, presente nas letras e na parte gráfica. Não foi algo muito pensado, simplesmente foi acontecendo. As letras tratam de temas apocalípticos, no intuito de atentar as pessoas para os problemas da humanidade.


Shock Review: Façam um resumo um resumo da carreira de cada um integrante da banda:


Mario: Comecei cantando em bandas de covers com 17 anos. Em 1985, mais ou menos. Gravei meu primeiro vinil em 1991(Acid Storm - Biotronic Genesis), gravei com várias bandas, como Tailgunners, Sacred Sinner, Delpht, e alguns projetos como Hamlet e Soulspell. Dou  aulas de técnica  vocal desde 1999 e trabalho algumas vezes como vocal coach. 
Raphael: Toco guitarra desde 1997. Me formei no IG&T em Rock e Fusion. Comecei a banda Pastore junto com o Mario em meados de 2005. Além disso também sou guitarrista das bandas The Best Maiden Tribute e do Tailgunners. Sou graduado em Rádio e TV e em Produção musical, e trabalho como engenheiro de gravação no Piccoli Studio, em Campinas.
Fabio: Nos anos 80 tocava em bandas inexpressivas até entrar para o Acid Storm nos anos 90. Desde 2006 toco com o Shadowside, após ter sido contratado apenas para gravar seu primeiro álbum em 2003, o que me trouxe a experiência em gravações profissionais e tournês constantes no exterior. Além disso toco com o He Dog Sound, uma banda mais rock que é uma reunião de uma antiga banda do final dos anos 80 e ainda tenho planos de lançar mais um CD do Acid Storm. Também trabalho com a cantora Fafá de Belém desde 1993 que é efetivamente, o motivo de  eu não poder dedicar meu tempo integralmente à Pastore.
Aléxis: Comecei a tocar baixo em 1996. Entrei na minha primeira banda de metal em 1998, chamada Morpheu's Dream's, em 1999 entrei pra uma banda de metal melódico chamada Musamantra, lá fiquei até 2002, onde adquiri muita experiência em composições. Após um hiato de 8 anos sem tocar metal (tocando em bandas de diversos estilos), fui tocar na comemoração dos 15 anos da banda Musamantra. Chamaram o Ricardo Peres (ex 7th Seal e atual Demolition Inc.) para cantar e aí surgiu uma grande amizade. Graças a ele, a paixão por tocar metal reascendeu e acabei fazendo teste para a Pastore, conseguindo a vaga. Além da Pastore, tenho uma banda de Soul/Funky e uma pequena produtora, a StageDive, na qual gravo bandas de diversos estilos.
Marcelo: Eu fui baterista da banda de trhash Guillotine e do Way out nos anos 80 e 90 junto com André Alves do Nitrominds e Musica Diablo, hoje tenho uma banda de Technical Death metal que se chama X-Sides, que ainda está em fase de composições e ensaios. Sou ilustrador e publicitário e tenho um estúdio de design e web, o studiomp2.com.br 


Shock Review: Recado para os fãs, e  para os leitores da Shock Review/ Maranhão.


Nós todos agradecemos ao Shock Review pela entrevista e mandamos um abraço a todos fãs de metal em todas as suas vertentes e subdivisões, vocês que fazem a gente continuar... comparecendo aos shows, comprando os CDs. Vocês merecem todo o respeito e consideração.



Shock Review: Deixem os contatos da banda: