quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Review: Soulspell - The Labyrinth of Truths
Como cantora de ópera e amante de música erudita, confesso que tenho um pré-conceito formado sobre a palavra "ópera", afinal, muitas vezes já estive no palco interpretando títulos de Mozart, Verdi, Donizetti... Mas na verdade a palavra "ópera" tem sua origem no latim, e quer dizer "obra", sendo então uma "ópera metal" nada mais do que uma "obra metal". Ainda assim atribuir o rótulo de "ópera metal" ainda me soa estranho, de qualquer forma, The Labyrinth of Truths, disco do Soulspell que me chega às mãos como uma "ópera metal", é uma grata surpresa.
Por certo que não encontrei no álbum orquestração, corais e outros elementos que fazem parte do meu pré-conceito sobre ópera, mas outros pontos me chamaram muita atenção. O excelente time de músicos recrutado pelo idelizador do projeto, músico paulista Heleno Vale, conta com nomes importantes da cena nacional, como Edu Falaschi e Mário Pastore. Participam ainda outros músicos como Daisa Munhoz, Mário Linhares, Jefferson Albert,Manuela Saggioro, Iuri Sanson, Mário Linhares, Gui Antonioli, Manuela Saggioro, Marco Lambert, Renato Spiro, Gabriel Magioni, dentre outros.
A história narrada no disco fala sobre a vida de um jovem homem atormentado por visões de suas vidas passadas. São 9 faixas que apresentam um heavy metal de primeira qualidade. Produção excelente sendo possível ouvir claramente todos os instrumentos em cada uma das faixas.
Após uma breve introdução segue-se a faixa que carrega o título do álbum e, com tal responsabilidade, The Labyrinth of Truths não podia ser diferente: é uma faixa bastante pesada e com um poderoso refrão. Misturando diversos tipos de vocais ao final. Falando em vocais, os homens me pareceram bastante versáteis, em geral, já as meninas, na minha opinião, podiam ter ousado um pouco mais, buscando explorar outros timbres e, porque não, ter acresentado um pouco de vocal lírico. Será que este tipo de vocal está tão queimado assim no meio metal??? Já que esta é uma ópera metal, acho que poderia ter aparecido sim, se bem executado, o lírico tem seu valor... na verdade, a performance de Daisa, sobretudo, me agradou bastante. A intervenção dela em Amons Fountain é bem interessante e sua voz em Adrift, a balada do disco, também é empolgante.
Na verdade o clima de Adrift já vem sendo preparado na faixa anterior, Into the arc of time, mais cadenciada, e que possui um vocal rasgado, bastante interessante. Retomando a pegada metal seguem-se The Verve e Forest of Incantus. A secret compartment fecha o disco com chave de ouro.
Infelizmente não pude estar presente no show que a Souspell apresentou em Porto Alegre. Com certeza foi uma noite memorável. Espero ter outra oportunidade de conferir ao vivo este projeto que realmente me conquistou...
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