"Não nesta vida" disse Axl Rose em 2012 a um cinegrafista da TMZ sobre a chance do Guns N' Roses fazer uma turnê com a formação original.
E contrariando o que disse o frontman, felizmente...
Na noite de ontem, 08 de novembro de 2016, a capital gaùcha, teve a honra de abrir a "Not in this Lifetime" em solo brasileiro, com a formação da banda quase original.
Três membros da formação original da banda norte-americana o vocalista Axl Rose, o guitarrista Slash e o baixista Duff McKagan se apresentaram diante de um público de 47 mil pessoas. Público que mal reparou que o show iniciou com 20 minutos de atraso.
Primeira tour com o trio original desde o fim da tour "Use Your Illusion" em 93 que terminou com um show em Buenos Aires, na Argentina, onde coincidentemente, a banda tocou no último fim de semana, antes de vir para Porto Alegre.
O que são alguns minutos para um público que esperou 23 anos para ver novamente no mesmo palco esses ícones do rock n' roll, não é mesmo?
Essa é quinta vez que o Guns N' Roses se apresenta no Brasil e a terceira vez em Porto Alegre.
A terceira incursão da banda norte-americana em solo gaúcho é, com certeza, sua melhor apresentação na cidade.
Quando assisti a banda em 2014 torci para que a mesma retornasse num local com acústica melhor, com melhores acomodações para o público, com melhor localização. Meu desejo, assim como de muitos, foi atendido. O Beira-Rio seja como estádio, seja no formato anfiteatro é perfeito para shows.
O que falar de Axl Rose? Era só sorrisos, demonstrava mesmo alegria por estar alí dividindo o palco com seus antigos companheiros. A voz voltou ao que era, com seu timbre inconfundível, suas dancinhas pra lá de tradicionais, correndo de um lado ao outro do palco. Houveram alguns pequenos problemas com seu microfone, no início do show, mas nada que prejudicasse a sua performance.
O vocalista não interagiu muito com o público, com conversas, interagiu do jeito que melhor sabe, cantando, e encantando. Carismático, na minha opinião, um dos últimos rockstars que existem, um dos maiores rockstars da história. Slash, o mago da guitarra, fez muitos chegarem as lágrimas. Seus solos são únicos, hipnotizam. E ele "duelando" com Fortus foi devastador. O igualmente exímio músico, Duff McKagan, não preciso dizer que fez o Beira-Rio pular quando assumiu os vocais em "Atittude", entre muitos outros momentos.
Houveram muitos momentos especiais durante o show, que deu vontade de congelar o tempo, tipo quando do cover do Pink Floyd,"Wish You Were Here" executada pelos dois guitarristas, "Knockin on Heaven's Door", cover do Bob Dylan, que teve o refrão cantado em uníssino pelo público, se bem que isso também aconteceu na íntegra em "Civil War", "Don't Cry", "Sweet Child O’ Mine", entre outras. Esqueci de citar, bem no início, quando começou "Mr. Brownstone" e um pouco depois "Welcome To The Jungle" o chão parecia tremer. Difícil dizer qual o ápice do show, de verdade.
A banda não se resume ao badalado trio, com razão, deixo bem claro; a trupe conta ainda com os também exímios - Richard Fortus (guitarra), Frank Ferrer (bateria), Dizzy Reed (teclados) e Melissa Reese (teclado e sintetizadores) - primeira integrante feminina fixa da banda.
Os sete integrantes da banda de hard rock apresentaram um show épico que contabilizou quase três horas de duração e que vai permanecer na memória do público que aplaudiu, gritou, cantou, pulou e dançou ao longo das 22 músicas autorais e covers apresentados. (Veja abaixo). Público bem eclético, das mais variadas idades. Circulei bastante entre o público e vi fãs felizes, fãs emocionados, chegando às lagrimas. Ví pessoas que, com certeza, acompanham a banda desde a sua formação, em meados dos anos 80 e ao mesmo tempo pessoas, jovens que nem haviam nascido nessa época...
Só grandes bandas conseguem esse feito de se perpetuarem e Guns, conseguiu.
O setlist não teve novidades, mas deixo bem claro que isso não deve soar como algo pejorativo.
O show foi uma viagem no tempo. Passou por "Appetite for Destruction", "Use Your Illusion I e II" e "Chinese Democracy". Obviamente que uma ou outra música faltaram no set dos sonhos de cada um, mas não tem como agradar a todos.
Setlist:
1- It’s So Easy
2- Mr. Brownstone
3- Chinese Democracy
4- Welcome To The Jungle
5- Double Talkin’ Jive
6- Better
7- Estranged
8- Live And Let Die
9- Rocket Queen
10- You Could Be Mine
11- You Can’t Put Your Arms Around A Memory + Attitude
12- This I Love
13- Civil War
14- Coma
Apresentação da banda
15- The Godfather + Sweet Child O’ Mine
16- Wish You Were Here
17- Layla + November Rain
18- Knockin’ On Heaven’s Door
19- Nightrain
Bis
20- Don't Cry
21- The Seeker
22- Paradise City
Som e iluminação impecáveis, telões, antes que alguém fale, sim eram menores se comparando com os outros palcos da tour latina, mas em compensação o palco era bem maior, e que palco... Digno de uma grande produção, digno de uma grande banda como o Guns N' Roses. Sem dúvida, foi uma das maiores super produções que a capital já recebeu.
E a capital gaúcha recebeu muito bem os norte-americanos que mostraram mais um vez o porquê de terem vendido cem milhões de discos mundo afora.
Com certeza, todos os presentes já esperam o retorno desses gigantes, para lançar um novo álbum de inéditas, não é mesmo? Mas sem esquecer e claro que nunca irão, de tocar seus eternos hits que embalaram e ainda embalam a trilha sonora de vida de milhões de pessoas.
Vida longa ao Rock N' Roll!
Vida longa ao Guns N' Roses!
A tour brasileira conta ainda com shows em São Paulo, no Allianz Parque (dias 11 e 12); Rio de Janeiro, no Engenhão (dia 15); Curitiba, na Pedreira Paulo Leminski (dia 17); e encerra em Brasília, no Estádio Nacional (dia 20).
Fotos: Katarina Benzova
Parabéns à Hits Entretenimento pela produção.
Agradecimentos ao Guns N' Roses pelas fotos.
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